Costa Rica: Projeto de lei tenta pôr fim ao segredo da Confissão em casos de abuso

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A Conferência Episcopal da Costa Rica (Cecor) se manifestou contra uma iniciativa legislativa que propõe obri­gar os padres a “revelar as informações confiadas por um penitente” em casos de crimes sexuais contra menores de idade e pessoas com deficiência.

A proposta fala sobre ampliar o có­digo de processo penal costa-riquenho para que qualquer pessoa com cargo clerical que tenha “facilitado a prepa­ração, tentativa, consumação ou ocul­tação do ato ilícito” responda financei­ramente à vítima.

Há também a intenção de modi­ficar outro artigo, que vai reconhecer que os ministros religiosos, médicos, advogados, notários, funcionários pú­blicos entre outros, podem “abster-se de testemunhar sobre fatos secretos que tenham chegado ao seu conheci­mento”. No entanto, o projeto diz que essas pessoas não podem “negar o seu depoimento quando forem dispensa­das pelo interessado do dever de guar­dar sigilo”.

Isso permitiria, com o consenti­mento da vítima, convocar a pessoa a quem foi confiado o segredo, que po­deria ser um padre.

O projeto também exigiria que qualquer pessoa que tivesse “sinais identificados de crimes sexuais” em de­trimento de menores ou pessoas com deficiência apresentasse uma queixa às autoridades “imediatamente”.

Diante dessa proposta, a Cecor emitiu um comunicado no qual diz que o projeto constitui “um ataque di­reto à doutrina e à liturgia da Igreja Ca­tólica sobre o tema do sacramento da Penitência ou da Confissão, desrespei­tando a sacralidade daquele momento em que o penitente está diante de Deus e da sua consciência”.

A conferência episcopal diz que essa lei obrigaria os sacerdotes a “re­velar a informação confiada por um penitente, seja vítima, autor ou teste­munha de um ato dessa natureza”, afe­tando inclusive os casos em que “a sua única fonte de informação está dentro do sacramento da Confissão”.

“Esse projeto de lei, ao tentar levan­tar o selo sacramental, não só ameaça um direito fundamental da prática religiosa, mas também compromete a própria essência da liberdade de culto”, diz o comunicado da Cecor.

Fonte: ACI Digital

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