Em sua segunda edição, ocorrida no sábado, 20, em Roma, a marcha “Scegliamo la Vita” (“Escolhemos a vida”, em tradução livre) reuniu 40 mil pessoas e demonstrou que a nova marcha pela vida não é apenas contra o aborto, mas inclui também um contundente “não” à ideologia de gênero e à barriga de aluguel, chamada “escravidão do terceiro milênio”.
A manifestação teve também outros destaques: a força do testemunho, mais incisivo e eficaz do que a pura afirmação de questões de princípio e, sobretudo, a quebra do paradigma feminista segundo o qual a vida no ventre seria inimiga das mulheres. A proteção da vida, ao contrário, está profundamente enraizada no coração das mulheres, que devem ser deixadas livres para acolher os próprios filhos que estão chegando.
Durante o ato, foram lidas duas mensagens de apoio, consideradas de grande prestígio: a primeira de Lorenzo Fontana, presidente da Câmara dos Deputados, que chamou a atenção para o “compromisso da política e das instituições no apoio à formação de novas famílias”, a fim de “estimular o crescimento da natalidade” por meio de “políticas habitacionais, laborais e sociais capazes de responder às legítimas aspirações dos jovens casais de verem seus projetos de vida realizados”.
E a segunda, do Cardeal Matteo Maria Zuppi, Arcebispo de Bolonha e Presidente da Conferência Episcopal Italiana (CEI): “A vida não é consumo, desempenho, potência, força. O homem não é uma ilha! Uma vida reduzida dessa forma assusta, tira a dignidade da fraqueza, se exalta e se abate quando se descobre frágil. A vida é sempre bela quando é amada. É encontro, relacionamento, comunicação; e família. Por isso, dizemos ‘não’ à cultura de morte, que começa com a indiferença, com a crença de que desejos são direitos. Dizemos ‘sim’ à cultura da vida, a começar pela dos peque- nos e dos últimos, dos rejeitados e dos não aceitos”.
Num segundo momento, além da apresentação da banda veneziana The Sun, cujas letras são verdadeiros hinos à vida e a seu valor imprescindível, houve o testemunho de três mulheres que praticaram o aborto ou estiveram perto de consumá-lo, demonstrando que sempre compensa salvar uma vida por nascer.
Dos depoimentos, sobressai um fato significativo: em comparação com seus companheiros ou maridos, as mulheres estão cada vez mais inclinadas, mesmo em situações de dificuldade objetiva, a prosseguir com a gravidez, demonstrando que há um movimento que inverte e desmonta o lugar-comum “pró-escolha”, segundo o qual, na Itália, as mulheres não seriam livres para abortar.
Fontes: Scegliamo la Vita e La Nuova Bussola Quotidiana