Pesquisa com bispos norte-americanos revela impactos da pandemia na vida diocesana e paroquial

Houve queda no acesso aos sacramentos e dificuldades para a manutenção financeira das igrejas

Católicos participam de missa na Arquidiocese de Nova York, nos Estados Unidos (crédito: Arquidiocese de Nova York)

Na quinta-feira, 9, um centro de pesquisa da Universidade de Georgetown, nos Estados Unidos, divulgou uma extensa pesquisa com bispos de 177 dioceses e 20 eparquias do país sobre os impactos e consequências da pandemia na vida diocesana e paroquial.

Intitulada “Ministério em tempos de pandemia”, a pesquisa abarcou a vida sacramental dos fiéis e, também, as consequências financeiras da pandemia. Além disso, procurou-se descobrir as medidas tomadas pelas diversas dioceses para fornecer os sacramentos aos fiéis e para enfrentar a crise econômica.

Em relação à celebração dos sacramentos, 99% dos bispos que responderam a pesquisa afirmaram que a celebração de confirmações e primeiras comunhões foi afetada durante a pandemia. Em relação ao sacramento do Batismo, 91% afirmaram que houve uma significativa redução no número de celebrações. Além disso, 93% disseram que os funerais foram afetados.

Entretanto, a pesquisa também perguntou o efeito da pandemia na vida moral e espiritual dos fiéis, padres e dos próprios bispos. Seis a cada dez bispos afirmaram que, desde março, quando começaram as restrições no ministério e na participação nas missas, a vida moral dos católicos foi, até certo ponto, afetada. Do total de bispos, 54% indicaram que a habilidade das instituições de caridade católicas para servir os necessitados foi também afetada.

AÇÕES DAS DIOCESES PARA ENFRENTAR A CRISE FINANCEIRA

Em resposta à crise financeira, as dioceses tomaram diversas medidas para dirimir os seus efeitos. Do total de bispos entrevistados, 97% afirmaram que foram adotadas medidas para ajudar as paróquias a se inscrever em programas do governo federal de ajuda financeira.; 87% disseram que, em suas dioceses, os fiéis foram incentivados a ajudar financeiramente as paróquias por meio de doações eletrônicas.

Do total de bispos, 15% eliminaram programas e ações de suas dioceses por problemas financeiros, enquanto 34% pensam em fazê-lo. Além disso, 20% dos bispos fecharam colégio católicos de educação básica devido à crise financeira e outros 25% consideram fazer o mesmo. O fechamento de escolas colegiais foram indicados por 14% e 12% podem ainda fechar essa categoria de escolas.

PREOCUPAÇÃO COM O FUTURO

Jonathan Wiggins, um dos responsáveis pela pesquisa, disse à Catholic News Service que ainda não é possível prever o efeitos da pandemia a longo prazo: “Estamos apenas há poucos meses na crise e ainda não sabemos os seus efeitos a longo prazo sobre as dioceses e paróquias”.

Os bispos também puderam escrever pequenas respostas escritas sobre a vida pastoral e as medidas tomadas e que ainda podem ser tomadas durante a pandemia. Alguns Prelados citaram, por escrito, que a dispensa do preceito dominical e informações cotidianas aos paroquianos de como poderiam participar da vida paroquial em casa e, também, ajudar financeiramente suas comunidades foram medidas importantes. Especificamente sobre a vida financeira, muitos bispos disseram que a perda da renda nas missas dominicais teve um efeito devastador nas paróquias. Além disso, os bispos demonstraram preocupação pelo crescimento do desemprego entre os fiéis.

Sobre a volta das missas presenciais, muitos bispos preocupam-se que uma parte dos fiéis poderá não retornar às missas dominicais depois de um tempo tão longo de ausência e afastamento da vida paroquial.

A inviabilidade financeira de escolas católicas também foi mencionada diversas vezes como preocupação central. Devido ao crescimento do desemprego no país, muitos pais não poderão mais manter seus filhos matriculados nessas instituições, o que pode inviabilizar financeiramente essas escolas.

Fontes: Catholic News Service e 1964 CARA

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