Hoje a Igreja celebra a Santíssima Trindade

Domingo passado, com a solenidade de Pentecostes, terminou o tempo Pascal e, a partir de segunda-feira, voltou o tempo Comum: tempo da Igreja, quando os sacerdotes usam paramentos verdes; tempo em que somos chamados a viver o Evangelho, na normalidade da vida quotidiana, dando testemunho da alegria de sermos discípulos de Jesus crucificado e ressuscitado. 

Reprodução da Internet

Se pararmos, por um momento, e olharmos para trás, podemos compreender um único designo: da porta do Céu, Deus Pai notou quanto os homens, após o pecado de Adão e Eva (Gn 3), se desviaram, sem conseguir mais encontrar o caminho de volta para o Céu; Deus enviou os profetas para ajudá-los a reencontrar o caminho, mas eles, não só não os ouviram, mas os mataram (Cf. Mt 23,34). Por fim, movido de compaixão, enviou-lhes seu único Filho: “Deus se fez carne e habitou entre nós” (Natal, Jo 1,14). Assim, Jesus, Filho de Deus, compartilhou a nossa condição humana em tudo, exceto o pecado, recordando-nos que fomos criados por Deus, somos seus filhos e Deus é Pai. 

Com suas palavras e vida, Jesus indicou-nos, na Verdade, o caminho para voltar ao Pai, a Vida Eterna. Desta forma, Jesus revelou-nos o rosto do Pai: “Quem me vê, vê o Pai” (Jo 14,9), recordando-nos que o caminho para o Céu é possível para todos. Por isso, não devemos temer, não devemos ter vergonha… pois, Deus Pai é Amor, Fidelidade, Misericórdia. Obediente ao Pai, Jesus morreu na cruz para nos salvar. No terceiro dia, ressuscitou! Assim, ao vencer o pecado e a morte, abriu-nos o caminho para voltar ao seu e nosso Pai (Páscoa): um caminho que podemos percorrer com confiança, porque Jesus subiu ao Céu e nos deu o Espírito Santo (Pentecostes). Este foi seu primeiro dom aos fiéis: um Amor, que se tornou pessoa, derramado sobre nós, para que pudéssemos viver como filhos de Deus. Deste modo, entendemos porque, hoje, a liturgia nos faz viver a solenidade da Santíssima Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo, uma espécie de síntese e, sobretudo, meta do caminho até agora percorrido.

Este Deus, que se apresenta como Uno e Trino, não está distante, como parece, mas tão perto de nós, como Pão partido, Corpus Christi, que celebraremos na próxima quinta-feira. Pão dos Anjos e caminho para o Céu. Trata-se de um dom que custodia e revela o Sagrado Coração de Jesus, solenidade que celebraremos depois de Corpus Christi. Estas três celebrações litúrgicas representam o mistério da nossa fé, revelado nestes meses: do Natal à morte e ressurreição de Jesus, à Ascensão ao Céu e Pentecostes.

A heresia de Ário – que colocava em dúvida a divindade de Jesus e o vínculo da Santíssima Trindade, condenada pelos Concílios de Nicéia (Credo Niceno de 325) e de Constantinopla (Credo Niceno-Constantinopolitano de 381), – favoreceu uma grande devoção à Trindade, tanto nas pregações como nas práticas de piedade. Depois, por volta do século VIII, apareceram, nos prefácios litúrgicos, referências à doutrina sobre a Santíssima Trindade. Por volta do ano Oitocentos, começou-se a celebrar, em um domingo, uma Missa votiva em sua homenagem, uma decisão adversa, porque todo domingo compreende a memória da Trindade. Enfim, em 1334, o Papa João XXII introduziu a festa em toda a Igreja.

Fonte: Vatican News

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