Diretrizes valorizam o serviço catequético como vocação indispensável para a missão da Igreja

Catequistas

Entraram em vigor no domingo, 24, Solenidade de Cristo Rei e Dia Nacio­nal dos Cristãos Leigos, as Diretrizes e Critérios para a Instituição de Minis­tros da Catequese na Arquidiocese de São Paulo. Promulgado pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metro­politano, o documento regulamenta a implementação deste ministério laical, em consonância com as orientações da Santa Sé.

Reconhecido oficialmente pelo Papa Francisco na Carta Apostólica Antiquum Ministerium, publicada em 2021, o ministério de catequista é des­tacado como essencial para a evangeli­zação e para o crescimento da fé. As di­retrizes arquidiocesanas recordam que esse ministério é definido como laical e de caráter secular, conferido de forma estável. Diferencia-se dos serviços con­fiados temporariamente ou reconheci­dos sem designação oficial, sendo re­servado a leigos plenamente iniciados na fé cristã.

CRITÉRIOS PARA A SELEÇÃO DE CANDIDATOS

A seleção dos candidatos é criterio­sa e prioriza a maturidade espiritual e pastoral. São exigidos, entre outros requisitos:

  • Idade mínima de 30 anos e pelo menos 10 anos de atuação na catequese;
  • Iniciação completa na fé cristã (Batismo, Eucaristia e Crisma);
  • Vida coerente com a fé professa­da e testemunho cristão;
  • Formação básica e compromisso com a formação permanente;
  • Capacidade de acolhimen­to, generosidade e espírito de comunhão.

Os candidatos devem passar por um período de formação, com duração mínima de seis meses, que inclui aprofundamento teológico, prática pastoral supervisionada e um retiro espiritual preparatório.

FORMAÇÃO INTEGRAL E ACOMPANHAMENTO PASTORAL

A formação do catequista segue o modelo catecumenal, abrangendo as­pectos humanos, espirituais, teológicos e pastorais. A Escola Arquidiocesana de Catequese conduz esse processo. Catequistas experientes acompanham iniciantes, oferecendo suporte e orien­tação prática. Além disso, a direção espiritual é destacada como elemento essencial para o discernimento e a con­tinuidade da vocação catequética.

Os párocos têm papel fundamental na formação, sendo responsáveis por indicar novos candidatos, promover a integração dos catequistas na comu­nidade e supervisionar suas atividades pastorais.

PROCESSO DE ESCOLHA E RITO DE INSTITUIÇÃO

A seleção dos candidatos envolve consulta à comunidade paroquial, às coordenações de catequese e a apresen­tação ao pároco. O processo culmina em um retiro espiritual e no rito de ins­tituição, presidido pelo Arcebispo ou por bispos auxiliares.

No rito, os novos ministros da Ca­tequese recebem uma cruz e o Catecis­mo da Igreja Católica como símbolos de sua missão. A instituição é um re­conhecimento da vocação catequética e não um diploma, ressaltando a im­portância do compromisso com a fé e a evangelização.

COMPROMISSO E CONTINUIDADE NO MINISTÉRIO

O ministério é concedido de forma estável, mas exige renovação trienal e participação contínua em formações promovidas pela Arquidiocese. Os ca­tequistas também devem comprome­ter-se com diretrizes para proteção de menores e adultos vulneráveis.

A interrupção do ministério pode ocorrer por motivos de afastamento voluntário, problemas de saúde, mu­danças de residência ou questões disci­plinares graves, como abandono da fé ou escândalo público.

IMPORTÂNCIA PASTORAL E EVANGELIZADORA

“Reconheço a dedicação dos ca­tequistas, que realizam com grande generosidade e esforço a sua missão. No entanto, é preciso destacar que essa missão é de toda a comunidade eclesial e cada membro precisa fazer a sua parte: bispos, padres, religiosos, pais, família, catequistas e a comuni­dade de fé, enquanto tal. A catequese é uma ação eclesial, feita sob a guia do Espírito Santo. Desejo encorajar a to­dos nessa missão”, afirmou o Cardeal Scherer, na carta de apresentação das Diretrizes.

Para Dom Edilson de Souza Silva, Bispo Auxiliar de São Paulo e Referen­cial para a Animação Bíblico-Catequé­tica na Arquidiocese, as novas diretri­zes são o resultado de uma caminhada amadurecida pela Arquidiocese de São Paulo, que combina formação e discer­nimento vocacional para os candidatos ao ministério.

“Um agradecimento deve ser feito aos membros da Comissão Arquidio­cesana de Catequese para a Iniciação à Vida Cristã, pelo dedicado trabalho em prol de nossos catequistas e no processo de elaboração das Diretrizes”, manifestou.

O Bispo destacou, ainda, que o mi­nistério catequético, de raízes históricas nos primeiros séculos da Igreja, “sem­pre teve muita importância”, por ajudar a gerar novos filhos de Deus por meio do anúncio da Palavra e da vida cristã. Mesmo aqueles que não forem instituí­dos continuarão exercendo “esse ofício tão precioso”, cujo valor não diminui, mas se torna ainda mais evidente com a instituição permanente de alguns ir­mãos neste serviço.

“E é bom lembrarmos dos catequis­tas que passaram por nossa vida e nos ajudaram a nos aproximar de Cristo e da Igreja para rezarmos por eles pelo pre­sente inestimável que nos deram. Deus os abençoe”, concluiu Dom Edilson.

A íntegra das Diretrizes está dispo­nível em: https://tinyurl.com/25ugbexw.

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