Arcebispo Metropolitano ordenará 10 diáconos para a Igreja

No sábado, 16, pela imposição das mãos do Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, serão ordenados dez novos diáconos para servir à Igreja e ao povo de Deus no primeiro grau do sacramento da Ordem.

Dois deles realizaram o processo formativo no Seminário Arquidioce­sano Imaculada Conceição; um no Se­minário Missionário Arquidiocesano Internacional Redemptoris Mater São Paulo Apóstolo; e quatro são frades Agostinianos. Todos eles receberão o diaconato com vistas à futura ordena­ção sacerdotal.

Outros três serão ordenados diáco­nos permanentes. São homens entre 35 e 65 anos de idade e com, ao menos, cinco anos de vida matrimonial. Eles estudaram na Escola Diaconal Arqui­diocesana São José durante cinco anos, também concluíram a graduação em Teologia e fizeram um ano de vivên­cia em diferentes pastorais e grupos que realizam obras de misericórdia na Arquidiocese.

Leia a seguir o perfil destes dez futu­ros diáconos.

Diáconos Permanentes

NELSON MARQUES
‘É preciso que Ele cresça e eu diminua’ (Jo 3,30)

O lema diaconal escolhido por Nel­son Marques revela a forma pela qual ele pretende servir à Igreja após ser orde­nado: “No exercício do meu ministério diaconal, espero estar sempre atento e disponível às necessidades da comuni­dade à qual for designado, principal­mente no apoio à catequese e na diaconia da caridade”.

Criado em uma família católica, Nel­son avalia que o chamado de Deus para que se tornasse um ministro ordenado aconteceu aos poucos, desencadeando um processo de amadurecimento: “Sem­pre fui assíduo às missas e participava de vários movimentos. Na Paróquia San­to Emídio, estou há 40 anos e Deus me chamou por meio do Padre Élcio Ru­bens Motta Filho, Pároco à época, gran­de incentivador e apoiador de minha vocação”.

Nelson tem 68 anos, e há 35 é ca­sado com Solange dos Santos Marques, 62. Eles são pais do Pedro Guilherme, 33, e da Ana Alice, 32. “Minha família sempre me apoiou, principalmente res­peitando, compreendendo e aceitando os períodos de ‘ausência’, necessários para dedicar-me aos estudos e traba­lhos pastorais”, conta o futuro diácono permanente, que é graduado em Ciên­cias Contábeis, Administração de Em­presas e Teologia, e que ingressou na Escola Diaconal Arquidiocesana São José em 2016.

“De tantos ensinamentos e sinais, o que mais sobressai é que Jesus Cristo foi o primeiro servidor (Jo 13,1-15), ou seja, o primeiro e eterno diácono, razão pela qual respondo com meu sim ao chama­do de Deus”, conclui.

RONALDO CONTIN DELLA NINA
‘Se alguém quer servir a mim, que me siga. E onde eu estiver, aí também estará o meu servo’ (Jo 12,26)

Ronaldo, 49, nasceu em família cató­lica e uma de suas tias é freira. Em sua Paróquia de origem, a São Patrício, na Região Lapa, ele já atuou como ministro extraordinário da Sagrada Comunhão, leitor, catequista da Crisma e do Batismo.

Por algumas vezes, o Padre João Carlos Borges, amigo de sua família, fa­lou-lhe sobre a possibilidade de que se tornasse diácono permanente. Tempos depois, outro amigo, o Diácono Clau­dio Bernardo, fez o mesmo convite a ele. “Senti naquele instante no coração seguir este chamado vocacional, pois já havia maturado a ideia e o entendi­mento sobre este ministério, após mui­ta conversa com minha esposa”, recorda Ronaldo, que há 18 anos é casado com Josemara Curcio Contin Della Nina, 48. Eles são pais da Catarina, 16, e do Rafael, 12.

O futuro diácono permanente é gra­duado em Propaganda e Marketing e em Teologia, e atualmente é mestrando em Teologia na área de Liturgia. Ele ingres­sou na escola diaconal em 2017 e conta que a certeza sobre a vocação diaconal aconteceu aos poucos, ao longo do per­curso formativo e de estudos, mas espe­cialmente na etapa final, que envolve a prática pastoral.

“No sexto ano, que é específico e de­dicado à formação pastoral, temos en­contros no Cemitério da Vila Formosa para realizar exéquias, e na Missão Be­lém, com experiências fantásticas com os nossos irmãos que se encontram em situação de rua. Porém, o que mais me chamou a atenção, até mesmo pelo meu carisma, foi trabalhar na Santa Casa de Misericórdia. A formação com o Padre Tiago Gurgel, Capelão, e os Diáconos Luiz Ângelo e Walmir Cardoso me pro­porcionaram um grande desejo de aju­dar nessa frente que é um trabalho bem gratificante de levar, com fé, a esperança e o conforto para os enfermos e familia­res”, recorda.

Perguntando sobre o que a Arqui­diocese pode esperar de seu exercício no ministério diaconal, Ronaldo assegura que será um diácono permanente bem preparado “para o serviço da Palavra de Deus, da liturgia e da caridade, pois esta é a tríplice missão do diácono, que é sacramento da caridade de Cristo e da Igreja, para ir ao encontro do povo de Deus, e pelo chamado do próprio Deus deve servir aos irmãos mais necessita­dos que precisam de uma acolhida com as boas novas em palavras e em defesa dos pobres, desprezados, rejeitados e desanimados”.

WAGNER GOMES COELHO
‘Ainda que eu falasse a língua dos anjos, se não tiver amor, nada sou’ (1Cor 13,1)

Atuante na Paróquia São Francisco de Paula e São Benedito, na Região San­tana, Wagner sempre serviu a Deus pela música e nos trabalhos pastorais. Ao lon­go dos anos, sua esposa, Sandra Regina Ferreira Gomes Coelho, 54, com quem é casado há 30 anos, percebeu que Deus o chamava para algo mais: o diaconato.

“Depois que ela partilhou isso co­migo, começamos a rezar e, aos poucos, Deus foi me convencendo do Seu cha­mado”, conta Wagner, que é pai da Re­nata, 28, e do Rafael, 26, que assim como Sandra, o motivaram para o discerni­mento vocacional e o ingresso na Escola Diaconal Arquidiocesana São José em 2017.

Aos 58 anos, o bacharel em Direito e em Teologia mostra pleno conhecimento do ministério que está prestes a receber.

“Ser diácono é, antes de tudo, uma vocação, e vocação é chamado, é escolha, é eleição. Logo, há aquele que chama e aquele que é chamado. Deus, aquele que nos chama, também nos capacita para a missão, pois não escolhe os capazes, mas capacita os escolhidos. Os leigos pos­suem um papel de suma importância, tanto para a Igreja quanto para todo o povo de Deus. Diaconia é serviço. O Di­ácono é chamado para servir e o sacra­mento da Ordem confirma e aperfeiçoa este serviço”, comenta, destacando que dos três pilares do serviço diaconal – li­turgia, Palavra e caridade, é na caridade “que o diácono encontra com maior ên­fase a razão de seu ministério”.

Por fim, Wagner ressalta três aspectos que devem orientar a vida dos ministros ordenados e dos quais jamais pretende se esquecer: “O comprometimento, que nos torna disponíveis para a missão e para os nossos irmãos; a caridade, vínculo da perfeição (cf. At 2,42-47); e a oração, que deve ser o ‘motor’ que nos impulsiona, pois antes de falar de Deus é preciso falar com Ele”.

Diáconos Seminaristas

DOUGLAS DA SILVA GONZAGA
‘Por causa do Evangelho’(2Tm 2,3)

Antes mesmo de nascer, Douglas re­cebeu uma bênção que considera como um primeiro chamado: “Minha mãe re­alizava os exames pré-natais no Hospital Amparo Maternal e em uma das vezes que ela lá estava, Dom Paulo Evaristo Arns chegou e ao ter contato com ela, abençoou-me ainda no ventre materno. Eu tenho esse momento como um gran­de sinal da presença misericordiosa do Bom Pastor em minha vida”.

Em 2014, o terceiro dos quatro filhos do casal Fátima Gonzaga e Airton Gon­zaga foi crismado na Paróquia Santa Ma­ria Madalena, na Região Belém. À época, ele cursava o 1º ano do ensino médio e ouviu de um seminarista o questiona­mento se nunca havia pensado em ser padre: “Após essa pergunta, passei a ficar inquieto e alimentar esse desejo em se­gredo. Em 2015, decidi procurar a Pasto­ral Vocacional da Arquidiocese, e, com a ajuda do meu pároco e de amigos, fui la­pidando a ideia de entrar no seminário”.

Douglas, hoje com 25 anos, ingres­sou no Propedêutico em 2016. Depois passou à etapa do Discipulado, no Se­minário de Filosofia (2017-2019), e da Configuração, desde 2020 no Seminário de Teologia. “Fui aprendendo a confor­mar a minha vontade com a de Deus, sem coisas muito extraordinárias, mas na convivência diária, no estudo e, prin­cipalmente, nas orações. Minha vocação foi sendo confirmada com a Igreja, uma vez que o discernimento, seja para o que for, não se faz nunca sozinho, mas sem­pre com a Igreja. Estar com as pessoas, anunciar o Evangelho, a vida missioná­ria, tudo isso me encanta e me faz feliz, e penso que seja esse um bom sinal de que se está realizando a vontade de Deus: ser feliz, ser livre e fiel”, comentou.

“Que o meu ministério seja um lou­vor a Deus por meio do serviço do altar, da Palavra e da caridade. E que eu tenha sempre em vista que tudo deve ser reali­zado ‘Por causa do Evangelho’”, projeta

JOSÉ CÍCERO TEOTONIO DA SILVA
‘O Senhor fez em mim maravilhas’ (Lc 1,49)

A cada encontro no grupo de oração da Paróquia São João Batista, na Vila Guarani, na Região Ipiranga, José Cíce­ro sentia crescer em seu coração o cha­mado de Deus para segui-Lo, e o jovem se abriu a discernir a vocação. “Busquei conversar com o pároco à época e ele me enviou à equipe vocacional. Participei dos encontros e, com a graça de Deus, fui enviado a iniciar a caminhada de dis­cernimento”, recorda.

José Cícero ingressou no Propedêuti­co em 2014. No ano seguinte, deu início à etapa do Discipulado, no Seminário de Filosofia, e em 2020, à etapa da Configu­ração, no Seminário de Teologia. Foram oito anos de muito estudo, convivências com os demais seminaristas e de ativi­dades pastorais que ajudaram a confir­mação sua vocação. “Sinais da alegria de servir e o sentido da vida sendo preen­chido”, ressalta.

Ao receber a ordenação diaconal pela imposição das mãos do Cardeal Scherer, no próximo dia 16, José Cícero, 41, pas­sará a ter a missão de servir no anúncio da Palavra de Deus, na caridade e por meio da oração. Ele conta que tem a ex­pectativa “de buscar ser, com a graça de Deus, sinal da presença misericordiosa e amorosa de Jesus Cristo”, reafirmando a certeza das maravilhas de Deus, como destacado em seu lema diaconal.

FRANCISCO OSMAR CÁCERES PEÑA
‘Pois, quando eu mesinto fraco, é então que sou forte’ (2Cor 12,10)

Foi no contato com uma comunida­de do Caminho Neocatecumenal, em seu país natal, o Paraguai, que Fran­cisco sentiu o chamado ao ministério ordenado.

“Depois de uns anos na comuni­dade, num encontro de jovens no Pa­raguai, numa chamada vocacional, le­vantei-me e coloquei-me à disposição do Senhor. Por anos, fui conduzido por uma equipe vocacional e pude ex­perimentar o combate e a beleza que implica fazer a vontade de Deus. Em setembro de 2014, participei de uma convivência internacional de semina­ristas, com os iniciadores do Caminho Neocatecumenal, em Porto San Gior­gio, na Itália. Por sorteio, fui destinado ao Redemptoris Mater São Paulo Após­tolo”, detalha o seminarista a respeito de como chegou ao seminário missio­nário arquidiocesano internacional, que está sob a orientação do Caminho Neocatecumenal.

Bacharel em Contabilidade, além de graduado em Filosofia e Teologia, Francisco, 32, conta que no decorrer dos anos sentiu que Deus confirmou sua vocação. “No meio das lutas, ele foi me dando as forças e o consolo para ir adiante. Concedeu-me a força para re­nunciar a tudo o que me era legítimo: um desenvolvimento como profissional, um trabalho, uma família; me deu a co­ragem para estar longe de casa por causa da missão. Tenho visto que Ele cuidou de tudo. No meio das minhas fraquezas, pude ver que me chamava a unir-me a Ele, me ajudou com os estudos numa língua diferente, me deu amor por esta terra, se mostrou um Pai providente cui­dando da minha mãe viúva. No próprio contato com a Palavra, dia a dia, fui ex­perimentando a doçura de fazer a von­tade de Deus”, avalia.

“Desejo poder contribuir com o labor da Igreja nas tarefas de evangelização, ir ao encontro daqueles que precisam da Palavra, dos afastados, para que possam encontrar-se com o amor de Cristo, da mesma forma que eu”, projeta sobre sua missão como diácono.

Diáconos Agostinianos

O itinerário formativo dos frades da Ordem de Santo Agostinho (OSA) – Agostinianos – tem início com o in­gresso no Postulantado, em que per­manecem por dois anos. Depois, há um ano de Pré-Noviciado. Nesse perí­odo acumulado de três anos, também se cursa a Filosofia. O quarto ano de formação é chamado de Noviciado, ao término do qual ocorre a 1a Profissão Religiosa. A etapa seguinte é a do Pro­fessório, também conhecido como Te­ologado, já que esse período coincide com o estudo da Teologia durante qua­tro anos, ao término do qual é realizada a Profissão Solene.

Ingressantes nos Agostinianos em 2016, esse foi o caminho trilhado pe­los quatro frades que serão ordenados diáconos por Dom Odilo no próximo dia 16. Eles realizaram a 1a Profissão Religiosa em 18 de janeiro de 2020, em Lima, no Peru; e a Profissão Solene em 19 de agosto deste ano na Paróquia San­to Agostinho, em São Paulo. Depois de receberem a ordenação diaconal, se­rão enviados a alguma comunidade da Província, de acordo com a orientação do Provincial e seu conselho, e futu­ramente receberão a ordenação sacer­dotal. Saiba um pouco mais sobre eles, que adotam o mesmo lema diaconal: ‘A caridade jamais acabará’ (1Cor 13,8)

FREI CÍCERO ANTÔNIO GOMES VIEIRA, OSA

Tem 29 anos, é bacharel em Filosofia e em Teologia e tem como origem a Paróquia Nossa Senhora da Conceição, em Cabrobó (PE).

FREI HENRIQUE HALISON SILVA BATISTA, OSA

Tem 32 anos, é licenciado em História e bacharel em Filosofia e Teologia. Tem como origem a Comunidade Santo Antônio da Paróquia Nossa Senhora do Bom Conselho, em Belo Jardim (PE).

FREI PEDRO HIGO SILVA NASCIMENTO, OSA

Tem 25 anos, é bacharel em Filosofia e em Teologia e tem como origem a Paróquia Nossa Senhora da Conceição, em Ceará- -Mirim (RN)

FREI JOÃO MARCOS PONTES BORBA FILHO, OSA

Tem 26 anos, é bacharel em Filosofia e em Teologia e tem como origem a Paróquia São José dos Bezerros, em Bezerros (PE).

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