‘O Cristianismo não propõe vida fácil, não acontece sem tomar a cruz’

Este foi um dos pontos abordados pelo Cardeal Scherer, Arcebispo Metropolitano, no programa Diálogos de Fé, no último domingo

O fiel seguimento a Cristo, a coerência entre os atos da vida e a fé, a continuidade das transmissões das missas on-line e as falas sobre política por parte do clero foram alguns dos assuntos comentados pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, no programa “Diálogos de Fé”, no domingo, 30 de agosto, transmitido pela rádio 9 de Julho (AM 1.600 kHz) e pelas mídias sociais da Arquidiocese.

Ao retomar a liturgia daquele 22^o Domingo do Tempo Comum, o Cardeal ressaltou que Jesus se coloca à frente dos discípulos, que, ao segui-Lo, aprendem com o Mestre a dimensão do servir e que o caminho da salvação não é percorrido sem sacrifício. “O Cristianismo não propõe vida fácil, não acontece sem tomar a cruz, sem enfrentar sofrimentos, perseguições e incômodos que nos vêm por causa de Cristo”, afirmou.

O Arcebispo lembrou, ainda, que os cristãos, em seus diferentes atos, devem ser coerentes com a fé que professam. “Será que minha vida se orienta pelo pensar de Deus ou pelo pensar dos homens?”, indagou, recordando que essa coerência se expressa, por exemplo, na contrariedade ao aborto, à corrupção ou a qualquer outro tipo de desonestidade.

Missas on-line

Dois internautas questionaram o Arcebispo sobre as missas transmitidas on-line. Juan Pablo Matoso perguntou se estas devem ser mantidas após a pandemia, e Sueli Marcon quis saber se está em pecado por não ir às missas presenciais, devido a ainda ter medo de se contagiar com o coronavírus.

O Arcebispo afirmou que o uso das mídias por parte da Igreja deve continuar, incluindo as transmissões das missas, porém ponderou que assim que houver condições de as pessoas participarem presencialmente, devem fazê-lo: “A presença física na Igreja e a participação nos sacramentos, nas atividades pastorais, nos encontros formativos, nas ações caritativas são muito importantes, fazem parte da vida da Igreja. Não nos acomodemos a esta forma de participar da missa pelas mídias ou meios de comunicação”.  

Dom Odilo observou, contudo, que quem ainda tem receio de ir às missas em razão da pandemia não está em pecado e deve permanecer atento às recomendações de cada bispo diocesano a respeito da retomada gradual das celebrações com a participação do povo.

O padre pode falar de política na homilia?

A este questionamento da internauta Consola Lacerda, o Arcebispo ponderou que o que não se recomenda, e é inclusive proibido por lei, é que o ministro ordenado fale, na homilia, de política partidária ou peça votos para candidatos ou partidos. Isso, todavia, não deve ser confundido com comentários sobre os impactos da política para a sociedade.

“Quando o padre fala de ajudar os pobres, fala de injustiças sociais, dos direitos humanos, há quem diga que ele esteja fazendo política. Sim, está fazendo a política certa, e isso não pode ser confundido com política partidária”, ressaltou.

(Colaborou: Flavio Rogério Lopes)

CLIQUE AQUI E ASSISTA À ÍNTEGRA DO PROGRAMA DO DOMINGO, 30 DE AGOSTO