Dom Odilo fala a seminaristas sobre o sínodo e os motiva aos estudos e à vida de oração

Um momento para partilhar as vivências de estudo e oração, dialogar sobre a caminhada vocacional ao sacerdócio e de proximidade entre os seminaristas da Arquidiocese de São Paulo.

Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

Assim foi a abertura do ‘Ano Seminarístico’, realizada na sexta-feira, 10, no Seminário de Teologia Bom Pastor, no Ipiranga, com a presença dos reitores, padres formadores e seminaristas do Seminário Arquidiocesano Imaculada Conceição – composto, além do Seminário de Teologia, dos Seminários Propedêutico Nossa Senhora da Assunção e de Filosofia Santo Cura d’Ars – e do Seminário Missionário Internacional Redemptoris Mater São Paulo Apóstolo. Também participou Dom Cícero Alves de França, Bispo Auxiliar da Arquidiocese e Referencial Arquidiocesano da Pastoral dos Ministérios Ordenados.

O ponto central da atividade foi o encontro do Cardeal Odilo Pedro Scherer com os seminaristas. Na ocasião, o Arcebispo Metropolitano motivou-os a que conheçam os elementos culturais da cidade de São Paulo e que busquem referências naquilo que fizeram os santos, bem-aventurados e grandes padres, para levar adiante, como futuros sacerdotes, a riqueza da fé cristã.

PÓS-SÍNODO

Dom Odilo recordou aos seminaristas o itinerário do sínodo arquidiocesano, iniciado em 2017, e cuja celebração conclusiva acontecerá no dia 25, às 15h, na Catedral da Sé.

“Mais do que ninguém, vocês vão pôr em prática o sínodo e colher seus frutos”, ressaltou o Arcebispo aos seminaristas. “Os frutos virão com o tempo, com paciência e perseverança”, enfatizou.

Dom Odilo recordou que da assembleia sinodal arquidiocesana, ocorrida em 2022, resultaram 118 propostas que serão publicadas no dia 25, em conjunto com a carta pastoral que o Arcebispo redigiu com orientações gerais a partir das questões principais que emergiram ao longo do sínodo.

O  Cardeal sublinhou algumas das orientações que estarão na carta pastoral, entre as quais a necessidade de se bem viver a comunhão eclesial – com todos unidos em torno de Jesus Cristo, da Palavra de Deus e da Eucaristia; o senso de pertença à comunidade eclesial e da identidade católica de cada batizado – pois, embora a maioria dos que vivem na cidade se declarem católicos, o percentual dos que participam das missas e da vida pastoral da Igreja ainda é muito reduzido; e a especial valorização do domingo como o Dia do Senhor, ocasião em que a comunidade se reúne para a Eucaristia e partilha o ser Igreja.

O Arcebispo também apontou para a necessidade de conversão e renovação missionária, devendo as comunidades, paróquias, pastorais, grupos e associações assumirem o rosto missionário da Igreja; Outro aspecto é dar visibilidade à presença da Igreja na metrópole e que os leigos deem testemunho da fé cristã nos diferentes âmbitos sociais em que estão e, também, nas famílias.

Outra preocupação é com a Catequese e a formação cristã, uma vez que se verifica que há poucos catequistas nas paróquias e baixo número de inscritos para as turmas de iniciação à vida cristã. A esse respeito, o Arcebispo pediu aos formadores que viabilizem maneiras para que os seminaristas vivam a experiência de ser catequistas ao longo da preparação para o sacerdócio.

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O encontro foi concluído com a missa, presidida pelo Arcebispo Metropolitano. Na homilia, ele recordou que a Quaresma é o tempo propício para a escuta aos chamados de Deus e para se abrir à conversão e ao seguimento de Jesus Cristo. Dom Odilo lamentou que haja muitos que rejeitem a voz da Igreja e a do Papa, e ressaltou que todo católico deve estar em comunhão com o Pontífice, pois quem assim não o faz, mais se orienta por ideologias do que pelas verdades do Evangelho.

O Arcebispo também desejou que Deus acompanhe os seminaristas ao longo do ano de estudos e em todas as atividades pastorais; e recomendou-lhes que se valham dos formadores e reitores para a clareza no discernimento vocacional. Também estimulou que desde agora, no seminário, os futuros padres vivam a dimensão da irmandade sacerdotal, estreitando laços de amizade e de mútua ajuda.

SENSO DE PERTENÇA

Em entrevista ao O SÃO PAULO, o Padre José Adeildo Pereira Machado, Reitor do Seminário de Teologia, ressaltou que o encontro permitiu aos seminaristas conhecer melhor o que está sendo vivenciado pela Igreja e se integrar ainda mais à Arquidiocese.  

“Este encontro dá ao seminarista um sentido de pertença. O propedeuta que está chegando ao seminário, por exemplo, talvez ainda esteja um pouco fora do corpo eclesial, e aqui se fortalece nesse sentido de pertença. Há muito trabalho para todo mundo, e ajudaremos a Igreja de Cristo se nos prepararmos bem desde agora”, comentou Padre José Adeildo.

O Reitor do Seminário de Teologia também afirmou que esses futuros padres poderão dar um novo dinamismo à Igreja em São Paulo a partir dos indicativos do sínodo arquidiocesano. “Nós, como seus formadores, devemos ajudá-los a isso pela via do estudo no campo acadêmico, pela partilha de vida, da oração e da missionariedade. Sem viver a missão, não há como se chegar a estes frutos que o sínodo aponta”.

Também para o Padre João Henrique Novo do Prado, Reitor do Seminário Propedêutico, a formação dos seminaristas na perspectiva dos indicativos do sínodo arquidiocesano passa por incentivá-los a participar das iniciativas pastorais nas paróquias por onde passarem ao longo do período de preparação ao sacerdócio: “Nossa expectativa é formar os jovens seminaristas para a missão, prepará-los para essa Igreja em saída, ou seja, formá-los com ardor missionário e inseri-los nas paróquias para a missão”.

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