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Encerramento do Jubileu na Região Belém tem peregrinação e o reafirmar da esperança em Jesus

Por Fernando Arthur

Na tarde do domingo, 28, a Região Episcopal Belém, em comunhão com toda a Arquidiocese de São Paulo, celebrou o encerramento do Ano Jubilar com uma expressiva demonstração de fé e unidade. A solenidade teve início no Centro Pastoral São José, de onde partiu uma grande peregrinação em direção à igreja matriz da Paróquia São José do Belém.

Fotos: Comunicação da Região Belém

Entoando o Hino do Jubileu 2025 e em clima de oração, centenas de leigos, religiosos consagrados, além de dezenas de padres e diáconos que atuam na Região, caminharam pelas ruas do bairro. À frente da procissão, Dom Cícero Alves de França carregou a Cruz Jubilar, recordando que a Igreja é um povo peregrino.

Ao chegarem à igreja matriz, teve início a Santa Missa. Na saudação inicial, o Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Belém, acolheu a multidão e destacou que aquele encerramento não era um ponto final, mas um momento de renovação da esperança para a caminhada da Igreja.

O ‘ANTICORAÇÃO’ E A PARALISIA DO MEDO

Na homilia, proferida no dia em que a Igreja celebrava a Festa da Sagrada Família, Dom Cícero refletiu sobre a figura de São José e a virtude da esperança como “movimento”.

“Neste ano do Jubileu, a Igreja nos convidou a refletir que somos todos peregrinos de esperança. E esperança é exatamente levantar-se, é a virtude do movimento”, afirmou o Bispo, contrastando essa atitude com o medo que paralisa: “O medo é uma espécie de gaiola que nos rouba a felicidade e nos tira um futuro. Um coração sem esperança é um coração marcado pelas trevas”.

O Bispo Auxiliar introduziu o conceito de “anticoração” para descrever uma vida marcada pelo narcisismo e pela apatia. “O ‘anticoração’ é a morada da autorreferencialidade. É um coração onde o outro não existe”, alertou, explicando que é impossível viver em família ou em comunidade quando se perde a capacidade de olhar para o irmão com compaixão.

A SAGRADA FAMÍLIA

Recordando a fuga da Sagrada Família para o Egito, relatada no Evangelho do dia (cf. Mt 2,13-15.19-23), Dom Cícero traçou um paralelo com a realidade atual e a essência do Natal.

“O nosso Salvador é um migrante. Deus, se posso falar, ‘migrou’ do céu e veio morar conosco”, disse ele, lamentando o crescimento de atitudes xenofóbicas e a construção de muros no mundo contemporâneo. “Engraçado que nós seguimos o migrante, seguimos a Cristo, batemos no peito que somos cristãos, e nem sequer olhamos para a história de Jesus, Maria e José, que tiveram que levantar-se e vencer o medo”.

ÂNCORA DA ESPERANÇA

Ao concluir a reflexão, Dom Cícero enviou os fiéis em missão. Utilizando a imagem da âncora – símbolo cristão antigo da esperança – ele exortou a comunidade a não cair na mediocridade ou no ostracismo após o fim do Ano Jubilar.

“É o momento de cada um de nós nos comprometermos a sermos esses lançadores da âncora da esperança. E quem é a nossa esperança senão Jesus Cristo?”, questionou.

O Prelado pediu lucidez aos fiéis para o ano que se iniciará em breve: “Homens e mulheres lúcidos são aqueles que caminham na companhia da luz e não se deixam dominar pelas trevas. Saiamos todos com o firme propósito de gastarmos a nossa vida em lançar, em tantos corações, a âncora da esperança que é Jesus”.

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