Faculdade de Teologia da PUC-SP realiza o evento ‘Recepções interdisciplinares da encíclica Fratelli tutti’

Na atividade, também foi repercutida a publicação da exortação apostólica Laudate Deum, do Papa Francisco

Para celebrar os três anos da publicação da encíclica Fratelli tutti, do Papa Francisco, e em sintonia com o pedido do Conselho Episcopal Latino-americano e caribenho (Celam) e da Pontifícia Comissão para a América Latina para que este documento seja estudado e divulgada por todas as universidades pontifícias, a PUC-SP realizou em 4 de outubro, no teatro Tucarena o evento “Pensar e gerar um mundo aberto: recepções interdisciplinares da Encíclica Fratelli Tutti”.

A atividade foi organizada pela Faculdade Teologia Nossa Senhora da Assunção, que em 2024 celebrará 75 anos de fundação, com excelência em ensino, pesquisa e extensão.

O evento consistiu em duas mesas-redondas de diálogo. A primeira, pela manhã, com o tema “Mundo Aberto: Esperança e desafios sócio-político e econômico”, teve a mediação do Prof. Dr. Padre Boris Nef Ulloa, Diretor da Faculdade de Teologia; com as participações de Allan Coelho, doutor em Ciências da Religião; Lucineia dos Santos, doutora em Direitos Humanos; e Álvaro de Azevedo Gonzaga, professor do Departamento de Teoria Geral do Direito da Faculdade de Direito da PUC-SP.

A outra mesa, com o tema “Mundo de Corações Abertos: Esperança e desafios na construção de uma cultura de Paz”, foi mediada pela professora Rosana Manzini, com as participações da monja Coen Roshi, do Padre Julio Lancellotti, Vigário Episcopal para a Pastoral do Povo da Rua, e do Sheikh Rodrigo Jalloul.

Naquela mesma data, o Papa Francisco publicou a exortação apostólica Laudate Deum, abordando especialmente as causas e os impactos da crise climática, tema anteriormente por ele tratada na encíclica Laudato si’, publicada em 2015.

“O Tucarena estava repleto de pessoas sequiosas pelo diálogo, juntamente com as ciências e os seus desdobramentos. Estudantes, convidados de outras universidades, palestrantes, docentes e a reitoria fomos tomados de surpreendente alegria e avivados a partir dos questionamentos propostos nas exposições apresentadas pelos ilustres convidados e pela belíssima forma como o evento foi realizado”, relata o Prof. Dr. Padre José Ulisses Leva, docente de História da Igreja na PUC-SP, que acompanhou a mesa-redonda da parte da manhã.

Na ocasião, a reitora da PUC-SP, Prof.ª Dr.ª Maria Amália Pie Abib Andery, lembrou “que estamos todos juntos no mesmo planeta e todos temos igualmente direitos e deveres com a vida neste mundo”.

“Foi um momento ímpar para todos os envolvidos no evento e para todos os que participaram do encontro fraterno, dialogante e, sobretudo, questionador e propositivo, para que atitudes sejam tomadas para o bem do Planeta e para o melhor de todos os homens e mulheres que nele vivem”, ressaltou Padre Ulisses.

“A PUC-SP tem sua belíssima história manifestada e documentada, ao longo dos seus 77 anos de existência. Possui brilhantismo acadêmico presente na sociedade, com seus inúmeros expoentes, homens e mulheres, em todos os saberes. Entretanto, hoje fomos além, quando notamos uma presença de jovens universitários atentos às falas proferidas por professores da casa e também de outra Universidade.  Os estudantes querem ser protagonistas da sua formação intelectual e humana, mas precisam de suporte dos docentes, que os orientem para o melhor de suas vidas. A Universidade precisa continuar com a eficiente preparação acadêmica. Deve, também, se envolver com os problemas da sociedade e, objetivamente, convidar os seguimentos menos favorecidos, para a formação intelectual e promoção humana”, afirma o Sacerdote.

“Em um Planeta dividido por ideologias e, marcadamente, fracionado por economias do Global Norte e do Global Sul, precisamos urgentemente convidar à mesa comum muitos outros interlocutores para o bem universal. Na mesa de negociações, para o bem do Planeta, estamos falando de todos os bilhões de seres humanos que habitam a Casa Comum. Devemos, num primeiro momento, falar sobre essas tensões humanitárias, migrantes, refugiados, fome, guerras e múltiplas formas de morte, para que, em seguida, os esquecidos sejam lembrados, e também, sejam protagonistas das suas vidas e vivam prazerosamente com todos os moradores da Terra”, continua Padre Ulisses.

(Com informações do Padre José Ulisses Leva)

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