
A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) promoveu, no dia 2, uma sessão em homenagem à Campanha da Fraternidade de 2025, cujo tema é “Fraternidade e Ecologia Integral”, com o lema bíblico “Deus viu que tudo era muito bom” (Gn 1,31).
A cerimônia foi proposta pela deputada estadual Márcia Lia e reuniu autoridades eclesiásticas e leigos representantes de diversas pastorais e organizações eclesiais.
Compuseram a mesa o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo; Dom Carlos Silva, OFMCap., Bispo Auxiliar de São Paulo e Secretário-geral do Regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB); Dom Rogério Augusto das Neves, também Bispo Auxiliar da Arquidiocese e referencial arquidiocesano da CF; além do Padre Luis Fernando da Silva, Secretário-executivo do Regional Sul 1; e Cláudio Lima Vieira, coordenador da CF no Regional.
Também estiveram na Alesp Dom Pedro Luiz Stringhini, Bispo de Mogi das Cruzes; Dom João Bosco Barbosa de Sousa, Bispo de Osasco; e Dom Edmilson Amador Caetano, Bispo de Guarulhos.
CONVERSÃO ECOLÓGICA

A deputada Márcia Lia destacou a urgência da conversão ecológica: “Ou mudamos, convertemo-nos, ou provocaremos com nossas atitudes individuais e coletivas um colapso planetário”, advertiu.
A parlamentar relembrou a existência da Lei Estadual nº 17.766/2023, de sua autoria, que instituiu o “Dia Estadual de Abertura da Campanha da Fraternidade”, com o objetivo “reforçar a importância de promover ações concretas e de engajamento para o fortalecimento da solidariedade em nosso estado”.
Dom Odilo ressaltou que a CF 2025 ocorre no contexto dos 10 anos da encíclica Laudato Si’, do Papa Francisco. O Arcebispo destacou o conceito de “casa comum” e alertou para os efeitos da crise ambiental sobre a humanidade: “A Terra está doente, precisa ser ouvida de maneira muito séria e responsável”.
Dom Odilo lembrou ainda que nas crises ambientais e o ser humano é a vítima principal: “A crise é, portanto, socioambiental (…) e o ser humano é parte da crise, mas também parte indispensável da solução”.
Dom Carlos Silva reiterou que “a criação é um dom de Deus confiado à humanidade para ser cuidado, respeitado e compartilhado com responsabilidade”. O Bispo sublinhou a necessidade de uma nova postura diante dos desafios ecológicos. “Não podemos aceitar que a ganância e o lucro estejam acima da vida”. Ele propôs três atitudes concretas: “tomar consciência, mudar hábitos e assumir um compromisso comunitário”. Por fim, enfatizou: “Somos convocados a sermos guardiões da casa comum, promovendo uma fraternidade que inclui toda a criação”.
À LUZ DA FÉ

Dom Rogério pontuou que, embora trate de temas amplos, a Campanha da Fraternidade é religiosa em sua essência: “Tanto é religiosa que o tema traz um texto da Sagrada Escritura… o ponto de partida é religioso”. E lembrou que a ecologia, hoje associada à Doutrina Social da Igreja, está enraizada na missão evangelizadora da comunidade cristã.
Cláudio Lima Vieira sublinhou a importância da ação concreta e do diálogo social como eixos da campanha. “Educar, responsabilizar e conscientizar” são, segundo, os três pilares essenciais: “Nós precisamos educar as pessoas a verem rios, a verem plantas como seres vivos, como vida”, afirmou. “É necessário cultivar e guardar o que temos, porque, senão, daqui a pouco os nossos netos vão falar assim: houve um dia uma floresta amazônica”.
(Colaborou: Fernando Arthur)