No Peru, Bispos lançam campanha para comprar cilindros de oxigênio aos pacientes com COVID-19

Pessoas com cilindros de oxigênio fazem filas diante de hospitais para tratar parentes internados

(Imagem extraída do vídeo da Conferência Episcopal Peruana)

Na quarta-feira, dia 1º, a Conferência Episcopal Peruana (CEP) lançou a campanha de solidariedade “Respira Peru, porque o oxigênio é vida”, em resposta à grave crise no fornecimento de cilindros de oxigênios que o país vem enfrentado devido à pandemia do novo coronavírus. A campanha reúne, também, o Grupo Educativo USIL e a Sociedade Nacional de Indústrias.

A escassez de cilindros tem levado a cenas dramáticas em algumas ruas do país: pessoas fazem fila diante de hospitais com cilindros para poder tratar seus parentes internados. “A crise que atravessamos hoje requer mais oxigênio: antes da pandemia, o Peru consumia 48 toneladas de oxigênio. Hoje, não são menos de 150”, escreveram os Bispos do país em nota divulgada pela CEP.

Devido à crise, o preço de cada cilindro mais do que quadruplicou. Antes da pandemia, cada cilindro custava aproximadamente 75 dólares americanos. Hoje, o valor varia de 500 a 1.950 dólares. Muitos peruanos se endividam para salvar parentes.

Dom Miguel Cabrejos Vidarte, Arcebispo de Trujillo e Presidente da CEP, salientou o desespero de muitas famílias devido à crise: “Vemos com imensa dor muitas pessoas correndo desesperadas ou fazendo fila para conseguir o oxigênio necessário para ajudar suas famílias. Diante desta situação, devemos agir”.

A campanha procura levantar fundos para aquisição de oxigênio para todos os pacientes de coronavírus no Peru. Para alcançar o objetivo, no sábado, 11, das 14h às 18h, os principais canais de televisão do país irão veicular a campanha e pedir doações. No vídeo de apresentação da iniciativa são mostradas imagens fortes para sensibilizar a população: bebês com falta de ar nas incubadoras, pacientes com problemas respiratórios e familiares em desespero esperando horas para comprar um cilindro.

Acerca do valor a ser arrecadado, Dom Miguel afirmou que a meta é atingir toda a população que precisa de oxigênio: “32 milhões de dólares? Não! 32 milhões de peruanos! Na verdade, todos nós podemos colaborar, porque não há ninguém tão pobre que não tenha algo para dar, nem há ninguém tão rico que não tenha algo para receber”.

O presidente do país, Martín Vizcarra, decretou que o uso de oxigênio medicinal é uma prioridade para o tratamento dos pacientes com coronavírus. Por isso, o consumo industrial do oxigênio deverá ser deixado de lado no país. Como a produção interna de cilindros não é suficiente para suprir a demanda, o Peru teve de recorrer a países vizinhos, como a Colômbia, Equador e Chile, para adquirir os cilindros.

Os números da pandemia no Peru

O Peru tem mais de 288 mil casos registrados de COVID-19 e aproximadamente 10 mil mortes pela doença. Proporcionalmente, os números do Peru são piores que os do Brasil.

No Peru, a cada 100 mil habitantes, 900 testaram positivo para COVID-19 e 30 morreram pela doença. No Brasil, a cada mil, 690 testaram positivo e 28,9 faleceram.

FONTES: Vatican News/ Agenzia Fides

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