Aos 26 anos, jovem paulistano recebeu o 2º grau do sacramento da Ordem em missa presidida pelo Cardeal Odilo Scherer, no sábado, 21.
No sábado, 21, às 15h, na Basílica Menor de Sant’Ana, na zona Norte da capital, foi ordenado um novo padre para a Arquidiocese de São Paulo. Pela imposição das mãos do Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, foi conferido o sacramento da Ordem no grau do presbiterado ao Diácono Douglas da Silva Gonzaga, 26.
A missa foi concelebrada pelos bispos auxiliares da Arquidiocese Dom Carlos Lema Garcia e Dom Edilson de Souza Silva, e diversos padres.
SERVIDOR DE JESUS
Na homilia, Dom Odilo destacou a essência e a missão sacerdotal, enfatizando que o padre não exerce o ministério como algo próprio, mas como servidor de Jesus. “Cristo é o sacerdote, nós somos servidores do sacerdócio dele para o bem da humanidade”, afirmou.
O Arcebispo recordou, ainda, as três missões fundamentais que devem guiar a vida sacerdotal. “A primeira missão do padre é anunciar a boa nova de muitos modos, seja pela pregação, pelo serviço missionário ou pela formação do povo”, ressaltou. A segunda missão é santificar os fiéis por meio dos sacramentos. “Somos servidores dos irmãos nas coisas santas de Deus para a santificação”, disse. Por fim, a terceira missão é pastorear, seguindo o exemplo de Cristo, o Bom Pastor. “O sacerdote deve agir com compaixão, ternura e a capacidade de servir o povo na caridade”, disse Dom Odilo, mencionando o ensinamento de Santo Agostinho de que o serviço pastoral é, acima de tudo, um “serviço de amor”.
Dirigindo-se ao ordenando, o Cardeal fez um apelo para que o novo sacerdote mantenha-se sempre atento às ovelhas mais necessitadas, como os doentes e os pobres. “Desempenha com verdadeira caridade e contínua alegria tua missão, não procurando o que é teu, mas o que é de Cristo”, recomendou. Por fim, Dom Odilo fez um chamado à humildade e ao serviço: “Segue o exemplo do bom pastor, que não veio para ser servido, mas para servir e salvar o que estava perdido”.
RITO
No rito de ordenação, logo após a proclamação do Evangelho, o candidato é chamado a se apresentar diante do Arcebispo. Em seguida, após ser interrogado pelo Cardeal e fazer suas promessas sacerdotais, o diácono se prostra diante do altar enquanto toda a assembleia invoca a intercessão de todos os santos.
O momento central da ordenação é a imposição das mãos sobre o eleito, seguida da prece de ordenação, na qual o Arcebispo invoca a força do Espírito Santo para constituí-lo na dignidade de presbítero.
Após ser revestido dos paramentos litúrgicos sacerdotais – a estola e a casula –, o novo padre tem suas mãos ungidas com o óleo do Crisma, que, como sublinha a oração do ritual, o reveste de poder para “a santificação do povo fiel e para oferecer a Deus o santo sacrifício”.
Em seguida, o recém-ordenado recebe o pão e o vinho que serão oferecidos e consagrados no Corpo e Sangue de Cristo, na missa. “Toma consciência do que vais fazer e põe em prática o que vais celebrar, conformando tua vida ao ministério da cruz do Senhor”, diz o Arcebispo, segundo prevê o rito.
CENTRALIDADE DE CRISTO
Paulistano, Padre Douglas nasceu em 15 de fevereiro de 1998. Em 2014, foi crismado na Paróquia Santa Maria Madalena, na Região Episcopal Belém. À época, ele cursava o 1º ano do ensino médio e ouviu de um seminarista o questionamento se nunca havia pensado em ser padre. Após essa pergunta, passou a alimentar esse desejo em segredo, até que, em 2015, decidiu procurar a Pastoral Vocacional da Arquidiocese e, no ano seguinte, ingressou no Seminário Propedêutico.
Em seu discurso de agradecimento, o Padre Douglas destacou a centralidade de Jesus Cristo em sua vocação. “É o nome santo do Senhor Jesus que deve ser exaltado hoje e por toda a minha vida”, afirmou, reconhecendo que o dom recebido não é fruto de méritos pessoais, mas “tudo é graça”.
Ele expressou profunda gratidão aos pais, Airton e Fátima Gonzaga, pelos valores transmitidos. “Eu é que devo beijar as suas mãos santas, que me educaram, alimentaram e deram amor, mesmo em meio às dificuldades”, declarou. Também dirigiu palavras afetuosas aos irmãos e sobrinhos, ressaltando a importância da família em sua caminhada.
GRATIDÃO
O neo-sacerdote estendeu sua gratidão à Arquidiocese de São Paulo, especialmente ao Cardeal Scherer, por acolhê-lo no seminário arquidiocesano. “Obrigado, Dom Odilo, por me associar ao seu ministério. Deus lhe conceda muitos anos de vida e frutifique ainda mais seu ministério”, manifestou. Também agradeceu aos formadores, diretores espirituais e funcionários das casas de formação pelo apoio em sua caminhada.
Ao saudar os sacerdotes presentes, pediu humildemente que o acompanhem em seu ministério: “Não me deixem caminhar sozinho. Sou o irmão mais novo em idade e em tempo de ministério agora”, disse.
Padre Douglas fez questão de mencionar as comunidades e paróquias onde atuou ao longo do seminário, além das pastorais e da Renovação Carismática Católica, destacando o papel de cada uma na sua formação. “Sem vocês, eu não teria caminhado por muito tempo. Deus lhes pague”, disse.
Encerrando seu discurso, renovou sua consagração a Nossa Senhora Aparecida. “Coloco o meu ministério nas mãos daquela que nunca me desamparou. Ajuda-me, Mãe Aparecida, a ser fiel ao Teu Filho”, pediu, reforçando seu compromisso com os mais necessitados. “Enquanto um irmão ou irmã não souber quem é o Salvador do mundo, ou enquanto um filho ou filha de Deus tiver fome, eu não terei cumprido a minha missão por completo”.
Concluindo, o novo padre reafirmou sua entrega total ao ministério e à missão de anunciar Jesus Cristo: “Que o Espírito Santo me ajude, a fim de que eu possa sempre proclamar a ressurreição, porque eu vi o Senhor”.