OMS divulga série de ações para melhorar a vida das pessoas com epilepsia

Organização Mundial da Saúde defende abordagem integrada para o tratamento e cuidados com pacientes que possam responder com mais resultados às várias necessidades de quem vive com a doença.

Filomena, de oito anos, no centro de reabilitação psicossocial de Maputo, Moçambique – UNICEF/Amminadab Jean
 

Em todo o mundo, mais de 50 milhões de pessoas vivem com epilepsia e com as implicações físicas ou mentais desse distúrbio neurológico. Todos os anos, 125 mil perdem a vida para a epilepsia ou causas relacionadas a ela.

Aproximadamente metade de todas as pessoas com epilepsia também tem outras condições de saúde física ou mental, que estão associadas a piores resultados de saúde e aumento das necessidades de cuidados de saúde.

Em todo o globo, as pessoas que vivem com epilepsia continuam sendo alvos de estigma, discriminação e violações de direitos humanos.

Crianças na Indonésia estão recebendo apoio psicossocial durante a pandemia
Crianças na Indonésia estão recebendo apoio psicossocial durante a pandemia – UNICEF/Jiro Ose

Emprego, educação e vida comunitária

Muitos que vivem com a doença também enfrenta barreiras para conseguir emprego, ter acesso à educação e são privados da participação integral na vida comunitária.

A diretora da OMS para Saúde Mental e Uso de Substância, Dévora Kestel, afirma que a resposta à epilepsia deveria ser coordenada, abrangente e envolver toda a sociedade. Ela ressalta que a doença tem consequências importantes em níveis pessoal, econômica, de saúde e inclusão social.

A OMS alerta sobre a falta do tratamento necessário a muitas pessoas com epilepsia em todo o mundo. Elas precisam de medicamento para controlar as convulsões. Somente neste caso, existe uma lacuna de 75% na maioria dos países de baixa renda e de 50% nas nações de renda média.

Diagnóstico e medo de ser estigmatizado

Esse fosso é resultado de um misto de falta de capacidade dos sistemas de saúde, distribuição desigual de recursos e uma baixa prioridade para o tratamento.  Além disso, muitas pessoas que vivem com a epilepsia não buscam o diagnóstico ou os cuidados por falta de conscientização e por medo de serem estigmatizadas.

No entanto, a epilepsia é altamente tratável. Mais de 70% dos que convivem com esse distúrbio poderia viver sem as convulsões, caso recebessem o tratamento que pode custar menos de US$ 5 ao ano.

E para assegurar que as pessoas recebam diagnóstico, cuidados e tratamento de que precisam, a nova série de ações da OMS tem como objetivo combater o fardo da epilepsia por meio de uma melhor integração nos cuidados primários dos sistemas de saúde.

Direitos humanos, treinamento e respeito

A série também delineia ações concretas, agrupadas sob 11 alavancas introduzidas pelo Quadro Operacional para o Cuidado Primário de Saúde e que lida com a lacuna de tratamento, fortalece serviços e promove uma abordagem baseada na pessoa, nos direitos humanos e nas várias necessidades de quem vive com a epilepsia.

Uma outra proposta do briefing é o fornecimento de recursos e treinamento para a mão-de-obra de saúde e assistência social, além do combate ao estigma e a legislações discriminatórias. Uma das ações é o respeito a quem vive com a epilepsia, à família e aos cuidadores dessas pessoas.

Fonte: ONU

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