A pequena comunidade católica da Paróquia da Sagrada Família de Gaza, com pouco mais de 130 fiéis entre 2 milhões de muçulmanos, prepara-se para celebrar a Páscoa. Apesar das restrições impostas pela pandemia da COVID-19, o Pároco, Padre Gabriel Romanelli, relatou à agência SIR que realizarão todos os ritos e tradições, seguindo os protocolos e recomendações das autoridades.
A população do território do Oriente Médio, localizado na divisa entre o Egito e Israel, além de ser marcada pelos constantes conflitos entre israelenses e palestinos, sofre com os impactos do coronavírus.
“O lockdown na Faixa prevê que tudo seja encerrado às 21h e que todas as atividades sejam interrompidas, por isso antecipamos os horários das liturgias, como será o caso da Vigília Pascal, marcada para as 17h de sábado”, ressaltou o Sacerdote.
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Os cristãos de Gaza, incluindo os ortodoxos, chegam à Páscoa depois de terem percorrido um “belo caminho de preparação quaresmal que os viu aproximar-se do sacramento da Confissão, da oração da Adoração, da recitação do Rosário”, como destacou o Pároco. Grupos de jovens, como os escoteiros, também retomaram suas atividades. “Esse último iluminará os dias pascais com o som da gaita de foles”, acrescentou o Padre Romanelli, que expressou a sua satisfação pela consagração da Paróquia a São José, que se soma à consagração celebrada no ano passado, ao Imaculado Coração de Maria.
Juventude
Na última sexta-feira da Quaresma os jovens fizeram uma encenação da Paixão de Cristo, que foi interpretado por jovem noviço do Instituto do Verbo Encarnado.
Depois de ter celebrado o Domingo de Ramos e rezado, como de costume, na segunda, terça e quarta-feira santa as Lamentações de Jeremias, o chamado “Ofício das Trevas”, nesta Quinta-feira Santa, 1º, a comunidade celebrou a Missa da Ceia do Senhor, que faz memória da instituição da Eucaristia e do sacerdócio, com o rito de lava-pés.
Na Sexta-feira Santa, 2, a comunidade reviverá a Paixão do Senhor, seguida da procissão com a imagem de Cristo morto, que vai da matriz paroquial até o cemitério local. Durante o trajeto, os fiéis costumam lançar flores à imagem de Jesus, que será colocada em um túmulo semelhante ao do Santo Sepulcro de Jerusalém, construído pelos jovens.
Oração e meditação
“O sábado será dedicado à recitação contínua do Rosário e à reflexão sobre as dores de Nossa Senhora pela morte do seu Filho Jesus. O Sábado Santo é também o dia da visita ao cemitério”, acrescentou o Pároco.
A vigília de Páscoa no sábado e a missa no domingo de Páscoa marcarão o ponto culminante da solenidade que contemplará também a troca de presentes, ovos e chocolates, a entrega de velas e de água benta para abençoar as casas. “Depois do Calvário, a Páscoa também chega para nós”, completou Sacerdote.
(Fonte: Agência SIR – traduzido e adaptado por Fernando Geronazzo)