Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), a atual crise no Sudão, no continente africano, atingiu níveis sem precedentes, superando a da Ucrânia e a da Síria: mais de 8,5 milhões de sudaneses foram forçados a fugir das suas casas desde que a guerra entre militares rivais eclodiu em 15 de abril de 2023, e 25 milhões necessitam de assistência imediata.
Mais de 1,8 milhão de refugiados fugiram pelas fronteiras com o Sudão do Sul, Chade, República Centro-Africana, Egito, Etiópia e Uganda.
Olga Sarrado, porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), disse que “o Sudão experimentou a destruição quase completa da sua classe média urbana: arquitetos, médicos, professores, enfermeiros, engenheiros e estudantes perderam tudo” e que a guerra civil “destruiu a vida das pessoas, enchendo-as de medo”.
“As restrições de acesso, os riscos de segurança e os desafios logísticos dificultam a resposta humanitária. A situação é terrível: inúmeras mulheres e crianças, famintas e traumatizadas, enfrentam circunstâncias insuportáveis. As pessoas não conseguem obter alimentos, o que pode se transformar na maior crise alimentar de que se tem notícia até hoje. Água, abrigo e cuidados médicos também são necessários, uma vez que pais e crianças testemunharam ou vivenciaram violência terrível, tornando o apoio psicossocial uma prioridade”, acrescentou Olga.
Na segunda-feira, 15, a União Europeia realizou uma conferência humanitária sobre o Sudão, em Paris, na França, com o objetivo de aumentar o financiamento para a ajuda ao país, superar obstáculos ao acesso humanitário e elevar as vozes e o papel das organizações locais da sociedade civil. A nação africana necessita de 2,7 bilhões de dólares para se reerguer dos efeitos da guerra civil.
Fonte: Crux Now