Em 2019, houve 5.631 de casos reportados, o que significa 2% de todas as mortes no país
O número de pessoas que optam pelo suicídio assistido no Canadá cresceu 26% em 2019 em relação ao ano anterior, segundo relatório publicado pelo governo canadense.
“O número de mortes medicamente assistidas está em constante crescimento. Em 2019, houve 5.631 de casos reportados no Canadá, o que significa 2% de todas as mortes no Canadá”, afirma o relatório.
A idade média das pessoas que optam pelo suicídio assistido no Canadá é 75,2 anos. Os homens são os que mais o escolhem, com 50,9% dos casos. Câncer (67,2%) é a condição médica mais apontada como justificativa para o procedimento, seguido por problemas respiratórios (10,8%) e neurológicos (10,4%).
Os dados mostram que a maioria das pessoas que escolhe morrer dessa forma reclama da “falta de autonomia”. “A perda da habilidade em realizar atividades significativas (82,1%) seguida de perto pela perda de capacidade de realizar atividades diárias (78,1%) (…) são as descrições mais comuns do sofrimento dos pacientes”.
O Canadá legalizou o suicídio assistido em 2016. A lei também concede a menores de idade “maduros” autonomia para optar pelo procedimento. A legislação prevê a possibilidade de os próprios pacientes aplicarem em si mesmos as drogas que os levarão à morte, mas poucos escolhem morrer dessa forma. Em 2019, apenas sete pessoas aplicaram em si mesmas as drogas.
Em fevereiro deste ano, o Cardeal Thomas Collins, Arcebispo de Toronto, divulgou uma nota com críticas à legislação do país, que expande a eutanásia e o suicídio assistido sem expandir os cuidados paliativos, que procuram dar ao paciente dignidade no fim de sua vida.
“Apenas 30% dos canadenses têm acesso a cuidados paliativos de qualidade mesmo sabendo que a dor e a solidão estão entre os maiores medos daqueles que sofrem. Se todos os canadenses tivessem acesso a cuidados paliativos de qualidade, poucos procurariam a injeção letal. Entretanto, ao invés de desenvolvermos uma cultura de cuidado, estamos correndo em direção da morte sob demanda”, afirmou o Cardeal.
Outro problema apontado pelo Cardeal é que os médicos são obrigados a realizar o procedimento, pois o país não possui uma lei que proteja a consciência dos médicos.
“Devemos todos assegurar àqueles que sentem que suas vidas não possuem mais valor que isso não é verdade. Há dignidade em toda vida humana, não apenas quando somos jovens, saudáveis e capazes, mas também quando somos frágeis e vulneráveis”, concluiu o Prelado.
Fonte: Aleteia