Na tarde deste domingo, 31, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, presidiu a missa de encerramento das atividades arquidiocesanas da Solenidade de Pentecostes.
A programação especial, iniciada com um novena entre os dias 22 e 30, foi organizada por movimentos e novas comunidades da Arquidiocese. A Vigília de Pentecostes e a missa do Domingo de Pentecostes aconteceram no Centro de Evangelização da Comunidade Aliança de Misericórdia, no Jardim Botuquara, na zona Noroeste da cidade.
Em razão do isolamento social recomendado para evitar a proliferação do novo coronavírus, não houve a presença física dos fiéis, mas estes puderam acompanhar todas as transmissões pelas mídias digitais do evento “Pentecostes SP”, bem como da Arquidiocese de São Paulo e pela rádio 9 de Julho.
“Convido a todos que nos acompanham pelos vários meios, para que façam comunidade de oração conosco. Mesmo distantes, estamos unidos na fé, na caridade e pelo mesmo Espírito de Deus que nos une na Igreja, Corpo de Cristo, comunidade de discípulos do Senhor”, afirmou o Arcebispo no começo da missa.
A sequência de Pentecostes foi entoada após a proclamação do salmo e das duas leituras do dia.
A Igreja de Cristo
Na homilia, Dom Odilo lembrou que no dia de Pentecostes surgiu a Igreja, pois com a ação do Espírito Santo, os apóstolos, com Maria, passaram a realizar a missão que lhes foi confiada por Cristo: “A missão do anúncio da Palavra, de testemunhar quem é Jesus, de ir a todos os povos, de enfrentar as perseguições”.
O Espírito Santo é enviado como o consolador, que não deixa os apóstolos sozinhos na missão de anunciar as maravilhas de Deus, dando-lhes sempre força, coragem e consolo. “A Igreja nasceu no dia de Pentecostes, quando recebeu, como Jesus tinha prometido, este batismo do Espírito Santo, a efusão do Espírito Santo, para cumprir sua missão”.
Impulsionada pelo Espírito
Dom Odilo também destacou que “a Igreja vive impulsionada pelo Espírito Santo”, que a capacita para além daquilo que as forças humanas seriam capazes de fazer. “Sem a ação do Espírito Santo, a Igreja de Cristo seria uma organização social, como tantas outras, que podem até fazer coisas boas, mas não teria a capacidade de fazer aquilo que Jesus lhe mandou: as ações com efeito sobrenatural”, para as quais são dados muitos dons e carismas à Igreja.
Unidade
O Arcebispo também lembrou que é o Espírito Santo que edifica a unidade da Igreja, que se dá na união com o próprio Cristo – “a Igreja que quisesse caminhar autonomamente, não seria mais a Igreja de Cristo e estaria fadada a morrer nos próximos passos” – e entre os cristãos.
Dom Odilo fez alusão à celebração da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, também encerrada neste domingo, em que se pede pela reconstrução dessa unidade entre os que creem no Cristo e para que não haja novas divisões.
“A Igreja que não permanecesse unida a Cristo e, também, unida entre si, seria como o ramo que seca, que não vai produzir fruto, segue por sua conta por algum tempo, mas, depois, tudo acaba”, afirmou.
Missão na cidade
Dom Odilo exortou os fiéis na Arquidiocese a renovar a disposição de fidelidade ao Espírito Santo, para que se coloquem a serviço um dos outros e da Igreja, que busca renovar sua presença evangelizadora e missionária na cidade de São Paulo, testemunhando o Evangelho e fazendo com que a fé seja despertada, alimentada e expressada pelo testemunho da vida cristã.
O Arcebispo lembrou, ainda, que o sínodo arquidiocesano faz esse chamado à renovação da vida cristã na cidade.
“Devemos pedir ao Espírito Santo que mais e mais nos converta a Cristo, e é o que estamos buscando: uma conversão maior ao Evangelho, uma conversão a uma vida cristã autêntica. Também há um apelo para uma conversão missionária. Pelo sínodo, vamos percebendo que nossas comunidades, paróquias e organizações eclesiais não podem ser simplesmente organizações que alimentam a si mesmas, que não mais se expandem, que não mais irradiam e que simplesmente cuidam de si. Nossas organizações eclesiais precisam de uma nova vitalidade missionária, por isso, seguindo a palavra do Papa Francisco, precisamos ser ‘Igreja em saída’”.
Neste tempo de pandemia em que as missas continuam a ser celebradas, mas sem a presença física dos fiéis nos templos, o Arcebispo lembrou que em cada casa há uma comunidade viva da Igreja, que tem se redescoberto em sua dimensão missionária.
Na conclusão da homilia, Dom Odilo pediu a Deus que “nos dê os dons do Espírito Santo de maneira renovada, para que também em nossa cidade de São Paulo possa acontecer este novo Pentecostes”, e que o Espírito Santo “toque o coração de todos nós com aquela luz suave que não se apaga e que nos chama, nos atrai e indica o caminho. Que o Espírito Santo promova em nós, realmente, a conversão de nossos corações e das nossas vidas, e nos leve a realizar a obra de Cristo e do Evangelho com muita coragem, ardor e com muito fruto”, afirmou, pedindo, também a intercessão da Virgem Maria e do Apóstolo São Paulo para a realização da obra de Deus.
Conclusão do tempo pascal
Após a comunhão, o Arcebispo realizou o rito para apagar o Círio Pascal, demarcando a conclusão do tempo pascal. “O Círio Pascal lembra Jesus Cristo ressuscitado e presente no meio de nós. O Círio é agora apagado, e somos nós aqueles que devem ser as luzes, pois Cristo quer continuar a ser luz, a reluzir no mundo mediante os cristãos”.
Por fim, Dom Odilo pediu ao Espírito Santo que oriente os doentes e seus cuidadores neste momento de pandemia, e que ilumine os pesquisadores e cientistas para que se encontrem uma solução para a COVID-19. O Arcebispo também pediu que todos zelem pela própria saúde e a do próximo, a fim de evitar a proliferação do novo coronavírus.
Deus seja louvado