Henrique II, Imperador do Sacro Império Romano e último expoente da dinastia otomana, viveu entre 973 e 1024. Dedicou sua vida para fortalecer o destino da Igreja e do seu reino. Este santo imperador é considerado exemplo de retidão no governo e padroeiro dos monarcas.
Não se pode compreender plenamente a sua vida, partindo apenas da sua forte formação cristã, recebida desde criança.
Filho do duque da Baviera, Henrique nasceu em Bamberg, em 973, e cresceu em um ambiente profundamente cristão. Foi educado pelos cânones de Hildesheim e, depois, pelo bispo Saint Wolfgang, em Regensburg.
Sucedeu seu pai e, em seguida, também seu primo Otto III, tornando-se, em 1002, rei da Alemanha e, dois anos depois, também da Itália. No entanto, seu irmão Bruno renunciou à vida de corte para se tornar bispo de Augsburg; uma das suas irmãs tornou-se monja, enquanto a outra se casou com aquele que se tornariaSanto Estevão da Hungria. Em 1014, o Papa Bento VIII consagrou Henrique imperador do Sacro Império Romano.
Ligação do imperador com Cluny
A importante contribuição de Henrique para a reforma moral partiu da abadia de Cluny. A sua reforma não envolveu apenas a vida monacal, mas toda a Igreja, ajudando-a a combater a simonia, isto é, a venda ilícita de cargos religiosos, por remuneração, e a restaurar a centralidade do celibato dos sacerdotes.
Entre seus conselheiros de Henrique II encontrava-se Santo Odilon, abade de Cluny, do qual o monarca apoiou a reforma.
Em 1022, junto com o Pontífice, Henrique presidiu ao Concílio de Pavia, que emitiu sete cânones: contra o concubinato de sacerdotes e pela defesa da integridade do patrimônio eclesiástico. Ele restaurou ainda sedes episcopais, fundou a diocese de Bamberg e mandou construir a catedral, onde foi sepultado com sua esposa Cunegundes.
Seu interesse pelos aspectos litúrgico-eclesiais destaca-se sua solicitude para introduzir a oração do Creio na Missa dominical.
Escolhas políticas
Henrique foi também um governante de escolhas decisivas. Antes de tudo, reforçou o reino interno, lutando contra vários senhores rebeldes. Depois, aliou-se com as tribos eslavas pagãs, para combater o duque Boleslau, que queria subir ao trono da Polônia. Mas, no final, teve que reconhecer a independência da Polônia. Este acontecimento foi muito criticado, por ter-se aliado com populações não cristãs.
Henrique II foi até à Itália para derrotar Arduíno de Ivrea, que os senhores italianos o haviam eleito como rei, e lutar contra os bizantinos na Apúlia.
Amor por Santa Cunegundes
Um dos aspectos que mais se destacaram na vida de Henrique II foi sua profunda união com a esposa, Santa Cunegundes. O casal não conseguiu ter filhos. Alguns pensaram que os cônjuges haviam feito o voto de castidade; outros achavam que o problema era a esterilidade, como escreveu o contemporâneo, Rodolfo o Glabro, um dos maiores cronistas da Idade Média.
Ao contrário do que acontecia, muitas vezes, em plena Idade Média, com casos semelhantes, Henrique recusou-se repudiar Cunegundes, fazendo uma escolha que contribuiu para a sua fama de santidade, que, provavelmente, também partia das raízes do comportamento dos seus predecessores: os Otomanos sempre observavam uma íntima monogamia, não tinham filhos ilegítimos, e nem repudiavam. Trata-se de uma escolha que, sem dúvida, confirma seu profundo respeito pelo Sacramento do matrimônio e o amor pela própria esposa.
Santo Henrique II foi canonizado, em 1146, pelo Papa Eugênio III.
Fonte: Vatican News