A Pastoral da Comunicação da Arquidiocese de São Paulo realizou no sábado, 5, o evento “Pascom em Ação”, com a proposta de partilhar experiências e fomentar a formação dos ‘pasconeiros’. Este ano, a comunicação relativa ao Conclave em que foi eleito o Papa Leão XIV foi o destaque.
A seguir, apresentamos um resumo das conferências realizadas na parte da manhã do evento. Em breve, publicaremos as da parte da tarde. Mais detalhes do evento estão nas redes sociais: @pascomemacaosp.
‘Plantar esperança no coração das pessoas que perderam a esperança’

Marcelo Zanluchi, jornalista e doutor em comunicação, falou sobre o que o Conclave no qual foi eleito o Papa Leão XIV significou para a comunicação.
“Em uma era de IA, o mundo parou por causa de uma fumaça. O que isso significa para nós, comunicadores católicos?”, indagou o palestrante.
Zanluchi falou sobre o cuidado com que as equipes do Vaticano trataram a morte do Papa Francisco e o que viria a seguir, evitando o tom sensacionalista.
A comunicação sobre o Conclave – prosseguiu o palestrante – tem muito a nos dizer; podemos refletir sobre a maneira de nos comunicar, afinal “vivemos em um mundo de curiosidades e perguntas. E temos que nos perguntar sobre quantas respostas temos para dar”, afirmou.
Ele também falou de temas ligados à Pascom paroquial, sobre o que de especial nós comunicamos, pois o Conclave foi uma oportunidade de comunicação e visibilidade para a Igreja Católica.
Ao comentar sobre a velocidade com que circularam as informações e conteúdos a respeito do Conclave, Zanluchi ponderou que a Pascom deve ter o cuidado na velocidade com que compartilha os fatos, devendo “parar para respirar, pois o silêncio é uma linguagem. Deus se comunica conosco mais quando nos recolhemos do que no meio dos ruídos”.
“A Pascom tem que ser uma fonte de informação confiável, precisa se relacionar com os outros meios de comunicação”, afirmou, deixando uma provocação final: “A comunicação é para todos, qual é a esperança que comunicamos?”.
Uma análise comunicacional do Conclave

“Comunicação que move o mundo – o caso do Conclave: Análise do fenômeno comunicacional: impacto simbólico, liturgia, mistério e engajamento” foi o tema de um dos painéis mediado por Fernando Geronazzo, jornalista e assessor de imprensa da Arquidiocese de São Paulo.
Os participantes partilharam o que puderam observar durante o período da morte do Papa Francisco e o Conclave.
“Como consagrada e católica, eu me senti como no início da Igreja, em um cenáculo. Aqui se está decidindo o destino da Igreja, conscientes do mistério e pé no chão”, comentou a Irmã Maria Nilza Pereira da Silva, jornalista e mestre em Filosofia da Linguagem.
Para Raylson Araujo, teólogo, pregador e missionário digital – também membro do projeto Jovens Conectados da CNBB – disse que o Papa Francisco marcou muito sua caminhada na Igreja e reflexão tecnológica: “Foi como perder alguém da família. E assim começou a maratona de cobrir o Conclave, e o desafio de traduzir tudo isso também para aquelas pessoas que não entendem a dimensão simbólica e espiritual desse acontecimento”.
Marcio Campos, jornalista do grupo Bandeirantes de Comunicação e autor do livro “Beata Nhá Chica – o milagre da “santa” brasileira”, recordou o jornalista Ricardo Boechat, que era ateu e reconheceu a Deus quando subiu nos braços da estátua do Cristo Redentor e avistou a Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro. “Ele me chamava de coroinha na redação”, afirma. Existe a preocupação de falar sobre o Conclave em responder questões sem tocar no nome.
Fabiano Fachini: ‘Comunicar na Igreja é uma missão’
Fabiano Fachini compartilhou suas experiências como criador de conteúdo digital católico. E levou os “pasconeiros” a refletir sobre qual caminho querem tomar na comunicação: a métrica da vaidade, que se preocupa com os números ou a autenticidade a partir do exemplo de Jesus.
Também reconhece que “ser Pascom na paróquia é desafio” porque temos que traçar quais as estratégias e objetivos e o que queremos alcançar. Os “pasconeiros” receberam diversas dicas de como melhorar o desempenho das mídias sociais das paróquias.
‘O podcast é companheiro, ele é simplicidade’

Na parte da tarde do Pascom em Ação, Guto Azevedo, do Santo Flow Podcast, falou sobre este canal de comunicação, lembrando que ele pode ser complementar a outros, como o rádio, por exemplo.
Ele ressaltou a simplicidade com a qual se pode montar um podcast, bastando apenas uma câmera e uma webcam para fazer acontecer, sem a necessidade de uma grande produção.
“O podcast é um companheiro, está ao lado das pessoas onde elas estiverem, não é apenas um programa de entrevistas, como muitos pensam. É preciso ter acolhida”, afirmou.
Guto Azevedo também respondeu a dúvidas dos ‘pasconeiros’ sobre os podcasts que estão produzindo ou que desejam começar a fazê-lo.
‘Qual o conteúdo que eu gostaria de assistir?”

Amanda Buttchevits, acompanhada de seu esposo, Marcelo Buttchevits, compartilhou a experiência do “Família Virtuosa”, um apostolado digital que impacta muitas vidas. Com exemplos práticos, ele mostrou quando a comunicação é feita com amor basta apenas segundos para que ela chegue aos corações, como acontece no Instagram e no Tik Tok.
Dentre os exemplos práticos, sabemos que os padres são referência em suas comunidades. Então que tal “se reunir com eles, saber se eles gostam de aparecer nas páginas da paróquia, e se eles gostam, podemos explorar isso e produzir bons conteúdos na medida certa, evitando exageros, que leva ao desgaste”, afirma.
Amanda conclui que antes de tentar viralizar um conteúdo, é preciso que nos perguntemos sobre o que a pessoa gostaria de assistir, nos colocar no lugar delas. O casal também abriu um espaço para que os `pasconeiros`pudessem fazer perguntas.
‘Dê o primeiro passo que Deus coloca o chão’
No workshop com Pedro Fiuza, os `pasconeiros` puderam mergulhar nas técnicas do shorts, reels, roteiros criativos e edição, seja com o computador ou o celular, nunca nos esquecendo do que é o principal, de fato viver o que comunicamos.
Para ele, de fato é importante ter um equipamento que pode ser aprimorado, mas o que de fato faz um vídeo viralizar é a essência da mensagem a ser transmitida, não importando o tipo de equipamento.
Outro detalhe citado por Pedro é que é preciso ter intimidade com o Senhor, temos que carregar o que comunicamos, saber a quem estamos servindo, além de entender a comunicação de quem vai assistir e qual a emoção que queremos que a pessoa tenha ao assistir o vídeo.
Para finalizar, Fiuza trouxe uma provocação aos `pasconeiros`: “Qual é o motivo que te trouxe para a Pascom?”, conclui.
Sobre a ExpoCatólica

A ExpoCatólica, maior feira internacional de produtos e serviços para a Igreja na América Latina, termina no domingo, dia 6, das 10h às 17h, no Pro Magno Centro de Eventos (Avenida Professora Ida Kolb, 513), nas imediações da Ponte do Limão da Marginal Tietê.
A entrada na ExpoCatólica é gratuita, e o credenciamento pode ser feito pelo site www.expocatolica.com.br.
A Arquidiocese de São Paulo, por meio do Vicariato Episcopal para a Pastoral da Comunicação, está com um estande na ExpoCatólica, com a programação ao vivo da rádio 9 de Julho em um estúdio avançado, e a redação on-line do jornal O SÃO PAULO. Visite-nos na Rua A, próximo à Arena do Conhecimento e à entrada principal.