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De Brasilândia a Moema, o Mapa da Desigualdade em SP

Classificação considera 45 indicadores temáticos em áreas como saúde, educação, moradia, transporte, segurança e renda;
Moema aparece na primeira posição e Brasilândia, na última

A Rede Nossa São Paulo publicou nesta quinta-feira, 26, o ranking geral dos 96 distritos da cidade, elaborado com base no desempenho em 45 indicadores temáticos do Mapa da Desigualdade de São Paulo.

Moema lidera a lista com 75,6 pontos – de 96 possíveis – e obteve o melhor desempenho em oito indicadores. Eles contemplam áreas como educação (esforço docente), habitação (domicílios em favelas), saúde (mortalidade materna) e segurança pública (feminicídio, homicídios e homicídios de jovens). Brasilândia, na Zona Norte, aparece na última posição do ranking geral com 49,3 pontos.

O distrito obteve desempenho abaixo da média da cidade em 28 indicadores, como oferta de emprego formal (93ª posição), Gravidez na adolescência (92ª posição), Remuneração média mensal do emprego formal (92ª posição), Pontos de Entrega Voluntária (91ª posição), Acesso à internet móvel (87ª posição) e domicílios em favelas (86ª posição).

Abaixo os 10 distritos que tiveram a maior pontuação:

1º Moema 75,68
2º Butantã 74
3º Vila Mariana 71,91
4º Itaim Bibi 71,16
5º Lapa 70,95
6º Alto de Pinheiros 70,92
7º Perdizes 70,77
8º Pinheiros 70,75
9º Consolação 70,16
10º Morumbi 69,48

Abaixo os 10 distritos que tiveram a pior pontuação:

87º Grajaú 55,8
88º Jardim Ângela 55,75
89º Itaquera 55,52
90º Pedreira 55,52
91º Vila Curuçá 55,3
92º Cidade Ademar 54,91
93º Vila Medeiros 53,55
94º Capão Redondo 53,5
95º Tremembé 50,16
96º Brasilândia 49,39

Rankings temáticos

Além do ranking geral dos 96 distritos da capital paulista, o Mapa da Desigualdade de São Paulo permite também observar rankings temáticos em 11 áreas distintas: saúde, educação, segurança pública, direitos humanos, meio ambiente, mobilidade, trabalho e renda, habitação, cultura, infraestrutura digital e esporte. Desse modo, é possível verificar a desigualdade entre os territórios da capital em diferentes temas e indicadores, e apontar os desafios e prioridades de investimento do poder público. As áreas e indicadores relacionados são os seguintes:

Saúde
1) Gravidez na adolescência
2) Mortalidade materna
3) Mortalidade infantil
4) Idade média ao morrer
5) Tempo médio para consultas na atenção básica
6) Mortalidade por Covid-19

Educação
1) Tempo de atendimento para vaga em creche
2) Matrículas no ensino básico em escolas públicas
3) Distorção idade-série no ensino fundamental da rede municipal
4) Abandono escolar no ensino fundamental da rede municipal
5) Ideb (Escolas públicas – anos iniciais)
6) Ideb (Escolas públicas – anos finais)
7) Adequação da formação docente
8) Esforço docente

Segurança Pública
1) Feminicídio
2) Homicídios
3) Homicídios de jovens
4) Agressões por intervenção policial
5) Mortes por intervenção policial
6) Deslocamento médio para denúncias de violência contra mulher

Direitos Humanos
1) Violência contra a mulher
2) Violência LGBTQIAP+
3) Violência racial

Meio Ambiente
1) Emissão de poluentes atmosféricos por área
2) Cobertura vegetal
3) Pontos de entrega voluntária
4) Número de áreas contaminadas

Mobilidade
1) Velocidade média dos ônibus
2) Tempo médio de deslocamento por transporte público
3) Acesso a transporte de massa
4) Acesso a infraestrutura cicloviária

Trabalho e renda
1) Oferta de emprego formal
2) Remuneração média mensal do emprego formal
3) Desigualdade salarial (emprego formal)

Habitação
1) Famílias em atendimento habitacional provisório por situação de risco e emergência
2) Domicílios em favelas

Cultura
1) Centros culturais
2) Equipamentos públicos de cultura
3) Cinemas
4) Espaços culturais independentes

Infraestrutura digital
1) Acesso a internet móvel por área
2) Acesso a internet móvel por população

Esporte
1) Equipamentos públicos de esporte
2) Quadras esportivas nas escolas públicas

Como a pontuação é calculada

O ranking é elaborado da seguinte forma: o distrito que apresenta o melhor valor no indicador recebe a pontuação mais alta (96 pontos); o segundo melhor recebe 95 pontos; o terceiro, 94; e assim sucessivamente até o distrito que apresenta o pior valor no indicador, que recebe 1 ponto.

Esse cálculo é feito para cada um dos 45 indicadores temáticos – dados demográficos e populacionais não são considerados. A soma da pontuação em cada indicador dividida pelo número total de indicadores em que o distrito possui informação resulta na sua pontuação final. Quando dois ou mais distritos apresentam o mesmo valor, ou seja, estão empatados na classificação, recebem a mesma pontuação.

Sobre o Mapa da Desigualdade de São Paulo

Produzido há mais de 10 anos, o Mapa da Desigualdade de São Paulo mostra a oferta de serviços e infraestrutura urbana em cada um dos 96 distritos da cidade, além de dados que refletem a qualidade de vida da população nessas localidades. Trata-se de uma ferramenta que auxilia os gestores públicos e a sociedade civil a identificar prioridades e necessidades de cada distrito da capital paulista, por meio da coleta e da comparação de um conjunto pré-definido de indicadores temáticos.

A elaboração do mapa consiste no levantamento de dados em diferentes áreas de atuação da administração pública municipal, desagregados por distrito, de modo que se possa identificar e monitorar os territórios mais desprovidos de serviços e infraestrutura urbana.

Fonte: Rede Nossa São Paulo

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