Projeto iniciado no Dia Mundial dos Pobres reforça a Campanha da Fraternidade e promove ações ambientais em centros ligados à Igreja

Inspirado pela encíclica Laudato si’, do Papa Francisco, e alinhado com os temas da Campanha da Fraternidade, o projeto Cuidando da Casa Comum vem despertando uma nova consciência ecológica em comunidades da zona Leste de São Paulo. A iniciativa, vinculada ao Núcleo Regional Belém da Caritas Arquidiocesana de São Paulo, teve início em 2023 com ações pontuais em centros ligados à Igreja Católica, e fortaleceu-se em 2024 e 2025 com atividades práticas, como hortas comunitárias, oficinas e rodas de conversa.
“O projeto surgiu ainda sem nome, durante o Dia Mundial dos Pobres de 2023, como um chamado à ação. Com o tempo, percebemos que havia espaço e necessidade para algo mais estruturado”, explica Adriana Omena, coordenadora do Núcleo Regional Belém. “Começamos a visitar comunidades e centros de atendimento mantidos por paróquias, levando o conceito do cuidado com a criação, com o planeta e com os mais pobres, como propunha o Papa Francisco.”
As ações têm sido desenvolvidas em parceria com as biólogas Luciana Acuña e Simone Bacic, embaixadoras do Instituto Lixo Zero, e incluem atividades educativas sobre reciclagem, descarte consciente de resíduos e reaproveitamento de materiais. As oficinas ocorrem em espaços como o Cedesp Padre Romão, no CCA Vila Bela e Rodolfo Pirani, além de outros centros comunitários da zona Leste.
“Essas ações têm como primeiro objetivo o despertar. Chegamos com algo prático e simbólico, como a separação do lixo ou a construção de uma pequena horta. E, a partir disso, deixamos uma inspiração para que aquela comunidade continue a transformação por conta própria”, relata Adriana.
No CCA Vila Bela, as crianças foram tocadas e se uniram à E.E. Prof. Mozart Tavares de Lima. A horta comunitária está na fase de formação a partir do material orgânico com técnica de compostagem. “É uma área que pertence à comunidade, então o cuidado se torna coletivo. O projeto tocou especialmente as crianças, e uma parceria com a escola local nos ajudou a consolidar a proposta de forma mais eficaz”, acrescenta.
Ao integrar a educação ambiental com a vivência da fé, o projeto busca cultivar atitudes sustentáveis nos espaços ligados à Igreja e nos territórios vulneráveis. “O lixo que o Brasil descarta é também dinheiro jogado fora, oportunidades perdidas. Quando falamos em cuidar da Casa Comum, falamos de justiça social, responsabilidade ecológica e conversão pastoral”, conclui Adriana.