Os Ordinários Católicos da Terra Santa expressaram apoio ao cessar-fogo anunciado em Gaza, destacando a importância do acordo para aliviar o sofrimento causado pelo conflito. A declaração enfatiza que o cessar-fogo é um passo crucial para “pôr fim às hostilidades em Gaza, devolver os reféns israelenses e libertar os prisioneiros palestinos”.
Embora reconheçam a relevância do cessar-fogo, os os bispos e clérigos responsáveis pelos fiéis católicos de ritos latino e orientais na Terra Santa alertam que ele não é suficiente para resolver as causas profundas do conflito. “O fim da guerra não significa o fim do conflito”, afirma o documento. Para que uma paz genuína seja alcançada, é essencial um processo longo e comprometido, que aborde as raízes históricas da luta e promova a reconciliação.
A declaração também destaca a necessidade de uma educação que construa confiança entre as partes envolvidas, superando medos e rejeitando a violência como solução política. “Esperamos sinceramente que este cessar-fogo marque o início de um novo caminho para a reconciliação, a justiça e a paz sustentável”, acrescentam.
Os líderes católicos pedem aos políticos e à comunidade internacional que elaborem uma visão clara para o período pós-guerra, baseada na dignidade, segurança e liberdade para todos. “Um futuro construído sobre esses valores é um requisito prévio para uma paz verdadeira e duradoura”, reforçam.
Além disso, a declaração expressa o desejo de que os Lugares Santos possam voltar a ser espaços de oração e acolhimento. “Ansiamos pelo dia em que os peregrinos possam visitá-los novamente em segurança e alegria espiritual.”
Por fim, os ordinários reafirmam sua fé em um futuro melhor. “Apesar da dor que sofremos, continuamos a olhar para o futuro com esperança inabalável. Que este cessar-fogo inspire novos esforços para o diálogo, o entendimento mútuo e a paz duradoura para todos.”
A mensagem conclui com um apelo à bênção divina para que a Terra Santa seja conduzida no caminho da cura e da reconciliação.
TRÉGUA
Na noite desta quarta-feira, 15, o primeiro-ministro do Catar, Mohammed Al Thani, confirmou a libertação de 33 reféns israelenses na primeira fase da trégua em Gaza.
O Catar foi um mediadores das negociações, junto de Edigo e Estados Unidos.
Dividido em três fases, o acordo, que entra em vigor no próximo domingo, 19, prevê a libertação gradual de todos os reféns que ainda estão sob controle do Hamas, a retirada das tropas israelenses de Gaza e planos para o futuro do território, além da libertação de palestinos presos em presídios israelenses.
A guerra de Israel contra o Hamas em Gaza começou em 7 de outubro de 2023, quando militantes invadiram o sul de Israel e mataram cerca de 1.200 pessoas e sequestraram outras 250. Até o momento, o conflito já contabiliza 48 mil mortos.
Com informações do Patriarcado Latino de Jerusalém e Vatican News
