
Um estudo conduzido por cientistas japoneses investigou a possibilidade de um tratamento inovador para a síndrome de Down, também conhecida como trissomia do cromossomo 21, condição genética causada pela presença de um cromossomo 21 extra dentro das células, resultando em um total de 47 cromossomos em vez dos habituais 46.
Essa alteração genética é a principal causa de deficiência intelectual e, no Brasil, ocorre em um a cada 700 nascimentos. Até hoje, ninguém tinha o conhecimento de como eliminar, de forma eficiente, esse cromossomo extra de uma célula.
Agora, em seus experimentos, a equipe de nove integrantes liderada pelo doutor Ryotaro Hashizume, da Universidade de Mie, e por cientistas da Universidade de Saúde de Fujita, utilizou a edição genética por meio da técnica CRISPR-Cas9, uma espécie de “tesoura genética”, e conseguiu cortar o cromossomo extra, deixando os outros dois, herdados de cada progenitor, normais e intactos. E o que é mais impressionante: as células se ajustaram sozinhas depois que o corte foi feito e, em seguida, começaram a se comportar como células normais e voltaram a ter a atividade genética esperada. Os resultados foram publicados na revista científica PNAS Nexus no fim do mês passado.
Os pesquisadores indicam que estudos futuros poderão explorar a aplicação da abordagem em neurônios e células gliais, que compõem o tecido nervoso. No entanto, ressaltam que a pesquisa foi realizada apenas em ambiente laboratorial, sem aplicação direta em organismos vivos, e que ainda são necessárias investigações adicionais para garantir a segurança da técnica.
Fonte: Universo da Biologia Molecular