Arcebispo de São Paulo foi um dos palestrantes de evento on-line da Faculdade de Filosofia e Teologia Paulo VI, da Diocese de Mogi das Cruzes (SP)
Com o propósito de refletir sobre a missão da Igreja no mundo, a Faculdade de Filosofia e Teologia Paulo VI, da Diocese de Mogi das Cruzes (SP), realizou entre os dias 25 e 29 a sua XVII Semana Teológica.
Os temas tratados ao longo dos cinco dias foram a vivência da fé nas dimensões da saúde pública, justiça, política e ação social, além da sinodalidade da Igreja, assunto sobre o qual houve uma conferência com o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, na segunda-feira, 25, na abertura das atividades, em live mediada por Dom Pedro Luiz Stringhini, Bispo de Mogi das Cruzes (SP) e Grão-Chanceler daquela faculdade, e pelo Padre Claudio Francisco, diretor dessa instituição.
Inicialmente, Dom Odilo explicou que a sinodalidade é um processo de caminhada conjunta na Igreja, considerando as diferenças e peculiariedades, que devem ser vistas não como oposição, mas, sim, como possibilidade de conjunção de forças para construir a unidade, a partir da diversidade de dons e carismas. “É a busca de unidade no corpo de Cristo para a realização da missão que Jesus Cristo deixou a Igreja”, observou.
Ao comentar sobre a realização do Sínodo universal da Igreja, iniciado neste mês e que será concluído em 2023, o Arcebispo de São Paulo ressaltou que a proposta do Papa é que a Igreja se volte às suas origens, o que vai demandar um processo de discernimento sobre o que é a Igreja, para que existe e qual a sua missão, durante o qual será possível tomar consciência sobre como superar as dificuldades atuais que levam à quebra da unidade da Igreja bem como a uma situação de estagnação.
“O Papa deseja que a preparação para o Sínodo já seja vivida como sinodalidade em ação, como experiência sinodal de todo o povo de Deus. Portanto, nesse processo de preparação, nesse caminho para a Assembleia geral ordinária em outubro de 2023, que nós todos façamos a experiência de sinodalidade”, destacou Dom Odilo.
A Igreja é o povo, não um organismo clerical
O Arcebispo de São Paulo também lembrou que cada cristão é a Igreja, assim, ela não é propriedade do clero. “Se existe dono da Igreja, esse dono é Jesus Cristo e ninguém mais. No entanto, nem ele é o dono, pois também se colocou como servidor da Igreja e deu a própria vida para que todos tivessem a vida por meio dele”, explicou.
Dom Odilo exortou que todos os católicos participem do Sínodo universal da Igreja, uma vez que ao povo de Deus não compete apenas rezar pelo bom êxito desta caminhada sinodal, mas, sim, interessar-se por este Sínodo e envolver-se no processo de escuta que levará ao necessário discernimento sobre a Igreja.
O Cardeal também lembrou que ir ao encontro das pessoas nas diferentes situações – a Igreja em saída, como pede o Papa Francisco – é um dos chamados do Sínodo, a fim de que a Igreja não se torne autorreferencial, mas, ao contrário, abra-se ao encontro, à acolhida de todos, à escuta e ao discernimento que levará a ações posteriores.
Por fim, Dom Odilo lembrou que com este Sínodo sobre a sinodalidade, o Papa Francisco volta a fazer o convite que já fizera na exortação apostólica Evangelii Gaudium: que os processos na Igreja produzam vitalidade, movimentos, iniciativas que a façam caminhar, o que é diferente de um simples evento, que começa e termina pontualmente e não desencadeia novas iniciativas.
Todas as conferências da XVII Semana Teológica podem ser vistas na página do Facebook da Faculdade de Filosofia e Teologia Paulo VI.
Apuração: Flavio Rogério Lopes