Após 14 anos de guerra civil, no domingo, 8, grupos rebeldes islâmicos do Hayat Tahrir al-Sham tomaram o controle da cidade de Damasco, capital da Síria, e anunciaram a derrubada do governo do presidente Bashar al-Assad, que fugiu do país e recebeu asilo político da Rússia.
A cidade parece ter voltado a respirar, mas as relações com os países vizinhos estão tumultuadas: o Iraque fechou as fronteiras, enquanto o exército de Israel enviou tropas adicionais para as Colinas de Golã, “a fim de proteger os cidadãos israelenses”, segundo um comunicado.
A esperança de muitos é de que o país possa agora, de alguma forma, se abrir à reconciliação. Esse também é o desejo do Cardeal Mario Zenari, Núncio Apostólico na Síria, que, aliviado por não ter havido derramamento de sangue na tomada do poder, espera que um pouco de prosperidade também possa chegar aos sírios, bem como o respeito aos cristãos e às várias denominações religiosas.
“Quem assumiu o poder prometeu [aos bispos de Aleppo, uma das cidades mais importantes do país] que respeitará a todos, mas o caminho ainda é árduo. A comunidade internacional deveria suspender as sanções, pois elas são um fardo às pessoas pobres”, afirmou o Purpurado.
Dom Zenari disse também que o único desejo dos jovens, especialmente nos últimos dois anos, era fugir porque não viam futuro em seu país. Agora, espera-se que a porta para a esperança volte a se abrir. Com a ajuda da comunidade internacional e a boa vontade de todos os sírios, um caminho de reconciliação e reconstrução se descortina, à espera de novos tempos para toda a população.
Fonte: Vatican News