Padres Mercedários nas periferias do mundo, escutando a voz do Senhor

A Ordem dos Padres Mercedários esteve de 30 de abril a 14 de maio reunida em Roma em Assembleia capitular. Frades de 23 países representando mais de 150 comunidades e 160 paróquias espalhadas em várias partes do mundo avaliaram a caminhada da família mercedária, debateram e refletiram sobre os vários desafios em seu apostolado e, fiéis a seu carisma, renovaram seus compromissos de evangelização, escutando a voz do Senhor.

Vatican Media

A Ordem de Nossa Senhora das Mercês, mais conhecida no Brasil como Ordem dos Padres Mercedários, concluiu no último sábado seu 17º Capítulo Geral, realizado em Roma de 30 de abril a 14 de maio. A Assembleia capitular, em plena sintonia com a origem mariana da família mercedária, teve como tema “Fazei tudo o que Ele vos disser”.

O Capítulo Geral é sempre um momento particularmente importante na vida de uma congregação, instituto ou ordem religiosa, ocasião em que alguns de seus membros, representando as várias comunidades espalhadas nas diferentes realidades em que se encontram, fazem uma avaliação de sua caminhada, debatem e refletem sobre os vários desafios que se lhes apresentam em seu apostolado de evangelização e, a partir daí, traçam as linhas e diretrizes pastorais para os anos seguintes.

ENCONTRO COM O PAPA FRANCISCO

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O Santo Padre recebeu na manhã do sábado (07/5), no Vaticano, os participantes do Capítulo Geral da Ordem de Nossa Senhora das Mercês. Ao agradecer a presença dos sacerdotes e religiosas capitulares, Francisco referiu-se ao tema escolhido pela Assembleia, em plena sintonia com a origem mariana de sua vocação: “Fazei tudo o que Ele vos disser!”. Trata-se de uma escolha significativa – disse – por ser um projeto que está prestes a ser implementado, do ponto de vista do serviço. De fato, os religiosos jamais devem esquecer que não há seguimento sem serviço, nem serviço sem a Cruz.

“Fazei tudo o que Ele vos disser!”

Por isso, disse Francisco, o primeiro pedido que Nossa Senhora faz a vocês, hoje, como membros do Capítulo Geral, é pôr-se à escuta. A situação atual pode ser comparada àquela do Evangelho, durante as Bodas de Caná: “Não têm mais vinho”. E explicou:

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“Muitas realidades existentes hoje no mundo, na Igreja, na sua Ordem referem-se a esta falta: falta de esperança, de motivação, de soluções. Por isso, a Virgem os desafia a pôr-se à escuta! Mas, ouvir o que? Ouvir as vozes que só nos falam de modo negativo? As que só propõem soluções fáceis, programas complicados e repletos de erudição ou, talvez, as que nos oferecem soluções para um maior compromisso?”

Porém, o Papa diz que Maria também nos diz outra coisa hoje: “ela pede que seja Jesus a desafiar os nossos corações de modo novo, original, inesperado. Quem sabe se os servos de Caná também estivessem reunidos em capítulo e pensassem o que poderiam fazer. Provavelmente, algumas vozes suscitariam problemas, outras ofereceriam soluções viáveis, embora arriscadas, e ainda outras, talvez, recomendassem dispensar os convidados, diante da própria incapacidade de enfrentar a situação”.

No entanto, Jesus não responde a essas perguntas, mas propõe algo que, certamente, nenhum servo tinha pensado: encher as jarras de purificação e de água. Trata-se de um gesto interessante que o Papa propõe à consideração dos capitulares: Jesus não diz o que eles querem e que jamais teriam imaginado ouvir. Em primeiro lugar, devemos ouvir a Deus que fala através do irmão ou das circunstâncias.

Recomeçar todos os dias

As jarras de purificação, que serviram no início do banquete, nos convidam a retornar ao nosso primeiro amor, à fonte da nossa vida consagrada; requerem atenção diante da necessidade. As jarras esvaziadas devem ser enchidas, novamente, com o mesmo entusiasmo com que foram enchidas antes do banquete começar. O Senhor nos pede para “recomeçar, todos os dias, em todos os projetos, sem cessar e sem desanimar”.

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O Papa conclui seu discurso aos capitulares Mercedários, com a exortação:

“Abramos nossos corações para acolher a surpresa que Jesus nos traz… Escutemos Maria e não nos deixemos surpreender pela voz que nos chama a encher as jarras, a entregar-nos ao serviço concreto e simples, essenciais para reconhecer uma obra, que não é nossa, mas de Deus. Em tudo, devemos “ser” como Ela, ao lado de Cristo aos pés da Cruz, no corpo sofredor dos pobres”

Fonte: Vatican News

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