‘As vocações são uma graça de Deus, tão necessárias para a vida da Igreja’

Destacou o Arcebispo Metropolitano na Missa de Abertura do Mês Vocacional, na qual seminaristas foram instituídos nos ministérios de Leitor e Acólito

Luciney Martins/O SÃO PAULO

A cada ano, em agosto, todos na Igreja são chamados a rezar pelas vocações e sobre elas refletir. Em 2023, isso será ainda mais especial, por ocasião do 3° Ano Vocacional do Brasil, que tem por objetivo promover a cultura vocacional nas comunidades eclesiais, nas famílias e na sociedade como um todo, para que haja o despertar para as vocações.

Na Arquidiocese de São Paulo, a missa de abertura do Mês Vocacional aconteceu na manhã do domingo, 30 de julho, na Catedral da Sé, presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer.

“Com muita alegria, vamos acolher o dom de Deus das vocações em nossa Arquidiocese, tomando consciência de que as vocações são uma graça de Deus, tão necessárias para a vida da Igreja”, exortou o Arcebispo de São Paulo no começo da missa.

Na mesma celebração, Dom Odilo conferiu os ministérios de Leitor e Acólito a seis seminaristas da etapa da Configuração, do Seminário de Teologia Bom Pastor da Arquidiocese. A Eucaristia teve entre os concelebrantes os Padres José Adeildo Pereira Machado e Sidnei Fernandes Lima, respectivamente Reitor e Vice-Reitor do Seminário de Teologia; João Henrique Novo do Prado, Reitor do Seminário Propedêutico; e José Carlos dos Anjos, Coordenador Arquidiocesano da Pastoral Vocacional.

IMPREGNAR-SE DA PALAVRA

Dom Odilo, na homilia, ao referir-se ao Evangelho proclamado no 17º Domingo do Tempo Comum (cf. Mt 13,44-52), destacou que o Reino de Deus é como um tesouro escondido e que cada pessoa deve esforçar-se para alcançá-lo, bem como sempre renovar a busca e o apreço pelas coisas de Deus.

Dirigindo-se aos seminaristas instituídos como Leitores e Acólitos, o Arcebispo ressaltou que todo ministério na Igreja é sinal de serviço, e que eles devem cada vez mais vivenciar a Palavra de Deus.

“Impregnar-se da Palavra de Deus nos torna sábios nesta Palavra e nos Seus caminhos, e assim poderemos ajudar o povo a caminhar também na luz de Deus, em Sua Palavra e sabedoria. Que o ministério que vocês hoje recebem também possa ser um estímulo a mais aos estudos que estão fazendo para exercer, depois, o ministério da Palavra como diáconos e, mais adiante, como presbíteros. Que a Palavra de Deus seja abundante em seus corações e que, vivendo-a, vocês mesmo possam transmiti-la aos seus irmãos com fidelidade”, exortou.

LEITORES

Receberam o ministério de Leitor os seminaristas Leonardo Oliveira e Yago Meireles. O rito foi conduzido pelo Cardeal Scherer antes da liturgia da Palavra.

O Arcebispo entregou-lhes o livro das Sagradas Escrituras, uma vez que o Leitor é instituído para o serviço da mesa da Palavra, a fim de que proclame as leituras das celebrações (exceto o Evangelho) e anuncie a Boa-Nova. Também tem a missão de organizar a Catequese e orientar a participação do povo na assembleia de fiéis.

“Com a vossa ajuda, poderão todos chegar ao conhecimento de Deus Pai e do seu Filho Jesus Cristo, que Ele enviou, e alcançar a vida eterna. Anunciando aos outros a Palavra divina, sede também dóceis ao Espírito Santo, recebendo-a de coração aberto, e meditando-a assiduamente, a fim de amá-la cada vez mais. Manifestai pelas vossas vidas Jesus Cristo, nosso Salvador”, consta em um dos trechos da prece de instituição deste ministério.

“Para mim, ser instituído no ministério de Leitor é a tomada de consciência da necessidade e compromisso com o anúncio da Palavra de Deus a todos, principalmente aos que ainda não a conhecem e estão nas periferias existenciais. Também inclui a preparação dos fiéis para recepção dos sacramentos. Em suma, é ser um servidor da Palavra, que é Cristo, e seu anunciador. Além disso, a instituição deste ministério motiva nosso processo formativo ao sacerdócio, pois o padre é o ministro da Palavra por excelência, e ao ser instituído, temos desde agora, a responsabilidade no percurso de preparação ao sacerdócio ministerial”, disse ao O SÃO PAULO o seminarista Leonardo.

ACÓLITOS

O rito em que foram instituídos acólitos os seminaristas Vítor Petris, Gabriel Oliveira, Donato Silva e Dêvisson Luan Dias ocorreu após a homilia.

Compete ao Acólito o serviço da mesa da Eucaristia, bem como auxiliar os diáconos e servir os sacerdotes, além de ajudar os ministros extraordinários da Sagrada Comunhão e substitui-los quando necessário. Por isso, como parte do rito, Dom Odilo entregou-lhes o pão e o vinho a serem consagrados na missa.

“Para bem desempenhar essa função, é bom lembrar-vos de que, participando de um mesmo pão com vossos irmãos e irmãs, formais com eles um só corpo. Servi, portanto, com sincero amor, o Corpo místico de Cristo, que é o povo de Deus, especialmente os fracos e os enfermos; e procedei de acordo com o mandamento que o Senhor deu aos apóstolos na Última Ceia: ‘Amai-vos uns aos outros como eu vos amei’’, lê-se na prece de instituição deste ministério.

“Receber o ministério de Acólito representa uma graça que Deus confere a mim e a meus irmãos, por meio da Igreja para o serviço e a edificação desta mesma Igreja. É um sinal positivo de que a Igreja vê com bons olhos a caminhada e o progresso nas diversas dimensões formativas do candidato às ordens sacras, visando ao ministério ordenado”, disse à reportagem o seminarista Vítor Petris.

A IGREJA, A FAMÍLIA E AS VOCAÇÕES

Muitas atividades acontecerão na Arquidiocese de São Paulo neste Mês Vocacional, uma delas no sábado, 12, às 15h, na Catedral da Sé: o Encontro Anual dos Coroinhas, Cerimoniários e Acólitos.

Também haverá missas vocacionais nas paróquias, lives sobre a temática do mês vocacional (organizadas pela Região Ipiranga) e até uma Feira Vocacional, no dia 27, no Santuário São Judas Tadeu.

“Temos de criar uma cultura vocacional, de modo que todas as paróquias se lembrem das vocações, porque hoje os vocacionados à vida sacerdotal e religiosa são poucos. E o 3º Ano Vocacional do Brasil busca, justamente, criar essa cultura, mas isso precisa acontecer de paróquia em paróquia. Em cada uma, o padre precisa sempre falar sobre as vocações, não apenas neste mês de agosto”, disse à reportagem o Padre José Carlos dos Anjos, Coordenador Arquidiocesano da Pastoral Vocacional.

Padre José Carlos destacou, ainda, ser fundamental que as famílias estimulem os mais jovens ao discernimento vocacional: “O jovem precisa desse apoio da família. Temos, portanto, que animá-lo para as coisas de Deus, dizer a ele ‘Coragem, filho, venha! Não tenha medo de se entregar a Deus’”.

Esta também foi a exortação final do Cardeal Scherer na missa do último domingo. “Famílias, procurem apoiar, incentivar e encorajar os jovens para as coisas boas, semear as coisas boas no coração deles para que frutifiquem um dia. Vamos rezar todos os dias pelas vocações e também pedir ao Senhor por todos aqueles que já estão no serviço da Igreja”, disse o Arcebispo, manifestando o desejo de que em cada paróquia haja, ao menos, uma vocação para a Igreja. “Para isso, toda a comunidade paroquial deve fazer bem a sua parte, apoiar, encorajar, incentivar. Façamos isso com muita fé”, destacou.

Já pensou em ser padre ou religioso(a) consagrado(a)?

  • Converse com o padre da sua paróquia
  • Informe-se no Centro Vocacional Arquidiocesano: (11) 3237-2523 – E-mail: cvasp@uol.com.br
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