Destacou o Cardeal Odilo Pedro Scherer, ao presidir a missa solene pelo 68o aniversário de dedicação da Catedral da Sé
Na manhã da segunda-feira, 5, Dom Odilo Pedro Scherer presidiu missa solene pelo 68o aniversário de dedicação da Catedral da Sé. Concelebraram bispos auxiliares da Arquidiocese e sacerdotes.
Ao iniciar a celebração, o Arcebispo Metropolitano ressaltou que essa é uma festa especial. “Aqui nos reunimos para encontrar Deus, nos alegrar em Deus e prestarmos nosso louvor e adoração, e, também, para acolher seus benefícios”, afirmou, exortando os fiéis a rezarem pela Igreja viva que a Catedral representa: “Igreja feita de pessoas, povo de Deus nesta grande Arquidiocese de São Paulo que está em sínodo, procurando responder melhor aos apelos de Deus em nosso tempo”, exortou.
TEMPLO: LUGAR DO CULTO PERFEITO
Dom Odilo, na homilia, destacou que o templo é sinal de que “Deus habita entre nós”, de modo que “esta casa que é para Deus também é para a família de Deus”, afirmou.
Recordando a Oração do Dia – “ouvi as preces do vosso povo, e concedei que celebremos neste lugar um culto perfeito e alcancemos a plena salvação”, Dom Odilo afirmou que este culto deve ser feito com respeito a Deus, e humildade de coração “Um culto perfeito, em espírito e verdade, com fé e verdadeira humildade, com desejo de escutar Deus e sintonizar com Ele, trazendo para Deus nossas mãos vazias”.
Dom Odilo concluiu recordando a titular da Catedral, Nossa Senhora da Assunção, e afirmou que “ela, que em sua vida, ofereceu um culto perfeito e se dispôs a acolher a vontade de Deus em todos os instantes de sua vida”.
“Maria, elevada ao céu, é nossa mãe, e nos ensina a caminhar todos os dias oferecendo a Deus nossos corpos, nossas ações e nossas vidas, como templos de Deus para oferecermos a Deus nesta igreja um culto perfeito, junto com nossos irmãos”, concluiu.
CUIDADO COM A CATEDRAL
Ao final da celebração, Padre Luiz Baronto, Cura da Catedral, agradeceu ao empenho dos colaboradores que auxiliam na vida e na evangelização do templo. Recordou o Cabido Metropolitano, os sacerdotes confessores e as diversas pastorais, além dos funcionários e dizimistas.
“É muita gente que ajuda e colabora e se dispõe a ajudar a Catedral a exercer bem o seu papel de, estando no marco zero da cidade, difundir o Evangelho e anunciar Jesus Cristo nesta cidade”, afirmou.
Dom Odilo também recordou o trabalho que é feito com os pobres na Praça da Sé. “Os pobres nos são mandados para que cuidemos deles”, afirmou, exortando os fiéis a cuidarem dos pobres e não esquecê-los, pois são parte da Igreja.
HISTÓRIA
A história da Sé de São Paulo começou em 1589, quando o cacique Tibiriçá, em acordo com os missionários jesuítas, escolheu o terreno onde seria erguido o primeiro templo da cidade, construído em taipa de pilão. Tratava-se da igreja matriz da pequena Vila de São Paulo de Piratininga. Essa igreja era situada onde hoje está o monumento de Anchieta [na Praça da Sé], concluída em torno de 1616.
Com a transformação da vila em cidade, em 1745, a Capitania de São Paulo tornou-se sede episcopal e com isso a “antiga Sé”, como era conhecida, foi elevada à dignidade de catedral. Por isso, nesse mesmo ano, iniciou-se a edificação da segunda matriz, no mesmo local da anterior. Ao lado dela, em meados do século XIII, foi construída a Igreja de São Pedro.
Em 1911, os dois templos foram demolidos para as obras de ampliação da Praça da Sé e para dar lugar a uma nova catedral, idealizada pelo primeiro Arcebispo de São Paulo, Dom Duarte Leopoldo e Silva.
A NOVA SÉ
Inaugurada em 25 de janeiro de 1954, por ocasião das comemorações do IV centenário de fundação da cidade de São Paulo, a Catedral da Sé foi dedicada somente em setembro, durante o I Congresso Nacional da Padroeira do Brasil, realizado entre São Paulo e Aparecida (SP). A dedicação foi feita pelo Cardeal Adeodato Givanni Piazza, que veio como enviado pontifício para o Congresso da Padroeira.
ARQUITETURA
Com 111 metros de cumprimento, 46 metros de largura e 65 metros de altura (com exceção das torres), a Catedral da Sé passou pelas mãos de muitos engenheiros e arquitetos, mas o principal foi Maximiliano Hehl, que acompanhou a construção por apenas três anos, pois morreu em 1916. A construção passaria por outros arquitetos e também por algumas modificações no projeto original, tais como o mobiliário, os vitrais, a capela do Santíssimo.
O estilo neogótico da Catedral é considerado peculiar, com seu aspecto eclético em estilos arquitetônicos. Nas colunas alçadas a 70 metros de altura, encontram-se elementos típicos da fauna e da flora brasileiras, como ramos de café, o tamanduá-bandeira, o tatu-bola, a coruja contrastando com grandes personagens do século XX, da história da Catedral e da história universal.
O RESTAURO
Fechada durante três anos (1999-2002), a Catedral passou por um restauro, no qual foram concluídos os 14 torreões, previstos no projeto original.
No restauro, também foram feitos os reparos de trincas, descupinização, sistema de águas, limpezas, restauração dos vitrais, elementos artísticos, mobiliário e portas, novas instalações elétricas, prevenção de combate a incêndio, recuperação da escadaria e construção de novos banheiros, reservatórios, elevador para deficientes físicos entre outras melhorias.
(Colaboração de Fernando Geronazzo)