Consórcio de cidades investe para que lixo seja transformado em energia

Foto: Civap/Divulgação

Nas últimas décadas, o Consórcio Inter-municipal do Vale do Paranapanema (Civap), em São Paulo, tem buscado encontrar tecnologias para acabar com a necessidade de aterros sanitários nos municípios consorciados. 

Há cerca de dez anos, o Civap realizou uma licitação para produzir, a partir do lixo que não é nem orgânico nem reciclável, o CDR, combustível que pode ser usado em fornos industriais, como o de cimenteiras e de caldeiras de usinas açucareiras. 

“Após termos feito todos os planos municipais e um plano regional da destinação dos resíduos, encontramos a oportunidade de celebrar uma parceria público-privada. Para tal, o Civap buscou uma parceria com a Companhia Paulista de Desenvolvimento (CPD), que desenvolve projetos que possam ser utilizados no setor público e busca eventuais interessados em financiá-los. Assim, a CPD preparou o projeto, encontrou os parceiros e cumprimos toda a parte jurídica para que chegássemos ao edital, que foi vencido por um consórcio formado por três empresas. Elas já assinaram o contrato conosco e estamos na fase do início de implementação da usina”, detalhou, ao O SÃO PAULO, Oscar Gozzi, prefeito de Tarumã (SP) e presidente do consórcio, que existe desde 1985. Das cidades que participam do Civap, 14 fazem parte desse projeto. 

BENEFÍCIO AMBIENTAL E ECONÔMICO 

Inicialmente, na usina instalada na cidade de Palmital (SP) será gerado o CDR, e, em uma segunda etapa, energia elétrica. “Os 14 municípios farão a entrega de 300 tonelada/dia de resíduos. A empresa receberá R$ 85,00 por tonelada, e cada município custeará o transporte até lá, sendo que a distância máxima é de 70 quilômetros”, explicou Gozzi. 

O prefeito de Tarumã detalha o quanto será economizado: “Hoje, nosso município recolhe o resíduo e leva para um aterro sanitário que está na cidade de Quatá, a cerca de 75 quilômetros daqui. Apenas para a disposição no aterro, Tarumã paga R$ 119,00 a tonelada, e há ainda os custos com o transporte. Com este novo projeto, o valor por tonelada cai para a R$ 85,00 e vai diminuir o custo do transporte, pois a distância até a usina é a metade da que percorremos até chegar ao aterro”. 

Gozzi lembra, ainda, que as cidades manterão suas estratégias de coleta seletiva, separação de recicláveis e compostagem de lixo orgânico para que enviem à usina apenas os resíduos que não podem ter outro destino. 

Além disso, todo o crédito de carbono gerado pela operação de destinação e tratamento do resíduo na usina se tornará um ativo para um fundo mantido pelo consórcio, e que será aplicado em projetos ambientais de coleta seletiva e de educação ambiental nos municípios. 

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