5ª edição do evento católico foi realizada no Largo da Batata, no domingo, 11, com a participação de cerca de 9 mil pessoas
O Largo da Batata, no bairro de Pinheiros, recebeu no domingo, 11, a 5ª edição do Festival Halleluya em São Paulo. Promovido pela Comunidade Shalom, o evento gratuito reuniu cerca de 9 mil pessoas em uma maratona de evangelização, atividades artísticas, esportivas e solidárias.
A atividade iniciou-se às 10h, com a missa presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo. Posteriormente, o palco principal recebeu os artistas e bandas católicos: Fraternidade São João Paulo II, Davidson Silva, Flávio Vitor, Juninho Cassimiro, Missionário Shalom, Rosa de Saron e Naldo José. Ainda no centro das atrações, houve espaço para adoração ao Santíssimo Sacramento.
Ao longo do dia, os jovens também puderam buscar o sacramento da Reconciliação, aconselhamento espiritual e praticar um gesto concreto de solidariedade.
TODOS SÃO CHAMADOS
Na homilia da missa, o Arcebispo afirmou que o Halleluya representa uma ocasião oportuna para o jovem dizer sim ao projeto de Jesus e tornar-se, assim, seu discípulo e missionário: “Uma experiência que poderá preencher os seus corações e ser uma nova motivação para as suas vidas”, manifestou.
Ao O SÃO PAULO, Dom Odilo destacou que o festival vale-se da arte e do convívio como meio para alcançar a evangelização dos jovens e fortalecer um caminho de diálogo e transformação.
Ainda durante a homilia, o Cardeal recordou que em 2023, a Igreja no Brasil celebra o Ano Vocacional, e assim como descrito no Evangelho segundo Mateus, proclamado na liturgia daquele domingo, Deus permanece realizando seu chamado para que todos O anunciem por meio de diferentes vocações.
“O primeiro chamado é para conhecer o Senhor pela fé. É preciso estarmos atentos à voz de Deus que nos chama para experimentarmos o seu amor e a sua misericórdia. Vocês certamente estão aqui, pois já fizeram essa experiência. Que tal ajudarmos para que outros também ouçam esse chamado? Nós podemos ser instrumentos de Deus para que outros jovens possam experimentar a Sua misericórdia e a salvação ainda nesta vida”, ressaltou Dom Odilo.
ENCONTRAR-SE COM O JOVEM DE HOJE
Para Breno André Alves Dias, responsável pela Comunidade Shalom em São Paulo, o Halleluya é um momento de unidade preparado por meio da oração e da escuta e faz ecoar o Evangelho à juventude: “Para nós, o que importa é que os jovens tenham conhecido a pessoa de Jesus Cristo, experienciado Seu amor, transformado a própria vida por uma música, na missa, na adoração ao Santíssimo ou em outro momento vivido ao longo do dia”.
Sobre abranger atividades contemporâneas como o hip-hop e o skate, Breno enfatizou que as pessoas têm sede de Deus, independentemente de onde estejam, inclusive aquelas acostumadas a consumir uma cultura mais urbanística.
“O Halleluya representa o que o Papa Francisco nos pede e o que o sínodo arquidiocesano nos inspira: a Igreja em saída, que vai ao encontro daqueles que não vêm até nós. Trazer esses elementos é cumprir a nossa missão de evangelizar o jovem de hoje. É fazer com que ele entenda que pode ser de Deus, que pode levar a verdade, o amor, a paz nos lugares em que estiver. Quando o jovem vem para o Halleluya, ele entende que sua vida não é roubada; pelo contrário, ela é levada à perfeição”, manifestou o missionário.
Joana de Barros, 20, esteve pela segunda vez no Festival. A jovem, natural de Campinas (SP), contou ser apaixonada por diferentes manifestações artísticas e vê nelas “um meio concreto para alcançar o que a pessoa humana tem de melhor para expressar”. Ela também acredita que “a arte traduz o que é belo, evangeliza, e a arte contemporânea é capaz de conduzir os jovens para o nosso meio”.
INSTRUMENTO DE CONVERSÃO
Natural do Rio Grande do Sul, Caroline Santos esteve no Halleluya a convite de uma amiga que participa da Comunidade Shalom. Vivendo em São Paulo desde 2022, ela contou à reportagem que nos últimos anos esteve afastada de atividades religiosas, mesmo sendo filha de catequistas e ter crescido em uma comunidade paroquial.
Caroline afirmou que o Festival lhe despertou o desejo de se reaproximar da sua vocação como jovem de fé – no namoro e no trabalho – e no interesse pelo carisma da Comunidade Shalom.
Adriano Rodrigues, estudante de comunicação e marketing, veio do município de Rio Grande da Serra (SP), junto com oito amigos. Membro do ministério de arte do grupo de oração Filhos de Israel, ele foi uma das quase 130 pessoas que optaram por se afastar, brevemente, da aglomeração das atrações musicais para um instante de aconselhamento espiritual no Espaço da Misericórdia, instalado na frente da Paróquia Nossa Senhora do Monte Serrate.
Além do direcionamento espiritual, no interior da Paróquia houve o atendimento de mais de 200 Confissões e a exposição do Santíssimo Sacramento.
O BECO DO ROLÊ
Espaço dedicado às manifestações de artes contemporâneas, no chamado Beco do Rolê houve ‘batalhas’ de rima, circuito e desafios de skate, performances de danças e DJs, além da apresentação do grupo de rap formado por missionários Shalom, Aliança VMS.
Isabella Borba, 21, missionária em Guarulhos (SP), salientou que esse ambiente revelou a todos que passavam pela região que a Igreja não é monótona, “mas verdadeira, feliz. Mostrou também a nossa vida de missionários, sendo possível estar no mundo e ser uma pessoa de Deus”, comentou a jovem, destacando que atividades como estas facilitam o diálogo com a juventude, aumentando a abragência da evangelização.
GESTOS CONCRETOS E SOLIDÁRIOS
Na tenda Halleluya Solidário, os jovens puderam doar mantimentos e agasalhos que serão destinados à Missão Belém, movimento eclesial que realiza o trabalho de acolhida às pessoas em situação de vulnerabilidade. Ao todo, foram arrecadados 230 quilos de alimentos e 800 quilos de roupas.
O evento contou, ainda, com a tenda On the Light, reservada exclusivamente à oração. Ali, os jovens foram convidados a participar do pós-encontro Halleluya que acontecerá no sábado, 17, às 14h30, na Paróquia Nossa Senhora do Monte Serrate.