Arquidiocese terá paróquia em honra a Santa Dulce dos Pobres

No próximo sábado, 26, às 18h, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, presidirá a missa na qual será erigida uma nova Paróquia na Arquidiocese de São Paulo.

Localizada no Jardim Felicidade, na periferia da zona Norte da capital paulista, a Paróquia terá como padroeira Santa Dulce dos Pobres, religiosa baiana canonizada em outubro de 2019. Seu território, até então Área Pastoral São José, foi desmembrado da Paróquia Natividade do Senhor, com sede no Jardim Fontalis.

Na mesma celebração, tomará posse o primeiro Pároco, Padre Antonio Pedro dos Santos, que já atua na Área Pastoral dede 2016.

PARÓQUIA

O Direito Canônico define como Paróquia “uma determinada comunidade de fiéis, constituída estavelmente na Igreja particular [diocese ou arquidiocese], e seu cuidado é confiado ao pároco, como seu pastor próprio, sob a autoridade do bispo diocesano”. Portanto, a Paróquia não se limita ao templo, que é a matriz ou sede paroquial, mas ao território no qual a Igreja está inserida.

“A Paróquia é, acima de tudo, uma comunidade de pessoas, uma porção do povo de Deus, que se congrega concretamente e de forma organizada em nome de Cristo”, enfatizou o Arcebispo, na Carta Pastoral “Paróquia, torna-te o que tu és”, publicada em 2011.

HISTÓRIA

A história da comunidade que deu origem à Paróquia Santa Dulce dos Pobres começou há 27 anos, quando o bairro ainda não existia oficialmente. Assim como todos os bairros do entorno, o Jardim Felicidade é fruto das ocupações de famílias que se fixaram no extremo norte da cidade, no entorno da Serra da Cantareira, em busca de um lugar para viver Em março de 1993, o presidente da associação de moradores, Manuel José Benedito, doou um terreno para a construção de uma capela.

Maria Ericelda Fernandes Borges, 67, participa dessa história desde o início. Ela recordou que no dia em que encontraram o terreno, era 19, Solenidade de São José, e, por isso, desde então, a comunidade passou a invocar a proteção do patrono universal da Igreja.

CAMPO DE MISSÃO

Maria Ericelda relatou, ainda, que nessa época não havia nenhuma infraes trutura. “Os ônibus não chegavam até aqui, os taxistas não queriam entrar aqui porque tinham medo. Era muito difícil”, lembrou. Essas dificuldades, contudo, não impediram a ação missionária. “Nós organizamos a oração do Terço nas casas. A maioria das pessoas ainda morava em barracos, e nós íamos em meio ao barro mesmo. Nossa preocupação era evangelizar aquelas pessoas”, acrescentou.

A primeira missa foi celebrada no terreno em 1995, e, no ano seguinte, iniciou-se a construção da capela. Aos poucos, a comunidade eclesial ia tomando forma e se organizando, com a ajuda de diversos padres da região, até que, no ano 2000, chegou o Padre Andrés Gustavo Marengo, Pároco da então recém- -criada Paróquia Natividade do Senhor, à qual a comunidade pertencia.

A comunidade cresceu e se estruturou. Em 2011, tornou-se uma área pastoral, primeiro passo para ser uma paróquia. A sede era Comunidade São José, tendo mais três comunidades. Em 2016, o Padre Antonio foi nomeado Vigário Paroquial da Paróquia Natividade do Senhor com a missão de acompanhar diretamente a Área Pastoral, a fim de estruturá-la para a elevação a Paróquia.

A PADROEIRA

A princípio, os membros da comunidade desejavam que a nova Paróquia mantivesse o nome de São José. Porém, como são muitas as paróquias na Arquidiocese com esse título, inclusive no mesmo setor pastoral já havia uma, começou-se a busca por um novo patrono, até que o Cardeal Scherer propôs que a padroeira fosse Santa Dulce dos Pobres.

“Os fiéis gostaram muito da proposta, pois, além de ser uma santa brasileira e do Nordeste – aqui há muitos nordestinos –, Santa Dulce tem uma história de vida com a qual os nossos fiéis se identificam”, frisou o Padre.

“O povo desta comunidade é marcado por um grande testemunho de partilha. Mesmo vivendo em meio a uma situação de pobreza, as pessoas tiram do pouco que têm para dividir com os irmãos. Assim como Santa Dulce vivia da providência divina e da caridade do povo, nossa comunidade experimenta essa providência no dia a dia”, acrescentou o futuro Pároco.

Sacerdote há quase seis anos, Padre Antonio ressaltou que a criação da Paróquia unirá para sempre a história do seu ministério com a comunidade, pois o Pároco e a Paróquia nascerão juntos. “Para mim, é uma grande graça ver a alegria do povo ter seu grande sonho realizado e ter a oportunidade de dar a minha vida aqui, ajudando a edificar essa comunidade. Isso, sem dúvida, fortalece o meu ministério”, afirmou.

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ROBERTO BORTOLON
ROBERTO BORTOLON
3 anos atrás

Que Deus continue abençoando o povo dessa nova Comunidade Paroquial que tem agora como padroeira Santa Dulce dos Pobres, missionária da caridade que tanto fez pelos pobres e excluídos na Bahia. Profícuo pastoreio do pároco que assume a nova paróquial na Capital de São Paulo. Agradecimentos também ao Sr.Cardeal Scherer pela lembrança em eleger o nosso Anjo Bom da Bahia, agora Santa Dulce dos Pobres, como patrona da nova Comunidade.