Todos os sábados, às 11h, Fernando Scavasin e Heitor Shimbo, criadores do Instituto Touché, ensinam técnicas deste esporte, que, com adaptações, pode ser praticado de casa e com utensílios domésticos
Abril de 2020. No auge das incertezas sobre o novo coronavírus e em meio às recomendações mais extremas de isolamento social para se evitar o contágio com o vírus, muitas das atividades presenciais do Instituto Touché, incluindo as aulas de esgrima em escolas, precisaram ser paralisadas.
A pandemia, porém, não foi capaz de frear o ímpeto dos criadores do Instituto –
Fernando Scavasin, que disputou os Jogos Rio 2016, e Heitor Shimbo, medalhista nos Jogos Panamericanos de Lima 2019 – de tornar mais popular em todo o Brasil, até 2050, a prática da esgrima, jogo disputado com florete, sabre ou espada (leia detalhes ao fim da reportagem).
Naquele mês, Fernando Scavasin e Heitor Shimbo iniciaram as aulas on-line gratuitas de esgrima. Em um ano, mais de 50 já foram realizadas, sempre aos sábados, às 11h, no Instagram do Instituto Touché, abertas a todos os interessados.
“Montamos aulas em que as pessoas podem praticar em casa em espaço de 1,5 m2 ou 2 m2, ou seja, é possível fazê-las em um espaço pequeno. O material é adaptado: dá para se produzir uma espada a partir de uma garrafa pet, por exemplo. As pessoas podem jogar esgrima com aqueles que convivem. Neste um ano, já participam das aulas desde crianças com 8 anos até idosos”, detalhou, ao O SÃO PAULO, Scavasin.
Logo na 1a aula, por exemplo, os alunos souberam como poderiam montar os próprios equipamentos para o jogo de esgrima com as coisas que tinham em casa.
Para todos os públicos
De acordo com Scavasin, são muitos os relatos daqueles que passaram a conhecer este esporte pelas aulas on-line ou que desejavam praticá-lo, mas não encontravam meio para fazê-lo nos locais onde vivem.
“Muito dizem que queriam aprender esgrima, mas não encontravam na sua cidade onde praticar. Outros dão o retorno de que as aulas têm sido fundamentais para seu equilíbrio mental; muitos também dizem que as aulas são o único momento que têm na semana para serem desafiados em algo”, contou Scavasin, destacando, que uma das metas é também fazer com que as pessoas pratiquem alguma atividade física durante a pandemia.
As aulas são estruturadas de forma a ensinar os fundamentos básicos da esgrima com abordagem lúdica e didática, incluindo desafios que trabalham habilidades físicas e cognitivas, e a promoção de reflexões sobre os valores olímpicos.
Geralmente são ministradas a um convidado, já tendo havido participação de atletas e ex-atletas, crianças em idade escolar e seus familiares, membros da comunidade da esgrima brasileira, profissionais de educação física e da área de educação. Mais de 60 convidados, de diferentes cidades do País e até do exterior, já participaram.
Entre outras atividades também promovidas pelo Instituto Touché está o projeto de resgate da memória da esgrima brasileira, uma museu virtual, com documentos, fotos, vídeos e testemunhais.
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CONHEÇA MAIS SOBRE A ESGRIMA
Fonte: Acervo do extinto Ministério do Esporte