Campanha da Fraternidade já mobiliza regiões, paróquias e comunidades

Participantes da formação sobre a CF 2023 na Região Ipiranga (foto: Karen Eufrosino)

“Sem verdadeiro envolvimento de todos os atores eclesiais na organização, formação e divulgação, não há CF. Para tanto, todos os batizados e batizadas – animadores fundamentais da CF – devem se unir neste serviço à comunhão da Igreja no Brasil. Todos nós, caminhando juntos, motivaremos nossas comunidades a assumir suas responsabilidades ante a situação de fome que persiste no nosso Brasil”.

O chamado do texto-base da Campanha da Fraternidade deste ano (no172) já repercute nas paróquias, comunidades e regiões episcopais da Arquidiocese de São Paulo, nas quais têm acontecido formações sobre o tema da CF 2023 – “Fraternidade e fome” – e o lema “Dai-lhes vós mesmos de comer” (Mt 14,16).

FORMAÇÕES E MISSAS

Na Região Brasilândia, a formação sobre a CF 2023 foi no dia 4. Na ocasião, mais de 300 pessoas refletiram sobre a temática da fome e conheceram projetos de paróquias e pastorais, como as cozinhas comunitárias e as ações de distribuição de refeições e de cestas básicas.

No domingo, 26, às 14h, ocorrerá a abertura regional da CF, no Santuário Sião do Jaraguá (Rua Galvão Bueno Trigueirinho, 764). As paróquias, conforme seus setores pastorais, estão chamadas a fazer doações de alimentos não perecíveis, como óleo de cozinha, açúcar, café, bolacha, enlatados, arroz, feijão, macarrão e molho de tomate, que serão entregues às conferências vicentinas da Região Brasilândia, as quais atendem famílias em situ- ação de vulnerabilidade social.

Na Região Ipiranga, a formação sobre a CF ocorreu no dia 15, na cúria regional. Na sexta-feira, 24, às 19h30, haverá a missa de abertura regional da Campanha, na Paróquia Imaculada Conceição (Avenida Nazaré, 993), presidida por Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ.

Também a Região Lapa já realizou nos setores pastorais um momento formativo sobre a CF no último dia 11. Na Região Belém, a formação ocorreu no dia 4, organizada pelo Fórum das Pastorais Sociais, com a participação de cerca de 200 pessoas. Houve reflexões sobre as múltiplas causas da fome no Brasil e seus impactos na qualidade de vida das pessoas.

Na Região Santana, boa parte das paróquias já realizou ou tem agendadas formações sobre a CF 2023. Cada uma recebeu um roteiro com sugestões para a missa de abertura da Campanha, na Quarta-feira de Cinzas, 22. Nesta data, às 20h, o Cardeal Odilo Pedro Scherer presidirá missa na Paróquia Natividade do Senhor (Rua Augusto Rodrigues, 683, Jardim Fontalis). Antes, às 15h, na Catedral da Sé, o Arcebispo Metropolitano presidirá a missa de abertura da Quaresma na Arquidiocese, com o rito de imposição das cinzas.

Na quinta-feira, 23, às 19h, está prevista a participação de Dom Odilo na solenidade de abertura da CF 2023 na Câmara Municipal de São Paulo (Viaduto Jacareí, 100 – Plenário 1o de Maio).

A CAMPANHA NAS PARÓQUIAS

Café da manhã no Dia Mundial dos Pobres na Basílica Menor de Sant’Ana, em novembro de 2022 (arquivo paroquial)

Em entrevista ao O SÃO PAULO, o Padre Andrés Gustavo Marengo, Coordenador da Campanha da Fraternidade na Arquidiocese, enfatizou que nas paróquias e comunidades a CF 2023 precisa provocar reflexões e ações concretas.

“Nossas comunidades podem ver quais famílias carentes estão sendo ajudadas; fazer um levantamento sobre as condições de vida das pessoas; produzir murais na igreja sobre o aproveitamento de alimentos e alimentação saudável; divulgar pelas redes sociais os trabalhos que já vêm sendo feitos. A Campanha da Fraternidade não é só para os grupos que trabalham com a questão social nas paróquias. Essa conscientização deve ser de todos”, comentou o Sacerdote.

Dom Rogério Augusto das Neves, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Sé e Referencial da CF na Arquidiocese, afirmou que o texto-base da CF 2023 menciona que a Igreja distribui a Eucaristia e partilha compaixão: “Isso quer dizer que a Eucaristia tem sua dimensão comunitária, eclesial e social. E como a Eucaristia faz a Igreja, tanto quanto a Igreja faz a Eucaristia, entendemos que se trata de uma consequência eclesial. O texto-base faz questão de enumerar as iniciativas para combater e superar a fome empreendidas no seio da Igreja. Penso que a Arquidiocese, por meio de suas paróquias e novas comunidades, tem uma longa página de assistência às pessoas atingidas pela fome que merece ser considerada. Talvez uma explicitação maior desse elenco de iniciativas já fosse uma grande inspiração. Acho que deveria haver mais visibilidade dessas iniciativas, porque são muitas, mas nem sempre conhecidas”.

Questionado sobre como o católico nesta Quaresma pode alcançar a conversão pessoal, comunitária e social, que é um chamado permanente da Campanha da Fraternidade, o Bispo lembrou que a primeira atitude é a de não banalizar o problema da desigualdade social e da miséria.

“É preciso sentir algum incômodo, para que desejemos realizar alguma con- versão. Nesse sentido, a proposta de tema para reflexão na Quaresma já nos ajuda a pensar nas situações que precisam de conversão. Nós somos sempre pecadores, por isso, a conversão é permanente. Não se trata de tematizar de maneira monolítica a nossa vida, mas de abrir os horizontes da nossa visão. É claro que, apesar dos problemas serem sociais, a conversão só é possível se for assumida de maneira pessoal”, disse Dom Rogério.

Padre Andrés destacou que a grande meta da CF 2023 é indicar as causas estruturais da fome no Brasil e, a partir dessa conscientização, erradicá-la: “Trata de tomar consciência de que a fome existe e de que fazer alguma ação caritativa é importante, mas que é preciso também avaliar o próprio estilo de vida, pensar em propostas de ação sociopolítica para ir à raiz do problema da fome no Brasil. Não podemos lavar as mãos como Pôncio Pila- tos, mas, sim, nos engajarmos. Corrigir o drama da fome é um grande desafio e precisamos discuti-lo, é nossa tarefa, pois o próprio Jesus disse ‘Dai-lhes vós mesmos de comer’ (Mt 14,16)”.

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