A sétima missa de corpo presente do Cardeal Cláudio Hummes, na Catedral Metropolitana de São Paulo, foi celebrada na tarde da terça-feira, 5, por Dom Rogério Augusto das Neves, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Sé.
Dom Cláudio, Arcebispo de São Paulo entre 1998 e 2006, morreu na segunda-feira, 4, aos 87 anos de idade.
Na homilia, Dom Rogério falou sobre como as pessoas reagem ao mistério da morte e como apenas ao deparar-se com este, se reflete sobre o mistério ainda maior que é a vida.
“Nunca sentiremos falta de algo que nunca tivemos. Nunca teremos saudade de alguém que não conhecemos. Portanto, a vida deste nosso irmão foi um presente que Deus nos deu”, afirmou.
Dirigindo-se aos sacerdotes concelebrantes, Dom Rogério recordou ter ouvido muitos lamentando a morte de Dom Cláudio, alguns também falando que foram por ele ordenados.
“Muitos fiéis vêm orgulhosos até nós dizerem: ‘foi o senhor que me batizou, foi o senhor que fez meu casamento, foi o senhor que me deu a primeira comunhão’. Hoje, os diáconos, padres e bispos ficam orgulhosos e enchem a boca para dizer: ‘foi ele [Dom Cláudio] que me ordenou’. Isso quer dizer que o Sacramento, para além de um significado sobrenatural de ser uma ação de Deus, é também uma ação que nos faz mais irmãos, que nos liga intimamente”, destacou Dom Rogério.
O Bispo Auxiliar da Arquidiocese lembrou que teve pouco contato com o Cardeal Hummes, mas que sempre admirou sua coragem para tomar as decisões de acordo com sua consciência em tempos difíceis, de reafirmar a mensagem central da Igreja, chamar os padres para mover a Igreja e posicionar firme sobre alguns assuntos, como a atenção aos pobres.
Dom Rogério afirmou, ainda, que quem conviveu com Dom Cláudio tem uma lista de coisas a dizer sobre a contribuição deste Cardeal para Igreja, mas que a todos seu principal pedido seria a de que não se esquecessem dos pobres.
“Ele não disse que tínhamos que resolver todos os problemas dos pobres. Disse que não podemos nos esquecer deles, pois tanto quanto eles precisam de nós, nós precisamos deles, que são verdadeiros modelos do Evangelho, se eles são os destinatários privilegiados do Evangelho e da ação da Igreja. Muito mais do que apensas socorrer, cuidar de suas necessidades, precisamos mais do que tudo não esquecer deles”.