No domingo, 30, na Solenidade de São Pedro e São Paulo, os católicos em todo o mundo são chamados a colaborar, de maneira generosa, com a coleta para o Óbolo de São Pedro, fundo por meio do qual o Santo Padre pode ajudar diretamente as obras de caridade em favor dos mais necessitados, impulsionar a missão da Igreja universal e enviar recursos financeiros ou comprar itens para localidades que estejam em emergência humanitária.
O fundo do Óbolo de São Pedro também é utilizado para sustentar as atividades da Igreja em Roma.
Há basicamente dois modos para contribuir com o Óbolo de São Pedro: com a coleta da missa no domingo, 30, a ser feita em todas as paróquias e comunidades, e cujo total arrecadado será repassado à diocese e esta fará o envio à Santa Sé; ou por transferência bancária nas plataformas indicadas em https://www.obolodisanpietro.va/es/dona.html.
COMO É COMPOSTO O FUNDO DO ÓBULO?
Uma análise detalhada da prestação de contas do Óbolo de São Pedro apresentada em junho de 2023, com dados relativos a 2022, ajuda a compreender a composição deste fundo.
Em 2022, o montante arrecadado no fundo do Óbolo de São Pedro foi de 107 milhões de euros, e o total de recursos destinados foi de 95,5 milhões de euros. O saldo positivo de 11,5 milhões de euros foi incorporado ao fundo para ser usado em iniciativas futuras.
Dos 107 milhões arrecadados, 43,5 milhões de euros provieram de doações recebidas naquele ano, sendo que a grande maioria, 27,4 milhões de euros (63% do total) foi de repasses feitos pelas dioceses, arrecadados principalmente no dia da coleta para o Óbolo de São Pedro.
Quando aos 27,4 milhões de euros se somam os 2,4 milhões euros que foram incorporados ao fundo por meio de doações individuais, chega-se ao valor de 29,8 milhões, que corresponde a 68,5% do total valores arrecadados em 2022. Deste montante, 11 milhões (25,3%) foram obtidos por repasses das dioceses e por doações individuais provenientes dos Estados Unidos. Do Brasil, o acumulado por estas duas fontes foi de 1,5 milhão de euros.
QUAL É O DESTINO DOS RECURSOS?
Segundo o Relatório de prestação de contas publicado em 2023, “o Óbolo de São Pedro visa a apoiar duas áreas principais da missão universal do Papa: financiar as atividades de serviço realizadas pela Santa Sé e contribuir com as inúmeras instituições de caridade que ajudam diretamente os mais necessitados”.
Em 2022, o total de doações feitas pelo Óbolo de São Pedro foi de 93,8 milhões de euros. Destes, 77,6 milhões se destinaram a atividades promovidas pela Santa Sé no cumprimento da Missão Apostólica do Santo Padre; e 16,2 milhões de euros voltaram-se a projetos de ajuda direta aos mais necessitados.
Em relação aos valores empenhados para a Missão Apostólica do Santo Padre naquele ano estiveram iniciativas para a propagação do Evangelho, promoção do desenvolvimento humano integral, formação dos sacerdotes, diplomacia em favor da paz, verbas destinadas às necessidades de culto e à organização do interno da vida da Igreja.
“Em apoio a todas estas tarefas e compromissos está a atividade diária de serviço dos dicastérios, entidades e organizações da Santa Sé que apoiam a Missão Apostólica do Santo Padre. Tudo isto é possível, em grande parte, graças às doações ao Óbolo de São Pedro”, consta no relatório, no qual se explica que as diferentes entidades e dicastérios da Santa Sé atuam para a realização de serviços e questões administrativas; gerenciam o patrimônio e apoiam a Missão Apostólica do Papa.
A AJUDA DIRETA AOS MAIS NECESSITADOS
Entre os mais necessitados que são ajudados com os recursos provenientes do Óbolo de São Pedro estão “pessoas e famílias, migrantes e refugiados, dioceses, paróquias e institutos religiosos em dificuldades, assim como populações inteiras afetadas por calamidades naturais, guerras ou necessitadas de ajuda humanitária”, detalha o relatório.
Durante o ano de 2022, o Papa Francisco, por meio do Grupo Missionário Apostólico, formado por Dicastérios da Santa Sé, doou 36 milhões de euros, dos quais 16,2 milhões foram financiados com o Óbolo de São Pedro, que promoveu e apoiou 192 projetos, em 72 países.
A maioria dos projetos, 77, foram de países do continente africano (34%). Na sequência vieram os da Europa (43 projetos), América (38), Ásia (31) e Oceania (3). No caso da Europa, grande parte dos recursos foi enviada em ajuda à população da Ucrânia, afetada pela guerra iniciada em fevereiro daquele ano.
As atividades promovidas em apoio aos mais necessitados são divididas em três categorias pela Santa Sé. A primeira agrupa projetos sociais, para os quais foram destinados 10,6 milhões de euros, 65,4% do total do montante de 16,2 milhões.
Entre estes projetos sociais, alguns dos exemplos são: iniciativas para o apoio à população afetada pela guerra na Ucrânia; ajuda à população impactada pelas inundações em Chade; construção de um centro médico no Peru; construção de salas de maternidade e de pediatria em um centro de saúde no Haiti; e reconstrução de uma escola para imigrantes no Vietnã.
Já para o apoio à presença evangelizadora das Igrejas necessitadas, o valor destinado via o Óbolo de São Pedro foi de 3,3 milhões no ano de 2022. Os recursos foram usados para financiar ações como um projeto de formação a religiosas no Malawi; a construção de um seminário propedêutico na Venezuela; e a viabilização de um centro missionário na Guiné;
Quanto à expansão e preservação da presença evangelizadora em novas Igrejas, o que envolve a construção de templos e edifícios, bem como a manutenção dos já existentes, o total destinado foi de 2,3 milhões de euros. Algumas das iniciativas apoiadas foram a reconstrução de uma paróquia no Congo; a construção e finalizações de igrejas em Bangladesh, Paquistão e Angola; além da construção de duas capelas em comunidades indígenas na Diocese do Alto Solimões (AM) do Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
AJUDA RECENTE AOS GAÚCHOS
No início de maio deste ano, semanas após as fortes chuvas que devastaram o estado do Rio Grande do Sul, o Papa Francisco, por meio da Esmolaria Apostólica, enviou à Nunciatura do Brasil cerca de 100 mil euros, o equivalente a mais de 500 mil reais, para ajudar a população gaúcha.
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