No Haiti, bispos alertam para decreto que ameaça as bases da convivência, da cultura, da fé e da moral

Legislação ataca a essência da natureza humana ao tratar de temas como incesto, orientação sexual e a mudança de sexo

Os bispos da Conferência Episcopal do Haiti emitiram uma nota denunciando os erros presentes em dois decretos publicados pelo presidente Jovenel Moise.

Em meio à pandemia do coronavírus – que chegou também ao Haiti, mas sem a letalidade com a qual fora prevista –, o País se ocupa com crises bem mais graves: insegurança, miséria, desocupação, insalubridade, instabilidade política e corrupção. Vale lembrar, também que, embora o catolicismo apareça em certas estatísticas como a principal religião do país, há enorme sincretismo e o vodu é amplamente praticado.

Tendo em vista enfrentar principalmente os problemas de corrupção, o governo do Haiti publicou dois decretos, um propondo o número e a carta de identificação nacional únicos e o outro, um novo código penal.

A Conferência Episcopal se pronunciou denunciando a intromissão, nesses projetos, de ideologias estrangeiras alheias à cultura haitiana e à própria natureza humana. Afirmaram esperar, nesse momento, “coragem, lucidez, prudência e, sobretudo, respeito da parte do executivo, e não a imposição arbitrária ao povo haitiano daquilo que é simplesmente contrário aos verdadeiros valores”.

“Nós, bispos católicos do Haiti, queremos simplesmente declarar com energia que isso é eticamente e moralmente inaceitável por diversos aspectos, seja em termos de procedimento, seja de conteúdo. Com efeito, em vários pontos, este projeto de decreto representa um ataque particularmente grave à essência mesma da nossa humanidade. Implica problemas difíceis e complexos da vida humana como a maioridade sexual, o incesto, a orientação sexual, a mudança de sexo etc.”, escreveram.

Os bispos alertaram para o fato que esses decretos põem em risco os valores básicos do homem, nos quais a sociedade se apoia: “as bases mesmas da nossa sociedade, da nossa convivência, da nossa cultura, da nossa fé e da moral cristã”.

Em comunicado à Agência Fides, o Padre Renold Antoine, redentorista, afirmou que os bispos pediram ao executivo que se concentrasse em problemas reais do país em vez de importar valores estrangeiros: “Recordamos ao executivo que é sua responsabilidade moral e ética não se render às pressões ideológicas, venham de onde vierem, não comprometer o povo haitiano sem consultá-lo; deste modo, não há como evitar um colapso ainda mais catastrófico do que aquele que hoje conhecemos”.

Os bispos invocam o auxílio da padroeira do Haiti: “possa a Senhora do Perpétuo Socorro, padroeira do Haiti, nos proteger de todo mal e nos preservar de todo perigo”.

Este é mais um exemplo da loucura ideológica que há tempos forças do ocidente estão impondo sobre o mundo. No Haiti, por conta da trágica miséria, há pais que não dão nome aos filhos durante o primeiro ano de vida, evitando assim de apegar-se a eles, pois os índices de mortalidade infantil são altíssimos. Em uma nação que sofre com esse tipo de miséria, certas “elites intelectuais” e econômicas aproveitam a fraqueza institucional para levar adiante seus projetos que visam destruir a moral e a família. São conhecidos os esforços do tipo na África, e também o Brasil não está isento.

Com informações de Agência Fides

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