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Diácono Permanente Celso José: ‘Há muitas pessoas à margem que precisam da presença real da Igreja’

O jornal O SÃO PAULO inicia uma série de reportagens com os neodiáconos da Arquidiocese de São Paulo que receberam o primeiro grau do sacramento da Ordem, pela imposição das mãos do Cardeal Scherer, em 13 de dezembro, na Catedral da Sé.

Fotos: Luciney Martins/ O SÃO PAULO

O primeiro a ser retratado é o Diácono Permanente Celso José Alves da Silva, 60, neste ano que é especial para o diaconato permanente da Arquidiocese, já que marca os 25 anos da Escola Diaconal São José, instituída em 2000, e os 20 anos dos primeiros ordenados diáconos permanentes em 2005.

Por cerca de 30 anos, Celso José participou ativamente da vida pastoral da Catedral de Santarém, no Pará, tendo coordenado a equipe dos catequista da Crisma. Também atuou no curso de noivos; foi ministro extraordinário da Sagrada Comunhão e coordenador de pastoral da Catedral. Além disso, ele sempre visitava, aos domingos, os idosos que viviam sozinhos, as viúvas, os doentes, “aqueles das ‘periferias existenciais’, como dizia o Papa Francisco”.

Toda essa caminhada pastoral fez com que fosse convidado para a formação ao diaconato permanente na Arquidiocese de Santarém: “Conversei muito com minha família, pedindo a iluminação do Espírito Santo, e ao final tive a resposta”.

Diácono Celso, primeiro à direita, com os outros neodiáconos e o Cardeal Scherer

A VINDA A SÃO PAULO APÓS UM IMPREVISTO FAMILIAR

Em 2021, Celso ingressou na Escola Diaconal da Arquidiocese de Santarém. Em 2024, porém, precisou se mudar para São Paulo, para ajudar uma de suas filhas acometida por uma artrite reumatoide, e que estava com uma bebê de 2 meses de vida. “Agora minha filha está fazendo tratamento desta doença autoimune, e está bem melhor”, contou.

“Chegando aqui, fiz contato com Dom Odilo Scherer. E ele nos acolheu muito bem e pediu que eu fizesse um ano de estágio para conhecer os organismos da Arquidiocese, bem como uma formação complementar na Escola Diaconal São José. Tive alguns reforços em disciplinas sobre os sacramentos, mariologia e sobre o Espírito Santo”, prosseguiu o Diácono Celso José.

O Neodiácono assegura que ao longo do processo formativo teve maior certeza sobre o chamado de Deus para que se tornasse diácono: “Foi durante a formação que senti o chamado cada vez mais forte. Há muitas pessoas à margem que precisam da presença real da Igreja. É aí que vemos o Cristo sofredor”.

Padre Jorge Bernardes, Pároco da Paróquia Santa Rita de Cássia, na Região Ipiranga, reveste o Diácono Celso durante a cerimônia de ordenação diaconal

O APOIO DE SUA FAMÍLIA

Ele também destacou todo o incentivo que recebeu da esposa, Rosineide Vieira Silva,  com quem é casado há 37 anos, e das filhas Luana, Luma e Thais para se tornar diácono.

“Minha esposa e eu sempre fomos engajados na Igreja e a minha família sempre me dava apoio nas incertezas. O lema sempre era ‘as dificuldades são grandes, mas a graça de Deus é muito maior’”, comentou o Neodiácono, ressaltando que ter a família por perto tem o ajudado a se adaptar à rotina da cidade de São Paulo: “O apoio da minha família tem sido fundamental, para não desistir jamais, pois a esperança não decepciona”.

O lema diaconal do Diácono Celso José – “Eu, porém, estou no meio de vós como aquele que serve” (Lc 22,27) – é inspirado na grande missão do diácono: ser servidor, especialmente dos mais vulneráveis: “O Papa Francisco insistiu muito em uma Igreja sinodal, onde todos devem caminhar juntos, indo ao encontro das ‘periferias existenciais’. Agora, recentemente, o Papa Leão XIV lança a exortação apostólica ‘Dilexi te’, para lembrar que o serviço aos pobres deve fazer parte de nossa missão como cristãos”, concluiu.

Nos próximos dias, leia os perfis dos outros seis novos diáconos seminaristas da Arquidiocese de São Paulo também ordenados em 13 de dezembro.

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