Em carta apostólica, Papa apresenta São Jerônimo como a ‘Biblioteca de Cristo’

Foi publicada nesta quarta-feira, 30, a Carta Apostólica Sacrae Scripturae affectus, do Papa Francisco, por ocasião do 16º centenário da morte de São Jerônimo, doutor da Igreja, tradutor e exegeta das Sagradas Escrituras.

Na Introdução do documento, o Pontífice recorda a vida de São Jerônimo, seu percurso e estudos iniciados a partir da visão que ele teve numa Quaresma por volta do ano 375.  “Aquele episódio da sua vida concorre para a decisão de se dedicar inteiramente a Cristo e à sua Palavra, consagrando a sua existência a tornar as palavras divinas cada vez mais acessíveis aos outros, com o seu trabalho incansável de tradutor e comentador”, destaca o Papa, acrescentando que , “colocando-se à escuta na Sagrada Escritura, Jerônimo encontra-se a si mesmo, encontra o rosto de Deus e o dos irmãos, e apura a sua predileção pela vida comunitária”.

“Para uma plena compreensão da personalidade de São Jerônimo, é necessário combinar duas dimensões caraterísticas da sua existência de crente: por um lado, a consagração absoluta e rigorosa a Deus, renunciando a qualquer satisfação humana, por amor de Cristo crucificado (cf. 1 Cor 2, 2; Flp 3, 8.10); por outro, o empenho assíduo no estudo, visando exclusivamente uma compreensão cada vez maior do mistério do Senhor”, explica o Santo Padre.

Acesse a íntegra da Carta Apostólica Sacrae Scripturae affectus

AMOR PELAS ESCRITURAS

O Santo Padre enfatiza que o amor apaixonado de São Jerônimo às divinas Escrituras está imbuído de obediência: “antes de tudo, obediência a Deus, que Se comunicou em palavras que exigem escuta reverente  e, consequentemente, obediência também a quantos na Igreja representam a tradição interpretativa viva da mensagem revelada”.

Ao se referir à Vulgata, edição da Bíblia traduzida pelo Santo, o Papa ressalta que, com essa tradução, “Jerônimo conseguiu ‘inculturar’ a Bíblia na língua e cultura latinas, tornando-se esta operação um paradigma permanente para a ação missionária da Igreja”.

Por fim, o Pontífice afirma que, entre muitos elogios feitos a São Jerônimo, encontra-se o de que ele não foi considerado simplesmente um dos maiores cultores da “biblioteca” de que se nutre o cristianismo ao longo dos tempos, mas, com a leitura assídua e a meditação constante, fizera do seu coração uma biblioteca de Cristo”

“Jerônimo não poupou esforços para enriquecer a sua biblioteca, vendo nela um laboratório indispensável para a compreensão da fé e para a vida espiritual; e, nisto, constitui um exemplo admirável também para o presente”, completou Francisco.

(Com informações de Vatican News)

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