Após assembleias, sindicatos encerram greves em SP

Em assembleias realizadas na noite da terça-feira, 3, o Sindicato dos Metroviários de São Paulo e o Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do estado de São Paulo (Sintaema) decidiram pelo fim das paralisações realizadas desde às 0h. Os serviços de água e esgoto não foram prejudicados, já os impactos nos transportes na região metropolitana de São Paulo foram perceptíveis ao longo de todo o dia, com ônibus lotados e o trânsito congestionado na capital paulista.

Foto: Metrô de São Paulo/Arquivo

Tanto o governo do Estado quanto a Prefeitura decretaram ponto  facultativo nos órgãos públicos na terça-feira, 3. As aulas da rede estadual, consultas médicas e o rodízio de veículos na capital paulista estão suspensos. Já as aulas das escolas e creches municipais foram mantidas. Na quarta-feira, 4, todos os serviços voltam a operar normalmente.

MOTIVAÇÃO

A greve dos sindicatos ocorreu em protesto aos planos de concessões, terceirizações e privatizações destas três empresas estaduais.

Os sindicatos dizem não concordar com as privatizações das linhas de trens, e apontam as falhas constantes no transporte público por trilhos, como descarrilamentos e lentidão nas linhas concedidas à iniciativa privada.

Na terça-feira, 3, por exemplo, uma falha no sistema de energia interrompeu a circulação dos trens na Linha-9 Esmeralda, gerida pela Via Mobilidade. Após o ocorrido, o governo paulista disse que vai instaurar um processo administrativo para apurar o ocorrido e que “qualquer inconformidade verificada é apurada e, se confirmada, as sanções e penalidades previstas em contrato são aplicadas”.

TARCÍSIO: GREVE DESRESPEITA O CIDADÃO

Em coletiva de imprensa, na manhã do dia 3, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, afirmou que a greve do Metrô e CPTM desrespeitava a decisão da Justiça de manter 100% das linhas funcionando nos horários de pico (das 6h às 9h), e 80% nos demais horários.

“A Justiça foi ignorada. Eles não estão respeitando o poder Judiciário e não estão respeitando o cidadão. É uma pena, a gente vê o cidadão de joelhos, o cidadão sofrendo, o cidadão tendo a privação do transporte para uma pauta que sinceramente não é motivo para paralisação”, disse.

Tarcísio de Freitas ressaltou que as únicas linhas que estavam operando normalmente eram as concedidas à iniciativa privada. “O cidadão está sendo privado do transporte coletivo naquelas linhas que são operadas pela empresa pública”, disse, salientando que estão sendo feitos estudos para as concessões e que todos os ritos necessários estão sendo seguidos para verificar a viabilidade financeira da medida.

Tarcísio afirmou ainda que a lei estabelece que processos de concessão, desestatização ou privatização têm que ser precedidos de audiências públicas e consultas à população.

“Existe o momento e o foro adequados para se manifestar no processo, para dar contribuições ou mostrar discordâncias. Mas a discordância não pode ser motivo de paralisação, de privação do cidadão, que está sendo privado de um serviço essencial, do seu direito de ir e vir. E por causa de uma pauta corporativa”, ressaltou, assegurando que os estudos para as concessões serão mantidos.

Fontes: G1, Agência Brasil, governo do Estado de São Paulo e Sindicato dos Metroviários

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