‘O ser humano tem algo de divino em seu interior’

(Foto: Bruno Melo)

O Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, presidiu, na capela de sua residência, a missa desta quarta-feira, 10, dia em que a Igreja celebra a memória litúrgica de Santa Escolástica.

A Eucaristia foi transmitida pela rádio 9 de Julho e pelas mídias digitais da Arquidiocese.

Irmã de São Bento, Escolástica nasceu em Núrsia, na Úmbria (Itália), por volta do ano 480. Com seu irmão, consagrou-se a Deus e seguiu-o para o Monte Cassino, onde se dedicou à vida monástica até sua morte, aproximadamente no ano 547.

“Com São Bento, ela compartilhou o mesmo carisma da oração, contemplação, o trabalho, a caridade, o amor à Igreja, à evangelização”, ressaltou Dom Odilo, no início da celebração, pedindo a intercessão de Santa Escolástica pelas monjas beneditinas e demais religiosas de vida contemplativa da atualidade.

Sopro divino

A primeira leitura (Gn 2,4b-9.15-17) narra a criação do homem do pó da terra, destacando que Deus “soprou-lhe nas narinas o sopro da vida”, tornando-o um ser vivente.

“Este sopro divino é também identificado como o Espírito”, explicou o Cardeal, acrescentando que a Igreja interpreta, assim, que o ser humano possui algo a mais do que as outras criaturas do mundo, a alma espiritual, a capacidade de se relacionar com Deus.

“Esse sopro é o que aproxima o ser humano da semelhança com Deus. O homem, portanto, tem algo de divino”, completou o Arcebispo, recordando que, após a ressurreição, Jesus também sopra os apóstolos e lhes  diz: “Recebei o Espírito Santo”.

Pureza interior

No Evangelho do dia (Mc 7,14-23), Jesus exorta a multidão que “o que torna impuro o homem não é o que entra nele vindo de fora, mas o que sai do seu interior”, referindo-se a observância dos inúmeros ritos de pureza prescritos pela lei de Moisés.

Ao comentar esse trecho, Dom Odilo destacou que essas prescrições de natureza ritual acabaram se tornando tão pesadas que se assemelhavam a uma escravidão, por isso, Cristo mostra que o que realmente torna a pessoa impura é o que está dentro de seu coração, compreendido como a sede das suas intenções, propósitos e da vontade.

“Portanto, devemos zelar pelas nossas intenções, pela retidão da nossa vida, por aquilo que somos. É isso que nos torna dignos, puros, ou, do contrário, manchados, corruptos e impuros”, concluiu o Cardeal.

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