As pessoas mais vulneráveis, como os refugiados, imigrantes e trabalhadores informais, foram as mais afetadas pela pandemia e pelas medidas de isolamento social, segundo a Caritas Internacional e a Coatnet, a rede de 46 organizações cristãs que lutam contra qualquer exploração de seres humanos.
A advertência foi feita na terça-feira, 29, junto com um apelo às autoridades para que coloquem em prática medidas urgentes para ajudar os mais necessitados.
O secretário geral da Caritas Internacional, Aloysius John, em um comunicado, salientou a importância de não se negligenciar o cuidado com os mais pobres, sem descurar do foco no combate à pandemia: “Neste momento de difusão do COVID-19, denunciamos a preocupante realidade das pessoas mais em risco de serem vítimas do tráfico. O fato de nossa atenção estar focada na pandemia não deve nos impedir de cuidar dos mais vulneráveis, como fazem em todo o mundo as Caritas locais e as organizações da rede Coatnet”.
O acompanhamento aos mais necessitados deve ser integral, segundo o secretário geral, incluindo “apoio material, sanitário, legal e psicológico”.
As instituições alertaram que um dos mais graves “efeitos colaterais” da pandemia foi o esquecimento por parte das autoridades públicas dos migrantes e trabalhadores informais, que, hoje, estão mais expostos ao tráfico e à exploração.
Migrantes e menores são os mais afetados
Situação paradigmática da denúncia da Caritas e da Coatnet é a situação de muitos filipinos no Líbano. Segundo Grabriel Hatti, presidente do escritório da Caritas do Oriente Médio e Norte da África, muitos filipinos “esperam em fila em suas embaixadas, sem nenhum tipo de apoio social ou proteção psicológica, e muitos deles estão, inclusive, privados de qualquer tipo de status legal”.
As organizações também denunciaram que as restrições causadas pela pandemia de COVID-19 aumentaram os casos de violência sexual contra menores e crianças, principalmente através da internet. A Caritas Internacional recordou na nota que, em apenas 11 dias de confinamento, apenas na Índia, 92 mil casos de abusos a menores foram denunciados.
“Pedimos às instituições e organizações da sociedade civil que protejam a crianças de abusos e da exploração, que se produzem também por meio dos novos meios”, pede, por fim, o secretário geral da Caritas Internacional, junto com um apelo para que todos denunciem qualquer caso que venham a conhecer de exploração infantil.
FONTE: Vida Nueva Digital
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