Beato Mariano de la Mata é modelo de santidade sacerdotal para a Igreja em São Paulo

Nesta quinta-feira, 5, a Igreja celebra a memória do Bem-Aventurado Padre Mariano de la Mata, sacerdote agostiniano que viveu na Arquidiocese de São Paulo, onde foi beatificado, em 2006.

Mariano de la Mata Aparicio nasceu em Barrio de la Puebla, em Palência, na Espanha, no dia 31 de dezembro de 1905. O menino cresceu num ambiente cristão e foi incentivado a ingressar na Ordem Agostiniana também pelo fato de três de seus irmãos terem abraçado a Ordem.

Em 29 de agosto de 1921, Mariano ingressou no seminário agostiniano de Valladolid, na Espanha, e realizou sua primeira profissão religiosa em 10 de setembro de 1922, ocasião em que fez os votos de pobreza, obediência e castidade. Após oito anos, em 25 de julho de 1930, foi ordenado sacerdote, e já em 21 de agosto de 1931, enviado em missão para o Brasil.

Em 1933, Padre Mariano assumiu o Colégio Santo Agostinho, em São Paulo, onde foi professor, secretário e ecônomo. Entre 1945 e 1948, foi superior da Vice-Província Agostiniana do Brasil. Em 1949, foi para o Colégio de Engenheiro Schmitt, em São José do Rio Preto (SP), sendo diretor por três anos, professor e conselheiro da Vice-Província até 1960. A seguir, transferiu-se novamente para o Colégio Santo Agostinho, em São Paulo, onde permaneceu até o fim da vida, em 5 de abril de 1983.

Virtudes

Homem de oração e manifesto amor à Eucaristia e a Nossa Senhora da Consolação, dedicou-se integralmente às Oficinas de Caridade de Santa Rita (equipes de senhoras que confeccionam, costuram e distribuem enxovais e roupas aos recém- -nascidos e pobres) e, por esses e tantos outros motivos, era chamado de “mensageiro da caridade e do amor”.

“De caráter firme, mas generoso, espontâneo, desprendido e muito sensível diante da dor, Padre Mariano terá a sua vida marcada pelo amor aos que sofrem. Verdadeiro mensageiro do amor, levará aos doentes o conforto da sua presença e da sua palavra de esperança. Não importavam as deficiências auditivas e visuais que o acompanharam durante muitos anos da sua vida. O amor era mais forte, a caridade o impelia. ‘A morte não espera’, dizia, a solidão aumenta a dor. Sem preocupações com horários, Padre Mariano saía pela cidade de São Paulo com o seu ‘fusca’, sem pensar nos riscos, enfrentando desafios, mas animado por uma alegria interior e levando um raio de esperança aos doentes e aos que precisavam do seu amor, assim como o incentivo da sua presença e da sua palavra às Associadas das Oficinas de Caridade de Santa Rita de Cássia.”

O trecho acima faz parte da biografia do Beato, que enfatiza a questão do cuidado e atenção que tinha para com os doentes e como estava sempre disponível para atender aqueles que pediam sua presença.

Beatificação

Beatificado no dia 5 de novembro de 2006, na Catedral da Sé, em São Paulo, durante celebração presidida pelo Cardeal José Saraiva Martins, então Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, Padre Mariano de la Mata tem seus restos mortais sepultados na Paróquia Santo Agostinho, no bairro da Liberdade.

“O Padre Mariano foi pobre com os pobres, humilde com os humildes e atento aos enfermos e anciãos, solícito com os alunos, os paroquianos e com os associados das Oficinas de Santa Rita, misericordioso com os penitentes, puro de coração, pacífico na comunidade dos religiosos agostinianos e na respectiva família, superando as dificuldades com a oração e o sacrifício, invocando a Virgem Maria sob o apelativo de Nossa Senhora da Consolação, em todos os momentos, até à hora de entregar a sua vida. Tanto no Brasil como na Espanha, a sua memória nos ajudará a dar glória e louvor a Deus e a seguir o seu exemplo”, disse o Cardeal José Saraiva Martins, durante a solenidade de beatificação.

O milagre aprovado pela Congregação para as Causas dos Santos e pelo Papa Bento XVI para a beatificação do Padre Mariano ocorreu 1996, em Barra Bonita (SP), com a cura do menino João Paulo Polotto, após um acidente na rua.

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