
Na quinta-feira, 7, teve início o curso de extensão sobre os Conselhos de Assuntos Econômicos Paroquiais (Caep), promovido pela Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção da PUC-SP e pela Faculdade de Direito Canônico São Paulo Apóstolo, ambas da Arquidiocese de São Paulo.
Realizado na modalidade on-line, o curso reúne mais de 700 participantes de diversas dioceses do Brasil e tem como objetivo aprofundar os aspectos teológicos, pastorais e canônicos desses conselhos à luz do Documento Final do Sínodo dos Bispos (2021-2024), ressaltando seu papel sinodal e missionário.
A formação é voltada para leigos que integram os Caeps, sacerdotes, diáconos, seminaristas, estudantes de Teologia e Direito Canônico, ecônomos diocesanos e colaboradores de cúrias.
ZELO E CORRESPONSABILIDADE
Na abertura, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo e Grão-Chanceler das instituições organizadoras, destacou a abrangência nacional dos inscritos, “do Oiapoque ao Chuí, literalmente”, incluindo dioceses de todas as regiões. Dom Odilo lembrou que o Conselho de Assuntos Econômicos “não é só recomendado pela Igreja, mas é obrigatório pelo direito canônico em toda a diocese, em toda a paróquia, em toda a organização eclesial”, inclusive em institutos de vida consagrada e sociedades de vida apostólica.
O Arcebispo ressaltou que os bens temporais da Igreja devem estar sempre a serviço do bem da Igreja e de sua missão, abrangendo a evangelização, a formação pastoral, o culto divino e a caridade. “Os bens da Igreja não são nossos, mas da comunidade eclesial, e devem ser extremamente bem zelados”, afirmou, defendendo que os conselhos sejam compostos por membros capacitados e escolhidos segundo critérios eclesiais, com competência técnica e jurídica.
CARÁTER APOSTÓLICO
A primeira aula foi ministrada pelo Padre Dayvid da Silva, Sacerdote da Diocese de Santo André (SP), doutor em Teologia pela PUC-SP e professor dessa instituição. Ele apresentou o Caep como um órgão consultivo previsto no Código de Direito Canônico (cân. 537), cuja finalidade primeira é “estar a serviço da missão da Igreja”. Ressaltou, ainda, que a atuação destes conselhos vai além da gestão técnica, devendo garantir que os recursos sejam aplicados de forma transparente, corresponsável e em comunhão com o pároco.
O professor também destacou que a boa administração dos bens eclesiais é um testemunho de fé, pois traduz justiça, solidariedade e compromisso com a missão. Inspirado no Sínodo, ele defendeu que os Caeps funcionem de forma efetiva, e não apenas formal, com membros de perfil apostólico e testemunho evangélico, atentos especialmente às comunidades mais pobres, para que todas possam viver com dignidade e participar ativamente da vida da Igreja.
Ao longo das próximas semanas, o curso contará com aulas dos Padres Antônio Lisboa de Lustosa Lopes, mestre em Teologia Pastoral; Everton Fernandes Moraes, doutor em Direito Canônico; e Marcos Antônio Funchal, mestre em Direito Canônico.