OMS declara fim do pior surto de ebola em Uganda em duas décadas

Com pelo menos 55 óbitos, epidemia foi a segunda com mais mortos da história do país; autoridades de saúde mantêm a vigilância e países vizinhos permanecem em alerta.

Uganda declara fim do surto da doença Ebola. – OMS/Vincent D.

A Organização Mundial da Saúde, OMS, declarou a última epidemia de ebola encerrada em Uganda. Com a confirmação da medida nesta quarta-feira termina o surto que em quase quatro meses matou pelo menos 55 pessoas.

Desde setembro, a doença se espalhou para nove distritos ugandeses, incluindo a capital, Kampala. O receio das autoridades é que o pior surto observado em mais de duas décadas no país chegasse à África Oriental.

Pelo menos 142 casos foram confirmados no segundo surto mais mortal da história do país. Mais 22 óbitos suspeitos foram relacionados ao surto, segundo a OMS. Sete deles foram de profissionais de saúde.
Pelo menos 142 casos foram confirmados no segundo surto mais mortal da história do país. Mais 22 óbitos suspeitos foram relacionados ao surto, segundo a OMS. Sete deles foram de profissionais de saúde. – OMS Uganda/Philip Kairu

Resposta

Pelo menos 142 casos foram confirmados no segundo surto mais mortal da história do país. Mais 22 óbitos suspeitos foram relacionados ao surto, segundo a OMS. Sete deles foram de profissionais de saúde.

Pelos critérios da OMS, uma epidemia de ebola é considerada encerrada quando não há relato de qualquer caso confirmado ou provável por 42 dias, o dobro do período de incubação de infecções.

A resposta ao primeiro surto da variante de vírus ebola do Sudão em uma década e o quinto do tipo específico foi marcada por atrasos na identificação e no rastreamento do primeiro caso. O paciente foi detectado em Mubende, no centro do país, em 20 de setembro.

A OMS aponta ainda a questão da “desinformação generalizada entre o público sobre os perigos e até mesmo a existência do vírus”.

Compromisso político

De acordo com a OMS, mais de 4 mil pessoas tiveram contato com pacientes confirmados. Elas foram acompanhadas e tiveram a saúde monitorada por 21 dias. No geral, a taxa de letalidade foi de 47%.

O último paciente da mais recente epidemia recebeu alta em 30 de novembro, quando começou a contagem regressiva de 42 dias para o fim do surto.

A OMS elogiou as autoridades de saúde pelo “forte compromisso político e por ter implementado ações de saúde pública de forma acelerada”. Nas comunidades e em pontos críticos de Mubende e Kasanda foi restringido o movimento de pessoas.

Para o diretor-geral da agência da ONU, Tedros Ghebreyesus, a resposta robusta e abrangente das autoridades ugandesas resultou na vitória contra o ebola.

O chefe da OMS destaca ainda que as lições aprendidas e os sistemas implementados para o surto “protegerão os ugandeses e outros nos próximos anos.”
O chefe da OMS destaca ainda que as lições aprendidas e os sistemas implementados para o surto “protegerão os ugandeses e outros nos próximos anos.” – ONU/Evan Schneider

Vírus ebola do Sudão

Com a atuação, o país demonstrou que a doença pode ser derrotada quando “todo o sistema trabalha em conjunto, desde a implantação de um sistema de alerta até a localização e o cuidado dos afetados e seus contatos, até a obtenção da plena participação das comunidades afetadas na resposta.”

O chefe da OMS destaca ainda que as lições aprendidas e os sistemas implementados para o surto “protegerão os ugandeses e outros nos próximos anos.”

O vírus ebola do Sudão é uma das seis variantes contra as quais ainda não foi aprovado tratamento e vacina.

Centros de isolamento e tratamento

A experiência da resposta ugandesa a epidemias permitiu reforçar rapidamente as áreas críticas e superar a falta dessas ferramentas essenciais, segundo a OMS.

A agência da ONU apoiou às autoridades de saúde de Uganda desde o início do surto com especialistas, treinamento em rastreamento de contatos, testes e atendimento ao paciente, além de construção de centros de isolamento e tratamento e fornecimento de kits de exames laboratoriais.

A OMS destaca ainda que mesmo com a declaração do fim do surto, as autoridades de saúde mantêm a vigilância e estão prontas para responder rapidamente a um eventual caso. Os países vizinhos permanecem em alerta.

Fonte: ONU

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