A Igreja celebra São Josemaria Escrivá, presbítero e fundador do Opus Dei

“Uma obra que permitisse a qualquer um se tornar santo”: eis o ideal que estimulou o jovem Josemaría Escrivá de Balaguer, fundador da Opus Dei. A sua história é a de um sacerdote “apaixonado por Deus”, que repetia sempre: “De cem almas, nos interessam as cem”.  

“Pegadas de pés descalços sobre a neve”. O gérmen da santidade pode desabrochar também em acontecimentos aparentemente banais. Josemaría tinha 16 anos quando observou aquelas pegadas deixadas por alguns Carmelitas ao chegarem à cidade e se perguntou: “O que seria capaz de oferecer a Jesus diante da total generosidade, que testemunham aqueles rastos de pés nus na neve”?

Era o ano de 1918. Aquele rapaz espanhol, natural de Barbastro, em Aragão, depois transferido com a família para Logroño, intuiu que Deus estava à sua procura para realizar alguma coisa que ainda não tinha forma.

Pegadas da vocação

Aquelas pegadas na neve prosseguem, de qualquer modo, no seu interior. Josemaría interroga-se, continuamente, para saber, com clareza, qual o projeto, que Deus não lhe havia revelado totalmente, para tomar uma decisão. Qual a escolha melhor, para encontrá-lo preparado, senão a de ser sacerdote?

O jovem estudou, antes em Logroño e depois em Zaragoza, e formou-se, não só em vista do seu futuro ministério, mas também em Direito, seguindo o conselho do seu pai, que veio a falecer em 1926.

No dia 28 de março do ano seguinte, Josemaría tornou-se sacerdote. A sua primeira experiência foi em uma periferia de Zaragoza, entre os pobres e analfabetos. No entanto, aquelas pegadas continuam em seu coração.

Visão de uma Obra

Quarta-feira, 2 de outubro de 1928. Após a Missa, Padre Escrivá subiu para seu quarto. Morava com a sua família, há quase um ano, em um pequeno apartamento de Madri: pouco dinheiro e muito trabalho, entre compromissos sacerdotais, estudo e aulas particulares.

Ao organizar suas anotações, – propósitos, inspirações, ideias – como por uma fulguração, Josemaría “viu” a Obra que Deus lhe pedia: “Pessoas de todas as nações e raças, de todas as idades e culturas buscavam a Deus e o encontravam na vida de cada dia; santificavam seu trabalho, humilde ou prestigioso que fosse; cristianizavam seus ambientes, como por contágio”.

Então, Josemaría ajoelhou-se e, com o tempo, escreveu: “Tinha 26 anos, contava com a graça de Deus e bom humor. Nada mais. Mas tinha que construir a Opus Dei”. Aquelas pegadas tinham chegado ao seu destino!

“Cem anos antes”

A guerra civil estoura, sobretudo e de modo feroz, contra a Igreja, obrigando Josemaría à clandestinidade, refugiando-se, para além dos Pirineus, em Burgos, na França. Regressou para Madri, em 1839, e, depois, em 1946, partiu para Roma, onde foi recebido pelo Papa Pio XII.

O Papa Pacelli estimava muito ao Padre Escrivá, mas o problema era que, para aprovar canonicamente uma Obra daquele tipo, – simples cristãos que queriam se santificar na vida de cada dia – faltavam os princípios jurídicos.
A Opus Dei, – disse alguém – “teria chegado cem anos antes”. Mas, finalmente, entre 1947 e 1950, foi-lhe concedido o máximo sigilo eclesial. A Opus Dei contou, nos decênios sucessivos, com uma grande expansão. Seu fundador fez numerosas viagens pelo mundo.

Josemaría Escrivá de Balaguer faleceu em 26 de junho de 1975, Em 6 de outubro de 2002, João Paulo II o proclamou Santo.

Fonte: Vatican News

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