Promovida pelo Setor Juventude e pela Comissão Bíblico-Catequética, a Peregrinação da Juventude por ocasião do Ano Jubilar reuniu 800 pessoas e percorreu o trajeto da Paróquia Nossa Senhora da Consolação à Catedral da Sé

Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO
“Vem, vem, vem, Espírito Santo, transforma minha vida, quero renascer…” Entoando cânticos e dando testemunho público de fé e esperança, cerca de 800 jovens, crismandos, catequistas e adolescentes das seis regiões episcopais da Arquidiocese de São Paulo participaram, na tarde do domingo, 8, Solenidade de Pentecostes, da peregrinação por ocasião do Jubileu 2025.
A peregrinação, organizada pelo Setor Juventude da Arquidiocese, em parceria com a Comissão Arquidiocesana de Animação Bíblico-Catequética, partiu da matriz da Paróquia Nossa Senhora da Consolação.
Chegando à Catedral da Sé, os jovens peregrinos foram acolhidos pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, e por Dom Carlos Lema Garcia, Bispo Auxiliar de São Paulo e Vigário Episcopal para a Educação e a Universidade. Eles conduziram o rito da peregrinação no interior do templo, acompanhados do Padre Luiz Eduardo Pinheiro Baronto, Cura da Catedral da Sé.

QUEM É O ESPÍRITO SANTO?
Inicialmente, Dom Odilo destacou que aquela peregrinação também tinha o objetivo de proporcionar aos adolescentes, jovens e crismandos a oportunidade de conhecerem a Catedral da Sé e de terem um contato mais próximo com o Arcebispo, além de conhecer jovens de outras paróquias que estão na mesma caminhada de fé.
Na homilia, o Arcebispo recordou o significado do dia escolhido para a peregrinação: “Hoje é Pentecostes, conhecida como a festa do Espírito Santo ou também do Divino Espírito Santo, quando recordamos que o Espírito Santo nos foi dado como um dom de Jesus ressuscitado”.
“O Espírito Santo faz parte da nossa vida de fé, O invocamos no sinal da cruz. É o dom de Deus: Pai, Filho e Espírito Santo. É a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade, que veio a nós para termos em nós a vida divina”, prosseguiu.
Dom Odilo explicou, ainda, que o Espírito Santo é dom do Ressuscitado, que age na Igreja e em cada cristão para que possa dar testemunho da fé no mundo: “Recebei o Espírito Santo. Com o dom do Espírito Santo, Jesus confere aos apóstolos a plenitude da obra redentora. Jesus ressuscitado nos dá o dom do Espírito Santo para que nós tenhamos a plenitude da salvação, que significa participar da vida e da glória de Deus”.

O ‘DIVINO AMIGO’ DOS FILHOS DE DEUS
“Jovens, adolescentes, crismandos e crismados: hoje, recordamos nossa condição de filhos de Deus. Que grande graça recebemos: o dom do Espírito Santo! O Espírito com sua luz bendita nos chama, nos ilumina, nos dá força e coragem para fazermos e perseverarmos no bem. E pedimos de novo: ‘Vinde Espírito Santo!’ Precisamos do Espírito Santo para, nesta vida, realizarmos as obras de Deus e sermos merecedores da vida plena que nos é prometida como salvação”, ressaltou o Arcebispo.
Ainda conforme explicou Dom Odilo, o Espírito Santo a todos acompanha como “‘Divino Amigo’, é o nosso defensor, nosso mestre, nosso amigo interior, Aquele que tudo nos aconselha e orienta para fazermos o que é bom”. Também mencionou que o Espírito Santo assiste continuamente a Igreja, como pôde ser visto há um mês no Conclave no qual foi eleito o Papa Leão XIV: “Toda a Igreja rezou, pedindo as luzes do Espírito Santo para a escolha do novo Papa”.

AS ORIGENS DA IGREJA EM PENTESCOSTES
Dom Odilo também destacou que a Igreja nasceu em Pentecostes, quando o Espírito Santo desceu sobre os apóstolos, “que deixando o medo de lado, saíram para pregar o Evangelho, realizar aquilo que Jesus pediu: batizar, formar comunidades e, assim, movida pelo Espírito, a missão continua até hoje”.
O Arcebispo recomendou aos jovens e crismandos que jamais se esqueçam de que são parte da Igreja Católica, guiada e conduzida pelo Espírito Santo: “Tenhamos confiança e amemos a Igreja. Hoje, pedimos que o Santo Espírito renove a face da terra, renove nossas vidas, a Igreja e o mundo. Vocês, como crismandos e crismados, são parte dessa Igreja animada pelo Espírito Santo. Participem, animem-se, engajem-se em suas comunidades e na missão em que estão inseridos”, finalizou.

CAMINHAR JUNTOS
Diego Brigatto, 31, secretário do Setor Juventude na Arquidiocese, recordou que a peregrinação foi ocasião para que os crismandos, catequistas e jovens obtivessem a indulgência plenária, segundo as condições estabelecidas para este Jubileu.
Para ele, a forte participação juvenil na peregrinação revela “a força jovem da Igreja, que caminha unida, testemunhando o poder da oração e da ação do Espírito Santo que nos move”. Brigatto ainda destacou que a peregrinação “impulsiona adolescentes e jovens ao anúncio do Evangelho e ao compromisso em suas paróquias”.

Jovens, peregrinos de esperança!
Heloísa Mazzeo, 14, da Paróquia Santa Maria Madalena, Região Belém, participou da peregrinação e missa da Solenidade de Pentecostes, no domingo, 8, com um grupo de 18 crismandos.
“Que bênção participar dessa peregrinação e ouvir essa catequese de Dom Odilo sobre Pentecostes. Isso me fez sentir ainda mais parte da Igreja, com o desejo de seguir os ensinamentos de Jesus na minha vida e comunicá-los ao mundo”, afirmou.
Durante a celebração, os jovens, adolescentes, catequistas e crismandos fizeram a renovação das promessas batismais.
Lucca Rodrigues Rueda, 14, foi um dos 25 crismandos da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, Região Brasilândia, que peregrinaram à Catedral da Sé. Ele afirmou que peregrinar “é sair da nossa zona de conforto e expressar a fé, sendo a presença jovem que mostra que somos uma Igreja em saída”.

Gabriele da Costa Silva, do grupo de jovens ‘Em Espírito e Verdade’, da Paróquia Santa Rosa de Lima, em Perus, Região Brasilândia, recordou que “movidos pela esperança, caminhamos na certeza de que o Espírito Santo de Deus nos conduz, ilumina e protege em todos os momentos”.
Na conclusão da missa, Padre João Henrique Novo do Prado, Reitor do Seminário Propedêutico, Coordenador do Serviço de Animação Vocacional da Arquidiocese e responsável pelo Centro Vocacional Arquidiocesano (CVA), convidou os jovens a pensarem sobre a vocação que lhes foi dada pelo Senhor.
“Deus nos chama a uma missão, seja na família, seja para a vida religiosa consagrada, seja para o sacerdócio. De modo especial, destaco: precisamos de padres. Se você sente em seu coração o chamado, não tenha medo de dizer sim”, disse o Sacerdote, recordando seu testemunho vocacional.