União Europeia: Aplicativo Hallow pode ser proibido

Reprodução/Canção Nova

Em uma era em que a tecnologia está remodelando a maneira como as pessoas se conectam com sua fé, uma batalha está se formando na União Europeia (UE) e pode determinar o fu­turo da expressão religiosa no mundo digital. O Hallow, o aplicativo de ora­ção líder no mundo, está enfrentando uma possível expulsão do mercado da UE, gerando um debate sobre a linha tênue entre regulamentação e liberda­de religiosa.

O aplicativo, que já foi proibido na China, agora corre o risco de ser encer­rado na Europa devido ao que Alex Jo­nes, seu fundador, descreve como um fardo regulatório avassalador. Embora os detalhes permaneçam obscuros, a situação levanta questões fundamen­tais: a UE está aplicando políticas di­gitais justas ou está involuntariamente – ou deliberadamente – sufocando pla­taformas baseadas na fé?

O Hallow cresceu rapidamente, oferecendo a milhões de usuários um espaço para oração, meditação e orien­tação espiritual. Ao contrário das plata­formas de mídia social que dominam o cenário digital, o foco do Hallow é profundamente pessoal – ele fornece às pessoas uma maneira de nutrir sua fé por meio da tecnologia. No entan­to, apesar de seu sucesso, o aplicativo agora enfrenta desafios significativos na Europa, uma região que se orgu­lha da diversidade e da liberdade de expressão.

Jones expressou recentemente sua frustração nas mídias sociais, apontan­do que o Hallow estava se preparando para expandir seu alcance pela Europa, desenvolvendo conteúdo em vários idiomas, incluindo polonês, francês, alemão e italiano. No entanto, ele aler­tou que se a pressão regulatória conti­nuasse, tais planos se tornariam “virtu­almente impossíveis”.

A legislação abrangente sobre a questão, introduzida no início de 2023, exige que as plataformas digitais di­vulguem relatórios detalhados sobre a atividade do usuário, gerenciamento de dados e práticas de moderação de conteúdo.

À primeira vista, tais medidas po­dem parecer razoáveis em uma era de crescentes preocupações com privaci­dade e desinformação. No entanto, apli­cativos baseados na fé como o Hallow enfrentam um desafio adicional: dados religiosos são frequentemente classi­ficados como altamente sensíveis, o que significa que a conformidade com essas regulamentações pode ser ainda mais complexa e exigente. A conse-quência não intencional? Um campo de jogo no qual as plataformas religio­sas lutam para sobreviver sob o peso da burocracia. A Alliance Defending Freedom (ADF) International, um grupo de­dicado à defesa dos direitos humanos fundamentais – incluindo a liberdade religiosa – já entrou em contato com Jones, oferecendo-se para examinar o caso. Isso levanta a possibilidade de uma batalha jurídica que pode estabe­lecer um precedente crucial de como as organizações baseadas na fé navegam nas regulamentações digitais.

O caso se estende além do Hallow. Se um aplicativo de oração pode ser re­tirado do mercado devido a demandas regulatórias excessivas, o que isso sig­nifica para igrejas, instituições de cari­dade religiosas ou iniciativas baseadas na fé que dependem de plataformas digitais?

O compromisso da Europa com a liberdade religiosa se manterá forte diante de seu cenário digital em evo­lução, ou a fé será mais uma vítima da regulamentação excessiva? No fundo, não se trata apenas de um aplicativo. Trata-se do papel da fé no mundo mo­derno e se os governos, em sua busca para regular o espaço digital, estão res­tringindo involuntariamente a prática religiosa. O destino incerto de Hallow é um sinal de alerta do que pode vir a seguir: um futuro no qual a tecnologia não é uma ponte para o crescimento es­piritual, mas um campo de batalha no qual a fé deve lutar por seu lugar on-line.

Fonte: Zenit News

Comentários

  1. A Igreja deveria estar ao lado das regulamentações e não da pretensa liberdade de expressão que ataca a dignidade das pessoas.
    Essa regulamentação implica que aplicativos que usam dados pessoais devam ter toda uma proteção. É o mesmo que ocorre com o Sacramento da Confissão.

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