Disse o Arcebispo de São Paulo na celebração do Domingo da Páscoa da Ressurreição de Jesus na Catedral da Sé

Despontou o dia da salvação, razão permanente da esperança cristã. É o Domingo da Páscoa da Ressurreição do Senhor. Na Catedral da Sé, centenas de fiéis participaram da missa presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer ao final da manhã deste 20 de abril.
“A Igreja inteira, no mundo todo, anuncia esta grande notícia: Jesus ressuscitou! Com Ele, revive a esperança, anuncia-se a vitória da vida sobre a morte, o triunfo do perdão e da misericórdia sobre o mal. Deus tem a última palavra sobre a história e sobre a nossa vida e, por isso, nós nos alegramos ao celebrar a Páscoa do Senhor”, afirmou o Arcebispo Metropolitano após ter incensado o altar e o Círio Pascal no começo da missa.
BENÇÃO DA ÁGUA E SEQUÊNCIA PASCAL

É parte dos ritos desta celebração, a bênção da água e a aspersão sobre o povo, recordando o Batismo. E assim o fez Dom Odilo que aspergiu a assembleia de fiéis e rezou: “Que esta água seja para nós uma recordação do nosso Batismo e nos faça participar da alegria dos que foram batizados na Páscoa”. Na noite anterior, na Vigília Pascal, 37 adultos receberam o sacramento do Batismo na Catedral da Sé.
Outro momento significativo ocorreu antes da proclamação do Evangelho: o entoar da Sequência Pascal, na qual os cristãos exultam a Cristo que lavou o mundo do pecado, venceu a morte e que, Ressuscitado, leva todos ao céu.
VERDADE CENTRAL DA FÉ CRISTÃ
“Este é o dia que o Senhor fez para nós, é o que a Igreja proclama com fé, alegria e esperança”, disse o Arcebispo ao desejar a todos, no começo da homilia, uma “feliz e abençoada Páscoa”.
Dom Odilo enfatizou que a Ressurreição de Jesus “é uma verdade central da fé que recebemos da Igreja e que professamos com ela”, e que por primeiro a testemunharam e anunciaram os apóstolos e discípulos de Jesus, mesmo diante das ameaças de prisão e martírio.
“Após a Sua morte incontestável na cruz, após o Seu sepultamento, o corpo de Jesus não permaneceu no túmulo nem retornou ao pó da morte, mas passou da morte para a vida. Jesus está vivo novamente, porém não mais nas condições da vida neste mundo como antes, mas glorificado e vivificado pelo Espírito de Deus”, explicou o Arcebispo.
RESSUSCITOU PARA O BEM DE TODA A HUMANIDADE

Dom Odilo destacou que os apóstolos, após terem se assustado inicialmente ao verem o Cristo Ressuscitado, tranquilizaram-se quando o Senhor dirigiu-lhes a palavra e eles O reconheceram por Seus gestos, além de terem compreendido que a Ressurreição de Cristo era um fato “salvador e revelador de Deus para eles e para a humanidade e o mundo inteiro”.
“A Ressurreição de Jesus é a vitória de Deus sobre o pecado e a morte; a morte não é mais forte que Deus nem tem a última palavra sobre a existência humana. Seu domínio foi quebrado e todos os que se aproximam de Jesus Cristo ressuscitado também podem ter a certeza de que superarão a morte e viverão para sempre com Ele”, explicou Dom Odilo, destacando, ainda, que na Páscoa de Jesus, “Deus nos dá uma amostra daquilo que preparou para todos nós”.
A esperança e o entusiasmo dos apóstolos também renasceram após a Ressurreição de Cristo, e este também é um dos sentidos da Páscoa cristã, conforme detalhou o Arcebispo: “Sem Ele, a humanidade teria continuado a buscar o seu rumo contando apenas com a frágil luz da razão. Com Jesus, novamente vivo, reacendeu-se a chama viva da fé e da esperança e a luz brilhou sobre seu caminho. Os apóstolos passaram a contar definitivamente com Sua presença e com a ação do Espírito Santo. Tinham a certeza de que Jesus apontava para o rumo certo com seus ensinamentos e que, na sua Morte e Ressurreição, Deus havia agido e mostrado ao mundo algo infinitamente grandioso e precioso”.
ONDE ESTÁ O RESSUSCITADO?

Ainda na homilia, Dom Odilo ressaltou que o Ressuscitado hoje permanece com Sua Igreja e com a humanidade de muitas maneiras: “Está na comunidade de fé reunida em Seu nome; na comunidade de fé que celebra a Eucaristia em sua memória; na Palavra do Evangelho, que anunciamos por Seu mandato; permanece em todo o ser humano, de quem Ele assumiu a carne e a semelhança. Permanece em cada cristão que O acolhe com fé, humildade e amor”.
“Jesus ressuscitado não é uma lembrança vaga do passado; não é uma fantasia ou uma bela ideia; não é uma estátua ou obra de arte que O retrata. Ele é o Filho de Deus, que se fez humano, está vivo no meio de nós. Ele nos acompanha todos os dias com a Sua graça e nos encoraja, nos acompanha no caminhar da nossa vida como peregrinos de fé e de esperança que somos. Que Ele nos acompanhe nos passos até a vida eterna”, enfatizou o Arcebispo.
SEJAMOS TESTEMUNHAS DA BOA NOTÍCIA

Após a comunhão, o Padre Luiz Eduardo Pinheiro Baronto, Cura da Catedral, agradeceu, também em nome do Cônego Helmo Cesar Faccioli, Auxiliar do Cura, a todos que se empenharam para a realização das celebrações da Semana Santa Santa na igreja-mãe da Arquidiocese, bem como aos que viabilizaram a transmissão da missa do Domingo da Páscoa da Ressurreição do Senhor pelas mídias da Arquidiocese e da Catedral da Sé, pela rádio 9 de Julho e pela Rede Vida de Televisão.
Padre Baronto ressaltou que a celebração da Páscoa prossegue nesta semana com a Oitava de Páscoa, e propôs a todos os católicos que continuem a desejar feliz Páscoa às demais pessoas seja presencialmente, seja pelas mídias sociais, a fim de que não se esqueça o que verdadeiramente se celebra: a Páscoa da Ressurreição de Jesus.
Antes da bênção final, o Cardeal Scherer novamente desejou feliz Páscoa a todos, enalteceu o fato de as celebrações da Semana Santa sempre terem acontecido com grande presença dos fiéis e exortou-lhes a, perante um mundo no qual predominam as notícias sobre conflitos e guerras, serem anunciadores da Ressurreição de Jesus: “Sejamos nós as testemunhas desta Boa Notícia! Vamos anunciá-la ao mundo de todos os modos. Sejamos nós as testemunhas da Ressurreição, do Evangelho, da Boa Notícia da Páscoa de Jesus”.