Cardeal Scherer: ‘A Campanha da Fraternidade é uma grande iniciativa da Igreja no Brasil’

Durante o programa “Diálogos de Fé” deste domingo, 7, transmitido pela rádio 9 de Julho e pelo Facebook, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, falou sobre a realização da Campanha da Fraternidade Ecumênica (CFE) 2021, cujo tema é “Fraternidade e diálogo: Compromisso de Amor.”

Entre as questões feitas pelo público, Dom Odilo respondeu à dúvida da internauta Socorro Almeida, que pediu ao Arcebispo para comentar o tema da Campanha, chamando a atenção para as recentes polêmicas levantadas nas redes sociais em relação ao texto-base da CFE.

O Cardeal Scherer afirmou que a Campanha da Fraternidade é “uma grande iniciativa da Igreja no Brasil” desde que foi criada, na década de 1960. “É uma campanha de evangelização popular, durante a Quaresma, que sempre aborda um aspecto da dimensão social da nossa fé”, explicou.

“Sem a fraternidade, nossa fé em Deus pode ser vazia”, acrescentou o Arcebispo, recordando que os textos bíblicos salientam a relação entre o amor a Deus e o amor ao próximo.

Chamado à conversão

Dom Odilo explicou, ainda, que essa campanha é realizada durante o tempo litúrgico da Quaresma, quando todos são chamados a se converterem cada vez mais ao Evangelho, e que seu tema é escolhido pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), mais precisamente pelo Conselho Pastoral Episcopal Pastoral (CONSEP) da entidade, que aprova o texto elaborado por uma comissão específica.

O Cardeal também lembrou que, a cada cinco anos, a Campanha da Fraternidade é promovida em caráter ecumênico, envolvendo, portanto, outras igrejas cristãs. Nesse caso, o texto-base desta campanha não foi preparado pela CNBB, mas pelo Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (CONIC), do qual Igreja Católica também faz parte.

Polêmica

Sobre as manifestações contrárias ao conteúdo do texto-base que circulam nas redes sociais antes mesmo do início da CFE, o Arcebispo afirmou que considera essa polêmica movida por preconceitos, por uma “paixão antiecumênica” e por “acusações infundadas contra a CNBB”, marcadas por uma “polarização ideológica”.

Ainda segundo o Arcebispo, tais manifestações não correspondem ao que propõe uma Campanha da Fraternidade Ecumênica, cujo objetivo é, justamente, promover uma iniciativa que aproximem mais as igrejas cristãs. “Cristo é nossa Paz!”, enfatizou Dom Odilo, recordando o lema desta CFE – “Cristo é a nossa Paz: do que era dividido fez uma unidade” (Ef 2, 14a).

O Cardeal reconhece que, no texto-base, pode haver posicionamentos passíveis de críticas e observações quanto à abordagem de alguns assuntos. Porém, ele sublinhou que isso deve ser feito sem esquecer o objetivo e o tema da CFE, muito menos, desviando o seu foco.

Diante desses fatos, o purpurado levantou uma questão: “Será que essa polêmica toda tem a finalidade de querer enterrar a Campanha da Fraternidade? É o que temos que nos perguntar”.

Por fim, Dom Odilo exortou todos a se prepararem para a Campanha e alertou que levantar tais polêmicas não é uma manifestação de caridade em relação à Igreja, além de ser uma “falta com a verdade”.

Assista ao trecho completo da resposta de Dom Odilo sobre a CFE 2021:

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Paulo Camara Machado Netto
Paulo Camara Machado Netto
3 anos atrás

E eu pergunto. Quem está nos dividindo?
Na capa de todas as publicações da campanha, na ciranda, não aparece ninguém de terno e gravata, nenhum representante do corpo de bombeiros e muito menos com uniforme militar.
Realmente é como já foi aí comentado, estão colocando o fermento da tal Liberação entre nós, com viés nitidamente ideológico.